Bianca apenas acompanhou a reação de Rafaella quando Alexandre proferiu aquelas palavras.
Nada mais na sala importava para além do que comunicaria aquele semblante que, agora que sabia ler, era tão transparente.
— Jaime mande-o entrar — Demandou o diretor falando para o coreano que ainda estava recostado na porta aberta.
Pyong não queria ter que fazer aquilo, mas era seu trabalho.
Dessa maneira, com seu sorriso mais forçado, direcionou o jogador de futebol para sala de Babu.
— Meninas... — Babu começou a dizer depois que engoliu em seco um pouco envergonhado com o que chegaria a admitir.
Por inúmeros fatores sabia que o homem que adentrava a sala em passos largos e um sorriso debochado não era um bom candidato.
O novo concorrente era machista, as vezes falava grosso até demais e tinha um potencial para o drama que poucas vezes havia visto.
Dentro e fora de campo.
— Não precisa fazer meu discurso de entrada! Nisso eu me garanto! — O moreno disse ajeitando a gola da sua camisa branca de botões terminando de entrar na sala para a confusão das mulheres.
Alexandre realmente gostaria de se desculpar com elas por aquela estapafúrdia situação.
Todos ali com o pouco que conheciam de Hadson tinham em mente que ele não podia sequer concorrer ao conselho.
Faltava-lhe seriedade, educação e, indo mais além, até um pouco de decência.
— Hadson Nery o futuro patrão de vocês — O homem disse baixando seus óculos fazendo Rafaella revirar os olhos.
A pior parte de tudo para Rafaella era que conhecendo o regulamento em cada vírgula, por motivos de ter colocado cada uma delas ali, estava ciente de que não podia impedir uma candidatura mesmo sob o argumento de bom senso.
— Você sabe que se você ganhar não trabalharemos para você, não sabe? Se você for vitorioso é tudo seu e isso não inclui a gente — Pontuou Bianca quase como quem esclarecia o significado de algo muito complexo para o entendimento humano.
— Óbvio que sim! Está achando eu sou idiota? — O homem perguntou puxando uma cadeira para se sentar por ali.
Quando o fez o jogador de futebol fez questão de solicitar a um Jaime imensamente irritado um café com adoçante como se essa fosse a função do coreano.
— Na verdade eu tenho certeza! — Esclareceu a empresária com cara de poucos amigos.
Rafaella, em contrapartida, parecia serena.
No entanto , só aparentava.
Por dentro a dona de casa queria estalar contra o homem sentado à esquerda de Bianca.
O que ele pensava que era o conselho? Uma brincadeirinha para que ele se entretivesse?
Porque ele sequer tinha conteúdo para sustentar a responsabilidade pela qual estava se dispondo a lutar.
Hadson era um jogador de futebol quase aposentado que defendeu inúmeros times falidos e ideologias, se possível, ainda mais degradantes.
Se envolveu em alguns consideráveis casos que terminaram em polícia e hoje vivia de jogar num time sem divisão se vangloriando ainda dos tempos em que se recusou a jogar no Flamengo.
Não era só decadente, era ridículo.
Em tudo o que fazia sobrava soberba e faltava muita noção.
ESTÁ A LER
O Decreto Kalliman
FanfictionSe uma não quisesse as duas não teriam brigado, mais ou menos assim diz o ditado popular e os pais frequentantes da Escola Primária Santa Judith, localizada num bairro nobre do Rio de Janeiro. No entanto, essa não está nem perto de ser a opinião de...