Laebah

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~Jogo~

Ahmar 

13.

Khalid

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Khalid.

Minha infância foi belíssima, parte dela nos Estados Unidos começou quando tinha quatro anos, o problema de vir de uma família como os Henry sempre foi uma questão complicada para mim e para o meu pai também, principalmente na questão de deixar nosso amado Misr.

Sentado na varanda fazendo uma de minhas orações confesso que me pegava pensando sobre todas merdas que andava ouvindo de alguns guias mesquinhos que me encontravam no cotidiano, era sempre um problema trabalhar para a própria mãe. Ouvi o barulho forte do pisar de minha Amira na porta, certamente iria entrar sem permissão para tomar o nosso chá sempre no mesmo horário.

Seu hijab preto estava bem alinhado, seus olhos escuros me encaravam sérios e sua postura superior passou pela porta me observando, gosto muito de ver minha jiddani irritada e ela sempre está irritada com um assunto em especial.

- Okay, o que a immi fez?- A acomodei e me sentei bem a sua frente, minha avó fazia um bico e cerrava seus olhos com indignação, ria em nervosismo sempre que o assunto era o funcionamento da cha a e qual das duas deveria tomar as decisões pelo lugar.

- Sua mãe está sem controle este mês- Me entregou algumas contas e algumas anotações de minha mãe- Não controla nada dos gastos, Tarek e o pai vão comprar a minha cha a para depois do casamento e irei de me mudar para a casa de seu tio Amir, Sorayah é uma nora melhor.

- Deveria tentar conversar com ela, sem brigas, claro, mas não sei se as duas conseguem- Brinquei e ela beliscou minha mão- Jiddani! Machucou.

- Atrevido, quando eu me mudar vai parar com essa graça- Me observou indignada- Já não basta ter você e Tarek invadindo minha casa para comer os biscoitos do seu tio, duas crianças, tomem maturidade! Ele vai se casar e você já vai fazer 30 anos.

Inclinei a cadeira a observando, minha Jiddani só se dedicava a duas funções desde que meu avó morreu, cuidar de meu tio Amir (mesmo que ele seja seu filho mais velho e tenha uma vida e uma família) e me arranjar prováveis casamentos, a primeira tarefa me parece sempre menos absurda quando penso na segunda.

Lhe servi o chá e ela guardou suas contas vendo que eu não concordava com as críticas, minha mãe gasta feito uma rainha, mas se eu for atrás de tentar controlar isso provavelmente vou ouvir até o último dia de minha vida.

- Não foi com os outros? Aishah foi escolhei as joias hoje- Ela revirou os olhos e negou com a cabeça.

- Eu queria te dar isso- Pegou um papel no meio de tantos outros que tentava me mostrar, ele era maior e tinha um gasto mais válido e estava estranhamente no nome de minha tia Josefine- Ela continua dando um dinheiro absurdo para o seu khali.

- Parece que nesse caso eu vou ter que fazer alguma coisa não é!?- Peguei o comprovante e pensava como minha avó conseguiu todos esses documentos, ela mesma me entregou o referente ao rombo nas contas da empresa, seu medo maior era o meu nome egípcio estar envolvido em algo ilícito, tinha medo de que eu herdasse uma empresa criminosa.

Saiu sem se despedir largando a bomba em minhas mãos, não ia deixar minha imm bancar gastos pessoais do Tom. Ouvi mais vozes e reparei que o senhor Hassan estava nervoso, era para ser um dia bem mais calmo já que Tarek iria dar um passo importante para o casamento.

Por sorte cessou e resolvi dar uma volta, passava a maior parte do meu tempo naquele lugar jogando basquete, para a decepção de uma família egípcia apaixonada por futebol. Ia todas as manhãs para a quadra, peguei gosto pelo esporte na minha infância em Los Angeles que me deu um jeito bem ocidental.

Depois de preparar a bolsa desci vendo minha mãe cuidar das plantas embalada em um casaco, sabia que a festividade de Tarek havia terminado já que voltaram tão cedo. Desde que voltei para o Egito quando tinha 12 anos passei a conhecer cada parte do que estava ao meu redor, mahal dos homens que trabalham com estofados na esquina, o cheiro de Molo vindo da tenda de Rajab e até mesmo as motos da famosa família do senhor Omar e suas quatro filhas, Aishah, Najarah, Lina e Ruman.

As famílias daquele bairro sempre se encontravam no Ramadan, mas nos dias comuns a rua é ternamente normal.

- Hali, sadiq, al salamu 3aleikon- Gritou nosso atrapalhado vizinho do fim da rua, acenei de volta e caminhei mais até a área de esportes que ficava bem mais afastado da minha cha a.

A feira estava cheia de pessoas e atravessa-la para chegar a quadra era fora de questão no momento, me arrisquei dentre turistas e vendedores aglomerados na rua bem estreita me segurando para não sair empurrando ou chutando todos, paciência não é meu forte mesmo.

Depois de passar pela rua cheguei a quadra, era muito iluminada e tinha uma arquibancada grande, mas geralmente era apenas para jogos escolares, a cesta era um mero enfeite.

- Rápido como Jordan- Tirei minha milenar bola de basquete da bolsa a jogando várias vezes em direção ao chão- Khalid Faris está mais rápido nessa temporada- Corri pela quadra assumindo defesa e ataque- Ele investe para cima do adversário e... Cesta de três pontos, Dunkar- Fiz a cesta seguida de uma pequena comemoração.

Prefiro jogar sozinho ao ver Tarek não ser bem um oponente a altura, como ainda tinha o acalorado almoço em família terminei minhas jogadas saindo da quadra. As ruas estavam ainda piores, parei perto da mahal de falafel sentindo o vento se chocar com o suor.

 As ruas estavam ainda piores, parei perto da mahal de falafel sentindo o vento se chocar com o suor

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Para quem não sabe o que é falafel.

Observei o gorro vermelho do lado oposto, ele amansava os crespos cabelos da senhorita Alves, ela levava aos lábios um copo de suco enquanto gentilmente conversava com suas amigas, então me observou, mas voltou sua atenção ao seu assunto. Senti minha respiração pesar, era uma calúnia não admitir o quanto Thália Alves é terminantemente linda.

Quando voltou sua atenção para mim soltou um sorriso e ajeitou seu gorro.

- Sadiq? Está parado faz três minutos olhando essa alnisa- O vendedor me observava- Mohamed eu ficaria esperto com esse olhar- Nem sabia necessariamente o que o responder, peguei meu pedido e segui para casa ainda olhando para trás, oh não, estou fazendo o que mais julgo em Tarek.

Notas

Estamos no segundo ato "Ahmar" ou vermelho, o livro é dividido em alguns atos com informações especificas, então talvez alguns personagens estejam mais enredos mais específicos que outros, perdão pelos erros e continuem navegando pelo Nilo, se quiser deixar seu voto ou comentário vai ser muito bem vindo.

Hijab Asfar...

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