O decreto de Natal - Parte XVII

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Dedicado a Gi e Ítala, minha namorada  e filha respectivamente, que são as pessoas que me incentivam e inspiram a voltar aqui...

O sol da manhã repousou sobre a lateral do rosto de Rafaella Kalimann provocando seus olhos ainda fechados. Com certa irritação e tentando sem êxito afastar a claridade com a mão deu-se por fim por vencida e levantou as pálpebras.

Sentindo uma dor deliciosa atingir seu corpo sorriu ainda coberta pelo lençol e o pijama pacientemente colocado sobre seu corpo por sua esposa depois que fizeram amor contra sacada.

A conversa quente havia rendido um momento de prazer que ainda era percebido pelo corpo da dona de casa, mesmo sendo já de manhã. Havia chupões espalhados por seu pescoço e um leve torcicolo pela posição em que se encontrou para ser fodida de quatro ao tempo que beijava Bianca, mas nada importava.

Nada era maior do que estar bem com quem tanto queria bem. Bianca Andrade era a melhor parte da sua história, o motivo pelo qual ria a toa, mas principalmente pelo qual queria ser sempre melhor.

Sabiam que havia muito que acertar, porém que para isso ser possível necessitariam de dois imprescindíveis ingredientes: Amor e tempo. E isso tinham de sobra, pois eram apaixonadas todos os segundos de todo tempo. Não havia o que temer com o futuro.

Viver o presente, dessa forma, era tranquilo e agradável. Tanto quanto estar na cama esparramada de olhos abertos fitando o teto enquanto fazia preguiça para acordar, sabendo que a ausência da morena do lado nada mais era que a razão de uma possível travessura sua.

— Ah Bianca se você estiver destruindo uma panela nova minha... — Disse a mineira com um sorrisinho bobo no rosto lembrando da mania desastrosa que a esposa ainda tinha de se aventurar na cozinha sem qualquer sucesso.

A ação derretida, no entanto, não durou três segundos. Foi só o tempo de repetir a "boiolice" em sua cabeça para dar-se conta.

— Ah Bianca se você estiver destruindo uma panela nova minha... — Repetiu com um tom de ameaça e sem sequer revisar sua imagem no espelho saiu do quarto apressada.

Batendo o dedinho na quina de uma cadeira esquecida no corredor chegou na cozinha já deixando as fumaças saírem de suas narinas só para ter seu coração completamente abrandado. Em sua suposição infundada nunca imaginou que a esposa poderia, na verdade, só ter encomendado um café e estar prestes a subir com uma bandeja.

— Esperava te pegar na cama ainda — A Andrade falou com seu rosto ainda amassado de sono. Rafaella supôs que não havia dez minutos que ela tinha acordado e aquilo a deixou totalmente vulnerável aquela mulher de novo.

— Se for arruinar seus planos eu posso somente retornar a cama e fingir que estou dormindo — Ironizou puxando uma cadeira e em seguida evitando que a esposa fizesse o mesmo com uma em sua frente. Com carinho levou suas mãos até a cintura da sua amada e a trouxe até si a olhando profundamente. Foi amor, era amor e sempre seria amor. Não havia um tempo no verbo em que não fosse.

— General manteiga — Bianca provocou envolvendo seus braços no pescoço de Rafaella antes de fechar seus olhos. Com eles fechados traçou cada pedacinho da pele clara e suavemente beijou seus olhos e brevemente sua boca. Quando afastou os lábios deixou um sorriso largo ali.

— E você não é rendida não, né? — Perguntou a maior e Bianca negou várias vezes com inúmeros outros selinhos. Estar bem com Rafaella melhorava tudo em seu entorno. Seu humor, sua capacidade de dedicar amor... Mas não era uma forma de dependência, de forma alguma. Era saber que não havia no mundo melhor lugar para recarregar que não fosse no coração da pessoa mais amada.

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