Irresistível ❤️

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21:35 - Dormitório dos Monitores-Chefe

Narração Hermione.

"Você me atiçava igual a uma criança que acende uma bombinha e sai correndo para ver o estrago de longe."

Voltei ao dormitório ainda mais irritada, e dessa vez, comigo mesma. Como pude cair na lábia da serpente? Ou melhor dizendo, nos lábios dele? A imagem no espelho só refletiu o que eu já sabia mas não tinha coragem de admitir. E agora, mais uma vez, sinto o desgosto ruminando em mim. Deitei na minha cama e dormi rapidamente, devido ao cansaço mental. Acordei na manhã seguinte ainda estressada, já ciente que é mais um dia aturando as gracinhas de Malfoy.

No período livre após o almoço, eu estava com Rony e Harry no Patio da Torre do Relógio, conversando sobre a último encontro de Harry com o professor Dumbledore, quando eles dois passaram. Malfoy, com seu uniforme engomado, cabelo perfeitamente penteado e de cara amarrada, com sua nova namorada que se enroscava nele como uma erva daninha. Ele nem ao menos olhou em nossa direção, os dois se separaram e ele seguiu ao norte. Notei que ela sentou com um grupinho de meninas que estavam ali perto e começou a se gabar.

  Me despedi de Harry e Rony quando a sineta tocou e marquei de encontra-los ao entardecer na Torre da Grifinória, pois iria ajuda-los com alguns deveres. Segui até minha última aula do dia, com os pensamentos voltados no episódio da vida de Tom Riddle que Harry acabara de nos contar. A aula passou rapidamente, uma vez que eu já havia estudado o assunto.

À caminho do dormitório dos monitores, avistei Malfoy e o professor Snape discutindo numa sala vazia. Seria esse o flagra que Harry tanto esperava? Pensei em me aproximar para ouvir o que eles conversavam, mas foi tarde demais, Malfoy saiu em passos apressados e parecia furioso. Com receio de ser pega pelo professor, prossegui para o dormitório pensativa. Por que os dois estavam discutindo, e por que Malfoy saiu tão furioso?

Já ao entardecer, na Torre da Grifinória, eu e os meninos estávamos fazendo os deveres enquanto eu enfrentava uma batalha interna decidindo se deveria ou não contar à eles sobre Snape e Malfoy. Se eu contasse, Harry iria ficar obcecado com isso e iria querer que eu ficasse na cola de Malfoy, todavia, se eu não contar, estarei potencialmente escondendo algo que pode ser importante.

- Então, preciso contar algo a vocês... – comecei, os dois se concentraram em mim e eu continuei. – Eu vi Malfoy e Snape discutirem em uma sala vazia hoje mais cedo, e parecia ser uma discussão séria, porque Malfoy saiu furioso.

- Esses dois estão tramando alguma coisa, acreditam em mim que Malfoy é um comensal da morte agora? – Harry perguntou com uma expressão convencida, Rony parecia pensativo.

- Isso pode ser qualquer coisa, não é, Mione? Malfoy pode ter aprontado algo e Snape estava reprendendo ele. – argumentou Rony, e eu concordei, já Harry revirou os olhos e começou a reclamar.

- Vocês dois não querem enxergar o que está embaixo do nosso nariz, mas eu vou provar que eles estão tramando algo!

Após uma hora de discussão em que eu e Rony criávamos justificativas para a discussão de Malfoy e Snape, e Harry ficava cada vez mais bravo, me despedi deles e fui para o meu dormitório. A sala comunal estava empesteada com duas pragas se agarrando, os ignorei e segui para meu quarto. Estava praticando alguns feitiços que seriam abordados na semana que vem quando o relógio marcou o horário das rondas. Lamentei ter que descer e ver aqueles dois, mas não posso fugir das minhas responsabilidades. Surpreendentemente, Chloe já havia ido embora quando eu desci e Malfoy me esperava encostado na lareira.

Seguimos silenciosamente na ronda, com um clima extremamente desconfortável. Se eu não quisesse tanto o cargo de monitora-chefe, já teria desistido. Os corredores estão desertos e só se ouvem as figuras dos retratos murmurando. O clima está bem desagradável também, o inverno chegou intensamente e eu nem sequer vesti uma capa para me aquecer, o que faz com que eu me abrace e solte o cabelo para aquecer minha nuca.

- Você deveria voltar ao dormitório, eu termino essa ronda sozinho. – ofereceu Malfoy.

- Não precisa. – respondi ríspida.

- Como você é teimosa, Granger... – disse, tirando sua capa e se aproximando para me vestir, me afastei bruscamente ao sentir o toque dele em minha nuca.

- Já falei que não precisa! – insisti, e ele suspirou profundamente, voltando a vestir a capa, dessa vez não protestei.

- Você está tremendo de frio e ainda sim fica protestando, incrível...

- Eu não preciso que você faça nada por mim, passar frio por alguns minutos não vai me matar!

- Usar a minha capa também não – retrucou com um tom de divertimento na voz, eu nem respondi. – Fica bem em você, a propósito.

Senti meu rosto enrubescer, não tenho certeza se foi de raiva ou vergonha. Eu preferia que ele nem dirigisse mais a palavra para mim, mas não posso controla-lo e tampouco posso controlar as batidas do meu coração quando ele se aproxima.

Concluída a ronda, cada passo que dou em direção ao dormitório é um alívio. Desejo tirar logo a capa de Malfoy, o perfume impregnado nela está roubando toda a minha estabilidade. Atravessamos a passagem do retrato e me apresso em tirar a capa dele, que me olha atentamente. Quando a devolvo, ele me puxa pela cintura repentinamente, e junta seus lábios aos meus. A sensação tão conhecida e de que eu sentia tanta falta me inebriou, suas mãos tocaram gentilmente minha nuca e puxaram meu cabelo, meu corpo ansiava por ele. Draco ergue meu corpo agilmente e enrosca minhas pernas em sua cintura, não rompe nossos corpos nem por um segundo. Quando ele vai cainhando até o sofá, tropeça em sua mochila jogada no chão, fazendo com que eu deslize de seu colo, assim recupero uma dose de juízo.

- Draco, não podemos... Tem a Chloe e... você havia rompido, e também... não está certo! – ofego, tentando ficar estável e o encaro.

- Você está certa... eu não sei o que me deu, acho que não resisti. – justifica, e pega a mochila que havia feito ele tropeçar. – Eu vou deitar, boa noite!

Em minha cama, tento entender o que havia acontecido e me lembro da imagem do espelho de ontem, me amaldiçoando por ter a carne tão fraca e perder todos os sentidos toda vez que ele se aproxima. De todas as coisas que poderiam ter me acontecido esse ano, sinto que essa é a mais perigosa.

Ojesed - Dramione (EDITANDO)जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें