XVI - Pirâmide

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O comandante Merko entrou no que parecia o interior de uma pirâmide. As paredes em volta dele eram formadas por blocos de pedra, repletos de hieróglifos. Tochas acesas permitiam que enxergasse o caminho. Atentamente, ele penetrou no primeiro setor, andando por um corredor rochoso. Assim que deu os primeiros passos, dois monstros feitos de pedregulhos surgiram, como se tivessem saído das paredes, soltando sons estranhos como se fossem bramidos de guerra. Partiram para cima dele, que se assustou com o tamanho das criaturas.

Os olhos deles se iluminaram de um vermelho intenso e dispararam raios laser contra o capitão, que se defendeu com sua espada, desviando-se dos raios. Ele aproximou-se das duas coisas e tentou cortá-las com sua lâmina afiada, mas nem mesmo fez cócegas. Uma criatura contra-atacou Merko com um movimento de seu braço, arremessando-o a alguns metros de distância, fazendo com que batesse fortemente contra a parede.

Zonzo, ele viu o monstro vir em sua direção. Tentou fugir pelo corredor à sua frente, mas o chão se abriu, revelando um poço cheio de nano-robôs, utilizados no planeta Vida para devorarem matéria. Ele pôde imaginar que se caísse ali seria fatalmente o seu fim.

Por isso, para escapar do monstro de pedra que parecia invencível, Merko pulou para ganhar o outro lado e por pouco não caiu no fundo do poço. Com garras que saíram das luvas de seu traje, alcançou a superfície com dificuldade. Chegou assim ao outro ponto da pirâmide, mas o perigo não havia passado, pois ali estavam três escaravelhos gigantes à sua espera.

"Não pode ser. Mais essa... Acho que não tenho mais idade para isso!"

As antenas dos animais balançavam de forma ameaçadora e suas garras dançavam, mostrando que queriam fazê-lo em pedaços. O capitão, com a espada, partiu as antenas dos bichos e disparou com a pistola, acertando um deles.

Aproveitando a distração, o outro inseto gigante agarrou-o pela cintura, na tentativa de parti-lo ao meio. O capitão sentiu a pressão e, por um minuto, pensou que não conseguiria se livrar da força do artrópode, enquanto o terceiro se aproximava na direção dele. Mesmo sendo oprimido, prestes a perder as forças, Merko pegou a espada e cortou o pescoço do escaravelho que se aproximava. Em seguida, enfiou a espada na cabeça do que segurava sua cintura. Era o fim dos escaravelhos ameaçadores, que se desintegraram desaparecendo no ar.

O capitão se sentia cansado e uma porta secreta se abriu dentro da pirâmide. Logo se viu no alto de uma montanha, diante de um vale. Do outro lado, em um lugar parecido ao que se encontrava, Kirubi parecia lutar contra soldados medievais.

Assim que destruiu o último soldado, Kirubi começou a descer a grande montanha onde foi parar após ter atravessado a porta mais recente. Em poucos minutos, deparou-se com um castelo. Assim que chegou perto, a ponte levadiça desceu, liberando a saída de soldados com armaduras metálicas e capacetes onde somente os olhos apareciam. Usavam espadas e escudos que os cobriam até a altura do peito; marchavam em duplas saindo dos portões do castelo esbravejando um grito de fúria.

O capitão retirou a lança e se defendeu dos golpes que vinham de todos os lugares. As espadas o golpeavam, mas ele retribuía atacando os inimigos com o laser de sua arma. Com grande poder, o raio cortava os escudos e as armaduras dos soldados. Eles estavam sendo dizimados até que um pulou sobre Kirubi e o derrubou, fazendo com que ele deixasse cair a arma, que rolou para dentro do fosso que cercava o castelo.

Kirubi então pegou a espada da cintura de um dos soldados que estava morto no chão e liquidou aquele que caíra sobre ele, cortando-lhe o peito. Com esta espada ele continuou lutando até eliminar todos os rivais. Olhou por fim para o poço, para ver onde sua lança caíra.

"Eu ainda vou precisar dela para sair deste labirinto."

Assim que começou a entrar na água escura, serpentes apareceram, dispostas a impedi-lo. Ele nem pensou duas vezes: mergulhou para cima delas. Chegou ao fundo e com a espada partiu ao meio os répteis. Uma das cobras o abraçou como se fosse uma jiboia, sufocando-o, chegando a envolver o pescoço quase completamente. O capitão Kirubi se esforçava para se livrar do monstro peçonhento, quase perdendo todo o ar que ainda preenchia seus pulmões. Capaz de fazer poucos movimentos, conseguiu pegar a faca e cortar a serpente. Depois, mergulhou para pegar a sua lança. Ao sair da água, enquanto ela escorria de seu corpo, Kirubi viu o castelo desaparecer como se fosse fumaça. O capitão continuou a caminhar para atravessar o vale e encontrar uma possível saída.

Os Filhos do Tempo 3 - A Batalha dos DeusesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora