Ojesed - Dramione (EDITANDO)

Perspectivas ❤️

8:23pm - Salão Comunal da Corvinal.

Narração Gina Weasley. 

   Hogwarts era mesmo uma escola de mistérios e acontecimentos inimagináveis. Com todos os treinos de quadribol e os sentimentos que vem me afetando nos últimos dias, descuidei da minha melhor amiga. Naturalmente, eu havia notado algumas mudanças sutis em seu comportamento, mas acabei não dando a devida atenção. Me surpreendi quando ela me procurou aflita hoje mais cedo, não demorei muito e vim até o Salão Comunal dos Monitores. Com todas as coisas que ela disse e o segredo que pediu que eu guardasse, senti uma leve dor de cabeça e um desconforto no estômago, como Hermione conseguiu esconder tudo isso esse tempo todo?  

 Esse envolvimento dela com Malfoy era extremamente complicado, por inúmeras razões. Imagino que ela estava demasiado sobrecarregada para compartilhar comigo, e fiquei feliz por toda a confiança depositada. Não pude deixar de julgá-la intimamente. Malfoy? Logo ele? O que ela conseguia enxergar além de toda soberba e prepotência? 

 Saindo de seu dormitório, estava distraída imaginando como Harry e Rony reagiriam se descobrissem e passei por Malfoy, que parecia mais distraído ainda e não me notou. Ele continuava o mesmo, apesar de tudo. Hoje de manhã ainda arranjou piadas para fazer ao Neville... Hermione não conseguiu enfiar nada naquela cabeça oca? 

  Continuei desatenta todo o caminho até a Torre da Grifinória, assim que atravessei a passagem, encontrei Harry ali sozinho, escrevendo em um pergaminho. Ao ouvir os sons dos meus passos, seus olhos verdes atrás dos óculos encontraram os meus e esqueci tudo o que estava em minha mente. 

 Narração Chloe Selwyn 

 Elas me olhavam com admiração, eu sentia a inveja em seus olhos e pelo tom de voz com que me felicitavam pelo namoro. Pansy Parkinson, que sempre foi uma coitada iludida, me olhava agora como se eu fosse a pior criatura da face da terra, tinha convicção de que eu havia roubado seu lugar ao lado de Draco Malfoy, que eu tinha enfeitiçado ele ou utilizado de alguma poção do amor. Ela não entendia, é claro, que eu não precisava de nada daquilo. O lugar dele era comigo. Mesmo com Lucio Malfoy em Askaban, meu pai ainda mantinha relações amigáveis com ele, e apreciava nossa relação. Nas palavras dele, Draco estava prestes a salvar a família e colocar a família Malfoy em um posto de grande prestígio. Não entendo muito bem o que ele está falando, mas deve ser algo sobre cargos no Ministério da Magia.  

  Me sinto a mais sortuda das garotas quando passeamos pela escola. As garotas mais novinhas só faltam pedir autógrafos ao casal, gosto que nos vejam como as figuras mais importantes de Hogwarts. Me sinto até mais famosa que o nojento do Harry Potter, com aquela cicatriz boba e sem graça. A casa da Sonserina tem Draco como líder, posso dizer até que sou a primeira-dama. Ele tem andado bastante estressado e agressivo esses dias, não gosta que eu converse muito. Mas como evitar? Poderia passar dias contando todas os acontecimentos dessa escola, gosto de estar bem-informada dos podres dessa gente. Antigamente, estaria contando tudo a Pansy, mas ela decidiu que não podemos ser mais amigas, em suas palavras: "Se você fosse minha amiga de verdade, não teria aceitado namorar o cara que eu gosto". Uma pena pra ela, pois além de perder Draco, perde também o privilégio de minha companhia. Nossas colegas de casa não poderiam ligar menos para o drama desnecessário dela, me ajudam com ele, inclusive. Naturalmente, não posso confiar nesse ninho de cobra. Quem me garante que não vão querer roubá-lo também? 

  Sinto que ele só tem olhos para mim. Nesse momento, ele me pediu para que eu aguardasse no final do corredor do sétimo andar, e pediu que eu tocasse um sino se alguém aparecesse ali. De certo, deve estar aprontando alguma gracinha contra alguém. Passada meia hora, minhas pernas já cansadas de tanto esperar, ele saiu de onde estava e me encontrou. Sem dizer uma palavra, fez um sinal para que eu o acompanhasse e foi andando na frente.

- Como eu ia dizendo, há rumores de que Astoria Greengrass pretende deixar essa escola de vez nas férias de natal. Ela deveria mesmo, logo logo vai ficar enorme e não vai conseguir caber nas carteiras. Como ela está feia e acabada! - contei, enquanto caminhávamos, como ele não disse nada, continuei falando. - Astoria deveria se preocupar com sua aparência mais, o pai da criança logo irá procurar outra. Era o que deveria ter acontecido com a minha prima, a Mahild, mas ela tomou um bocado de poções de embelezamento. Eu deveria escrever uma carta pedindo o nome dessas poções, se bem que eu não preciso disso, não é Draco? Sou a garota mais bonita daqui, não sou Draco? 

  Ele não respondeu, nem demonstrava estar ouvindo. 

- Sei que você acha que sim, sou sua namorada no final das contas. Enfim, como eu ia dizendo, eu não preciso dessas poções, mas a Pansy sim precisaria, Heloísa Midgen também, pobrezinha. Mas se tem alguém que nem poções ajudariam, essa seria a sangue-ruim da Granger, nem Merlin vindo pessoalmente enfeitiçá-la daria jeito naquela feiura. - debochei, esses pensamentos me fizeram rir muito, esperei ouvir a risada de Draco também, mas ele continou com o rosto neutro, sem me responder. - Estamos indo ao seu dormitório agora, não é? Espero que ela não esteja lá para nos atrapalhar. 

- Não, eu vou para o meu dormitório e você vai para o seu. Estou cansado e já escutei o bastante da sua ladainha por hoje. - respondeu, virando-se para mim e apontando para as escadas que dariam até as masmorras. 

- Mas nós nem ficamos juntos hoje, fiquei esperando você um tempão lá encima e agora você não quer nem me levar ao seu quarto? - protestei, ele simplesmente suspirou e deu de ombros. Eu provavelmente estava irritando ele falando de outras garotas, ele tinha razão em ficar chateado. - Tudo bem, meu lindinho. Mas nós poderíamos ir para o seu quarto e eu te ajudaria a relaxar. 

 Ele pareceu considerar por um segundo, mas continuou irredutível e fez que não com a cabeça. Frustrada, dei um selinho em sua boca, e me despedi. Ele apenas acenou com a cabeça e foi embora, sem nem ao menos esperar que eu atravessasse a passagem da masmorra. Eu devia de ter irritado muito ele, amanhã teria que me esforçar o dobro para agradá-lo de alguma forma. Já com a cabeça no travesseiro, fiquei me lembrando da cara da Pansy quando estávamos nos agarrando num sofá aqui da sala comunal e criando cenas em que eu redecorava a Mansão Malfoy após nosso casamento. Dormi com a certeza de que não deixaria nada e ninguém tirar ele de mim.