Capitulo 45 - Um novo inimigo

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Bianca apenas acompanhou a reação de Rafaella quando Alexandre proferiu aquelas palavras.

Nada mais na sala importava para além do que comunicaria aquele semblante que, agora que sabia ler, era tão transparente.

— Jaime mande-o entrar — Demandou o diretor falando para o coreano que ainda estava recostado na porta aberta.

Pyong não queria ter que fazer aquilo, mas era seu trabalho.

Dessa maneira, com seu sorriso mais forçado, direcionou o jogador de futebol para sala de Babu.

— Meninas... — Babu começou a dizer depois que engoliu em seco um pouco envergonhado com o que chegaria a admitir.

Por inúmeros fatores sabia que o homem que adentrava a sala em passos largos e um sorriso debochado não era um bom candidato.

O novo concorrente era machista, as vezes falava grosso até demais e tinha um potencial para o drama que poucas vezes havia visto.

Dentro e fora de campo.

— Não precisa fazer meu discurso de entrada! Nisso eu me garanto! — O moreno disse ajeitando a gola da sua camisa branca de botões terminando de entrar na sala para a confusão das mulheres.

Alexandre realmente gostaria de se desculpar com elas por aquela estapafúrdia situação.

Todos ali com o pouco que conheciam de Hadson tinham em mente que ele não podia sequer concorrer ao conselho.

Faltava-lhe seriedade, educação e, indo mais além, até um pouco de decência.

— Hadson Nery o futuro patrão de vocês — O homem disse baixando seus óculos fazendo Rafaella revirar os olhos.

A pior parte de tudo para Rafaella era que conhecendo o regulamento em cada vírgula, por motivos de ter colocado cada uma delas ali, estava ciente de que não podia impedir uma candidatura mesmo sob o argumento de bom senso.

— Você sabe que se você ganhar não trabalharemos para você, não sabe? Se você for vitorioso é tudo seu e isso não inclui a gente — Pontuou Bianca quase como quem esclarecia o significado de algo muito complexo para o entendimento humano.

— Óbvio que sim! Está achando eu sou idiota? — O homem perguntou puxando uma cadeira para se sentar por ali.

Quando o fez o jogador de futebol fez questão de solicitar a um Jaime imensamente irritado um café com adoçante como se essa fosse a função do coreano.

— Na verdade eu tenho certeza! — Esclareceu a empresária com cara de poucos amigos.

Rafaella, em contrapartida, parecia serena.

No entanto , só aparentava.

Por dentro a dona de casa queria estalar contra o homem sentado à esquerda de Bianca.

O que ele pensava que era o conselho? Uma brincadeirinha para que ele se entretivesse?

Porque ele sequer tinha conteúdo para sustentar a responsabilidade pela qual estava se dispondo a lutar.

Hadson era um jogador de futebol quase aposentado que defendeu inúmeros times falidos e ideologias, se possível, ainda mais degradantes.

Se envolveu em alguns consideráveis casos que terminaram em polícia e hoje vivia de jogar num time sem divisão se vangloriando ainda dos tempos em que se recusou a jogar no Flamengo.

Não era só decadente, era ridículo.

Em tudo o que fazia sobrava soberba e faltava muita noção.

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