FALLING - JAMES POTTER

CAPÍTULO DEZESSETE

— Ficamos presos em uma sala de aula vazia no meio do corredor — explicou Remus. — Quer dizer, alguém nos prendeu.

— Como alguém pode ter prendido vocês em uma sala? — McGonagall observou os alunos com a testa enrugada.

— A mesma pessoa que espalha os boatos pela escola — murmurou Ellie.

O tom de sua voz estava quase inaudível, mas a professora não pediu para que ela repetisse o que havia dito. A menina sentia um embrulho no estômago somente de recordar o acontecimento com a sua foto.

— Garanto que o responsável será punido da melhor maneira, senhorita Lupin — confortou a professora de Transfiguração. — Por enquanto, eu gostaria de saber o que os senhores e a senhorita foram fazer naquela sala.

Todos os estudantes se entreolharam, procurando alguma desculpa plausível para terem entrado na sala de aula completamente vazia no fim do corredor, ainda mais em um pleno final de semana.

— Nós estávamos explorando o castelo — Sirius quebrou o silêncio. — O tédio nos causa um pouco de curiosidade.

— O tédio também causou uma vontade de pregar brincadeiras pelo castelo?

— Jamais — James deu um sorriso maroto. — Por que está dizendo isso?

— Alguém pintou as paredes de um corredor próximo ao lugar em que vocês estavam — Minerva explicou, ajustando os óculos em seu rosto. — Estão dizendo que não têm nada a ver com essa brincadeira. Estão mentindo para mim?

— Isso depende de como a senhora define mentir.

— Eu defino como não contar a verdade — ela franziu uma sobrancelha. — Como o senhor define mentir?

— Eu não faria essa pergunta se fosse a senhora — Ellie colocou a mão sobre a testa.

— A senhora quer mesmo que eu responda? — ele riu.

— Receio que seja melhor não — ela disse, impacientemente. Apontou a porta de sua sala com o dedo indicador. — Podem se retirar do meu escritório.

— Com toda certeza.

O garoto de cabelos longos abriu um sorriso vitorioso assim que saíram do escritório da professora de Transfiguração.

— E ainda me disseram que não tinham feito nada — Ellie encarou os amigos com desdém. — Por que eu ainda acredito em vocês?

— Porque nos ama — Sirius sorriu e envolveu os ombros da menina com um braço.

— Se eu tivesse levado uma detenção por causa de vocês, mataria os três — ela se esquivou do abraço do jovem.

A chuva martelava as vidraças enquanto caminhavam, pelos corredores vazios, em direção à Torre da Grifinória. A garota lufana teve a sensação de que havia passado horas naquela sala antiga e empoeirada, tanto que não tinha nenhuma noção de tempo naquele momento.

— Mimbulus mimbletonia — Remus se adiantou para o quarto, antes mesmo que a Mulher Gorda pudesse perguntar a senha.

— Que senha horrível — Ellie deu um riso baixo.

— Melhor do que levar um banho de vinagre — James provocou.

O quadro girou, expondo o buraco que ocultava, e os quatro passaram. A sala comunal estava quase vazia, a maioria dos alunos parecia estar ocupada com outras atividades. Remus, Sirius e James se acomodaram em suas cadeiras favoritas, diante da lareira, e Ellie continuou em pé, caminhando de um lado para o outro.

— O seu nervosismo está me deixando nervoso — James chamou a atenção da menina. — No que você está pensando?

— No que você me disse naquela sala — Ellie passou a mão pelos cabelos. — Sobre desconfiar do Liam.

— Não vai me dizer que você não sabe que James está desconfiando do Liam por pura implicância — Sirius alfinetou o amigo.

— Não é por pura implicância! — James protestou, levantando-se do sofá com uma carranca em seu rosto.

— Por puro ciúmes — Remus corrigiu, abrindo um sorriso. — Eu realmente não acho que ele faria coisas assim.

— Você nem conhece ele direito.

— Você confia nele? — Remus perguntou para a irmã mais nova. Ela assentiu, concordando. — Se ela confia nele, eu também confio.

James balançou a cabeça para os lados em descrença.

— Isso é um jogo de confiança a partir de agora — ele cessou o silêncio. — E eu ainda não confio nesse garoto.

— O ciúmes pode matar você um dia — Sirius cantarolou.

— Cala a boca — James arremessou uma almofada em direção ao rosto do melhor amigo.