Kul liaum

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~Todos os dias~

40.

Após o animado baile árabe na pequena loja passamos por muitas outras. Olhamos artigos e ele me apresentou elementos maravilhosos de sua cultura e como tudo em Cairo é conectado.

- Quero te dar um presente- Ainda estava com o lenço, Khalid o comprou para mim.

- Não precisa!- Sorriu e passou por mais uma entrada até uma barraca recheada de lanternas coloridas, eram como janelas de igrejas vitorianas, sua cor refletia em todos os espaços fazendo focos de luz em verde, azul, rosa e amarelo.

- Geralmente usamos no Ramadã, elas iluminam as ruas, as casas e nós mesmos também- Suspirou- E eu sempre tenho uma estranha sensação de que precisa de uma, mulher de interior nebuloso- Falou sem me encarar, observava os diferentes modelos bem atento

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- Geralmente usamos no Ramadã, elas iluminam as ruas, as casas e nós mesmos também- Suspirou- E eu sempre tenho uma estranha sensação de que precisa de uma, mulher de interior nebuloso- Falou sem me encarar, observava os diferentes modelos bem atento.

Bem no meio das mais suntuosas e coloridas lanternas ele escolheu uma menor, de metal escuro, amarela e laranja. Não preciso dizer que ele acertou amarelo sempre foi minha cor favorita. Assim que pagou seguimos andando enquanto segurava meu presente.

- Vá devagar! Minha perna ainda está quebrada sabia?

- Mas já está andando- Riu e me viu apertar asacola bem abaixo do braço- Espero que o significado religioso não seja um problema, julguei que seria um bom presente.

- Achei linda, adorei a intenção, não se preocupe.

- Tenho uma coleção inteira delas na casa nova, mesmo preferindo as verdes achei que esse amarelo combina muito com você, como se fosse sua laun.

- O que seria uma laun?

- Cor Lia, amarelo é sua cor.

O caminho foi tranqüilo e arejado, a janela estava aberta e o vento vinha com todo vapor em meus cabelos e rosto, após um curto percurso chegamos ao museu e me preparei para descer.

- Foi um ótimo almoço- Agradeci.

- Eu digo o mesmo- Concordou enquanto me observava de um jeito estranho.

- Vou entrar, estou atrasada- Falei apontando para a entrada e ele concordou abrindo as portas e me destinando um sorriso, antes de sair notei que segurava minha mão, tinha uma delicadeza invejável, era como uma terapia para a minha pele- Tchau! Hali.

- Tchau! Lia- Enquanto me levantava ele a soltava gradualmente até nossas mãos perderem o contato e eu caminhar rápido sentindo os dedos dos meus pés explodirem de inchados.

- Quatro horas?- Minha chefe estava de óculos trabalhando eu colocava novamente as luvas- Como ele está?

- Está bem, eu acho- Respondi indo para o meu lugar e respirando fundo pelo cansaço.

...

Entrei no apartamento e me sentei delicadamente, toda aquela ação só servia para piorar minha perna, eu insistia em tentar andar novamente, mas só piorava tudo.

- Tive um dia longo cara- Falei para o meu gatinho que se aconchegou embaixo do meu braço- Onde elas estão, hein? Aprontando eu aposto, vou ver se estão lá embaixo.

Abri a porta e Khalid se preparava para bater, esses encontros inesperados eram terríveis para o meu coração.

- Esqueceu o lenço!

- Obrigada!- Peguei desviando um pouco para observar se não ouvia minhas acaloradas colegas de quarto, me preocupo com saídas assim.

- Se está procurando suas amigas elas estão coma a jiddani, receberam um convite para fazer companhia a ela.

Respirei um pouco mais aliviada e notei que mesmo tendo cumprido seu objetivo o Faris continuava na porta me observando.

- Quer entrar?- Perguntei e como um jato ele passou e pegou meu gato no colo. Poirot era muito anti-social com pessoas desconhecidas, mas ele se embolou em Khalid.

- Fiquei preso nessa cha. a o dia todo- Encostou a cabeça no sofá- Como é possível sua vida declinar em um mês?

Arregalei os olhos e me sentei ao seu lado, ele não continuou com o que estava falando, parecia mais preocupado com algo em sua mente enquanto pela primeira vez desde que cheguei aqui o sol estava forte no fim da tarde e iluminava toda a sala.

Podia ouvir sua respirava viajar pelo cômodo e mesmo que às vezes nada no mundo tirasse a paz dele ainda podia notar tensão em seus trejeitos, estava confusa com que sentimentos eu causava nele. Desviou seu olhar para mim, de maneira direta, penso que nem eu me olhava tanto no espelho e parecia que cada detalhe meu fosse único e digno de minutos da sua atenção, me envolvi pela densidade do momento.

- Precisa parar de me olhar assim- Falei ainda o observando.

- Nada no mundo é capaz de me fazer parar de olhar cada segundo para você- Respondeu e me esquivei tentando me reconectar com a situação atual da minha vida, com tudo que aconteceu e pode acontecer, mas ao tocar meu pulso como hoje mais cedo eu sabia que ele anestesiava todos os meus anseios.

- Khalid?- Olhei bem em seus olhos procurando motivos para parar, mas apenas pude fechar os meus e sentir os lábios quentes do guia.

Estávamos viciados, ele se aprofundava cada vez mais em meu ser e eu sentia meu coração saltitar a cada intervalo, segurava sua nuca. Seu corpo estava contra o meu e suas mãos apertavam minha cintura de uma forma muito boa enquanto o apertava junto a mim, depois de segundos sem respirar ou desgrudar, Khalid jogou sua cabeça para trás, me deu um pequeno beijo e disse:

- Nunca mais vou deixar você fugir de mim.

Eu amo Khalid Faris e eu o quero inteiramente para mim.

NiloOnde as histórias ganham vida. Descobre agora