Ojesed - Dramione (EDITANDO)

Acontecimentos pós-festa ❤️

05:46am - Salão Comunal dos Monitores-Chefe.
Narração Hermione.

"Você sabe que eu quero ser o único que te abrace quando vai dormir."

O barulho da chuva intensa ruindo no teto me relaxava enquanto eu pensava nos acontecimentos dessas noite, fiquei lembrando dos beijos de Córmaco. Depois de nos beijarmos muito, nós ficamos conversando assuntos aleatórios, ele é engraçadinho e educado, me trata bem (até demais) e fica me elogiando o tempo todo. Eu não me relaciono com alguém há muito tempo, a última vez que tive algo com alguém fora com Viktor Krum, e desde então não tinha pensado nisso. Não que eu esteja pensando em ter um compromisso com Córmaco ou algo assim, porém ele me fez muito bem hoje à noite.

Eu não estava com sono e não conseguia dormir, minha sorte é que amanhã é sábado e não temos aula. Levantei da cama, peguei meu cobertor, me enrolei e decidi ir até a sala e deitar perto da lareira, tomando um bom chocolate quente. Desci até a sala e estava tudo escuro, peguei minha varinha e sussurrei: "Lumus". A bagunça era tanta que quase tropecei. Sussurrei um feitiço de arrumação e fui para a cozinha, o que seria de nós sem magia?

Agora, a sala estava escura a não ser pelos flashes do luar na janela e a lareira acesa. A chuva ainda caia, a lareira esquentava, e eu estava confortavelmente bem. Eu não sei dizer o que estou sentindo. Estou feliz, triste, desapontada... são tantos sentimentos para uma pessoa só, que acho que vou explodir a qualquer momento, ás vezes eu só queria alguém para dividir o que tenho dentro de mim. Comecei a ler o livro, e coloquei a caneca do meu lado no chão. Ouvi um pigarreio, olhei para trás. O idiota do Malfoy estava parado atrás de mim, mas um pouco longe. Ele veio se aproximando.

- Eu quero te pedir desculpas, Granger. - Ele veio andando até mim, parou ao meu lado, e sentou no chão na minha frente. Eu não respondi nada, apenas o olhei estranhando - Eu disse aquilo porque eu estava descontrolado, não gosto quando as pessoas gritam comigo.

Ele estava calmo, sua voz estava rouca, e seus olhos vermelhos, parecia que estava chorando. Estaria ele sobre efeito de drogas ou apenas bebeu demais? Não comentei nada sobre isso. Mas se desculpar não é do feitio de Draco Malfoy, algo de muito estranho está acontecendo.

- Você me beijou na frente de todos, sem a minha permissão. E ainda me chamou de uma coisa que eu não gostei. - respondi o olhando fixamente nos olhos, como se isso me desse alguma resposta do que está acontecendo com ele.

- Me desculpe mesmo. Eu não poderia imaginar que era você quando eu te beijei, imaginei que não iria sair do quarto. - se explicou. O que estava acontecendo?

- Mas isso não muda o fato de que você me chamou de vadia, uma coisa que eu não sou. Mesmo se não fosse eu, o que te dá o direito de beijar qualquer uma? - retruquei.

- Vou te contar a verdade, mesmo que seja patética, mas é só para te esclarecer. - Ele riu um pouco, mas eu não compartilhei de seu divertimento - Eu estava fugindo de uma garota, a Pansy, que vive atrás de mim, me chamando de alguns apelidos e fica se jogando para mim. A única forma que achei para me livrar dela é achando alguém, como ela estava se aproximando, eu só virei a primeira garota que achei e a beijei. - explicou e eu fiquei surpresa com a sua resposta, como ele pode ser tão cafajeste?

- Mas que coisa mais idiota para se fazer. - eu respondi ainda surpresa e um pouco indignada. - Em vez de fugir, você deveria elucidar essa garota de que você não quer nada com ela.

- Eu sei, mas eu não aguentava mais a Pansy atrás de mim feito um cachorro.

- Coitada dessa garota, ela deve gostar muito de você. Só não sei o que ela viu em você...

- Ela não aceita não como resposta e leva tudo numa grande brincadeira! Você acha que já não deixei bem explicado para ela que não tem nenhuma chance? Como se ela ligasse, deve gostar de ser feita de capacho...

- Vou dar o braço a torcer e aceito suas desculpas, Malfoy. - proferi, e suspirei logo em seguida, ele tem que saber que essa atitude não é correta. - Mas fique sabendo que é a última vez, o que você fez hoje foi incorretíssimo. Porém, é a primeira vez que te vejo arrependido de alguma besteira que apronta, já é um grande passo.

- Obrigada, Granger. Eu realmente não queria ter te ofendido daquela forma publicamente. - ele responde passando uma mão no cabelo, continua com o semblante desanimado.

- Melhor eu seguir em frente do que ficar remoendo isso, não é algo que valha a pena perder meu tempo.

- Compreendo.

Nós ficamos em um silêncio constrangedor, que piorou quando ele decidiu sentar comigo. Eu estava sentada no puff e estávamos dividindo o cobertor, tudo o que se ouvia na sala comunal era os pios das corujas, a chuva e o meu livro sendo folheado. Ofereci meu chocolate agora morno para ele apenas para ser educada.

- Qual o motivo da sua insônia? - perguntou, como numa tentativa de quebrar o gelo.

- Minha mente não para de trabalhar e não me dá um descanso. E a sua?

- Posso dizer o mesmo. Nunca me disseram que a vida poderia ser tão complicada... - refletiu e percebi que ele estava com um olhar distante. Draco estava fumando, me pergunto desde quando ele fuma e resolvi questionar para ele também.

- Desde quando você fuma?

- Desde que a minha vida se tornou um saco e eu preciso de algo para fugir da minha própria vida. - Aquilo estava sendo demais para mim. Nós estávamos conversando, desabafando um com o outro. Merlin, o que está acontecendo aqui?

- Essa não é a melhor maneira de fugir da sua realidade, você devia tentar achar outras. - aconselhei.

- Enquanto eu não acho outro vício, eu fico com esse mesmo.

- Tentar fugir dos seus próprios problemas e criar outro não vai ajudar em nada. - respondi. Ele foi até a cozinha e voltou com um copo em mãos. - Você está parecendo aqueles personagens adolescentes revoltados. O que é isso?

- Whisky de fogo. - informou. Conhecia essa bebida, era muito forte e só encontrada no mundo mágico. - Beber também é um refúgio.

- E eu sou totalmente contra. Malfoy, você ainda é menor de idade, e outra, isso faz mal à saúde.

- Você é contra qualquer coisa, a maior chata que conheço.

Revirei os olhos e levantei, abri uma fresta da janela para sentir um pouco dos pingos de chuva, Malfoy encarava o copo e estava quieto. Se alguém um dia me dissesse que ele estaria desabafando comigo e não sendo um trasgo desprezível, eu não acreditaria. Mas tem algo mexendo com ele, pois até ontem ele me encarava com um desprezo escancarado.

- Se a realidade está tão difícil de aguentar que você precise achar maneiras de fugir dela, por que não tenta mudá-la? - perguntei após um longo tempo em silêncio. Acabei de ler meu livro e o coloquei no chão junto com o copo do chocolate. Me aninhei um pouco no sofá, o barulho da chuva e da ventania, e o silêncio instalado na sala estavam me deixando sonolenta. Malfoy apenas me olhou mas não respondeu a minha pergunta. Com isso, acabei pegando no sono definitivamente. Acordei em minha cama na manhã seguinte.

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