XXVIII - Retorno à Terra

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Dentro da nave Star Hunter, Zara começou a sorrir, perdida em pensamentos. Nícolas a olhou, curioso, percebendo que o olhar de sua esposa estava fixo em algum ponto do sistema solar. Da escotilha da ponte de comando, ele observou a direção para a qual a vista dela se dirigia e fitou o planeta Terra, ainda um ínfimo ponto, se aproximando cada vez mais rápido. Aliviado, viu que o grande cruzador de batalha chegava finalmente ao destino final. A viagem havia sido cansativa, mas a expectativa de rever aqueles que amavam fazia qualquer sugestão de estafa ou fadiga se dispersar. A felicidade estampada em Zara o contagiou.

— Z8, coloque a nave no modo invisível — ordenou Merko.

— Entendido, capitão.

— Que saudades eu sinto de minha pequena Helen. Estou louca para abraçá-la e ouvir a sua voz, me chamando de mamãe — Zara desabafou, contente, permitindo que as mentes dos outros tripulantes se enchessem de esperança.

— Também não vejo a hora de ver a nossa filha, meu amor — Nícolas estava com o olhar radiante.

— Z8, abra um canal com o smartphone de Helen. Quero falar com ela agora que estamos na órbita da Terra.

— Sim, doutora.

Depois de alguns minutos, o computador retornava com estranhas notícias.

— Doutora Zara, não consigo resposta do número solicitado.

— Continue tentando e me avise ao conseguir — o sorriso de Zara começou a sumir do rosto, de novo aquela estranha sensação em seu peito de que algo estava errado.

— Penetrei nos sistemas de computadores do planeta e verifiquei nos arquivos das companhias aéreas que Lorena, Sophia e Helen já voltaram para casa — Merko, preocupado, disse depois de algum tempo.

Nícolas e Zara se entreolharam, apreensivos.

— Z8, entre com a nave no fundo do mar, onde a escondemos da última vez. Deixe uma nave batedora preparada para Dargan, já que ele precisará dela para voltar para o planeta Vida.

— Sim, comandante, estou ajustando as coordenadas de pouso. Os robôs estão fazendo a manutenção de uma nave como solicitado.

A Star Hunter foi escondida no fundo do Oceano. Merko, Zara e Nícolas se teletransportaram para a garagem da casa de Lorena, onde Helen costumava ficar brincando durante o dia. Chamaram por elas, mas não havia ninguém. Subiram alguns lances de escada e chegaram à porta de entrada da sala de estar. Zara correu, procurando Helen por todos os lugares da casa, sem sucesso. Onde elas estariam?

— Pegue o telefone, Nícolas. Tente falar com a sua mãe e avise que chegamos. Ela deve estar passeando com Helen — Zara tentava se mostrar positiva. — Já é de tarde e elas costumam ir ao shopping lanchar neste horário.

— Pode deixar que eu ligarei. Vou aproveitar e avisar à Sophia que chegamos. Ela deve estar na Universidade.

Merko sentou-se no sofá e ficou pensando em Lorena. Estava doido de vontade de vê-la novamente e matar as saudades.

— Que aventura que vivemos, Merko! Se contasse para as pessoas deste mundo, ninguém acreditaria — Zara tentava se descontrair enquanto o marido telefonava.

— Nós salvamos o mundo e preservamos o futuro da humanidade. Faria tudo de novo se fosse preciso — Merko falou sem titubear.

Enquanto isso, Lorena não atendia o telefone, para aumentar a ansiedade de Nícolas. Ele tentou falar no celular de Helen novamente, mas tampouco teve êxito.

"O que será que aconteceu? Que coisa estranha!"

— Merko, Zara, não estou conseguindo contato com a minha mãe ou a Helen. Nenhum celular responde.

Os Filhos do Tempo 3 - A Batalha dos DeusesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora