O decreto de Natal - Parte XVIII

1.4K 110 69
                                    

Dedicado a Nali como presente de aniversário e também a minha doce Gisely por nenhum motivo especial. Apenas porque ela é incrível.

Dias depois...

— Olha nos meus olhos e diz que não está irritada — Bianca pediu acariciando os lados do rosto de Rafaella que repetiu precisamente o que ela desejava. Não estava enraivecida. Decepcionada era, por fim, uma palavra bem melhor para definir o estado de espírito da dona de casa.

Aguardou por dias a oportunidade perfeita para realizar a promessa subentendida no Natal, mas no último momento uma eventualidade atravessou-se na frente do desejo e agora estavam ali as duas: Lindas como nunca, sedentas como sempre.

— Ainda dá tempo de você me sequestrar e me levar para um lugar sem acesso ao mundo externo onde há só eu, você e esses dedos tão lindos... — A empresária falou beijando do polegar ao mindinho com um toque tão casto que só se interpretava a safadeza impressa pelo fogo que emanava dos olhos castanhos.

— Mas então quem compareceria ao mais importante lançamento da sua marca no ano? Você esperou por isso, trabalhou incansavelmente pelo triunfo e merece desfrutar do sabor de ser reconhecida pela mulher foda que você é... — Rafaella falou desamassando um amarrotado inexistente na roupa que perfeitamente havia passado para sua esposa. Não perdia a mania de mantê-la impecável. Queria que todos a vissem elegante e que soubessem que era dela.

— Eu poderia ter argumentado mais para mudar o dia para que a gente pudesse sair e... — A mais baixa começou, no entanto, parou no meio da frase ao sentir os braços fortes passarem dos seus ombros para sua cintura, girando-a rapidamente na direção do espelho. Com o corpo maior colado no seu e o perfume cítrico de Rafaella invadindo seus sentidos a morena suspirou contra a própria pele numa falha tentativa de trazer um pouco de alívio ao corpo de repente quente.

Afastando seus cabelos alongado pelas extensões colocadas para a noite de lançamento da sua mais nova paleta denominada Hollywood a esposa dominante perpassou todo seu pescoço com o nariz não deixando de olhar nos seus olhos pelo reflexo. Terminando a curva subiu pela nuca e estacionou-se nas orelhas cobertas de dois pares de brincos que havia dado a Bianca no último aniversário de casamento. Cheirosa e absolutamente sua.

— Eu tenho todos os dias do mundo para comer seu cuzinho, Bia, mas só hoje eu vou poder te ver em cima de um palco brilhando para todos verem. Eu sei que eles vão te cobiçar, vão te admirar pela sua exuberância, mas só eu te terei no fim dessa e de todas as noites. O resto a gente remarca — A mineira pontuou com o seu sotaque manso no ouvido da mulher que sentiu os dedos ainda levemente molhados tocar-lhe os quadris.

— Mas a sua surpresa está reservada para nós por hoje, não é? — Bianca perguntou mesmo sabendo da impossibilidade de que passassem sequer perto da porta de qualquer ambiente pensado para entrega dos prazeres da carne. Sabia como eram os eventos da empresa: Festas que duravam até tarde da noite, música alta e uma "sala" tão interminável a ser feita que quase desanimava a fazer qualquer coisa que não fosse dormir quando terminavam essas elaborações. Se iludir, no entanto, parecia tão bom quanto Rafa Kalimann descendo as mãos por suas pernas com as duas esmeraldas que tinha nos olhos confessando mil travessuras.

— Não deu tempo de cancelar — Rafaella falou distraída brincando com a barra do vestido azul de Bianca que engoliu em seco quando a ponta dos dedos chegaram a borda do vestido para enfim apenas arruma-lo — Pronta — A general disse provocativa se afastando de Bianca que não deixou que desse três passos. Puxou a mineira com as mãos em sua bunda e a beijou com o tesão de quem sabia que vendia uma maquiagem boa o suficiente para não precisar se preocupar com qualquer borrado.

O Decreto Kalliman Onde as histórias ganham vida. Descobre agora