Existem amores que surgem como as velas bufantes das embarcações do Nilo.
E existem aqueles amores com um ardor semelhante ao do deserto do Cairo, este amor se assemelha com duas almas entrelaçadas por sentidos diferentes, amor e ódio estão diretame...
- Tire Joe desta fala! Ela não está influenciando seu amigo, e se ele gosta mesmo dela o que você e eu temos com isso?- Odiava a forma como ele falava, achando que sabia de tudo e sobre tudo, não era nosso assunto, eu não me meto nos assuntos de Joe até ver que realmente preciso me meter, seu senso equivocado de proteção parece ridículo, já que temos apenas alguns dias nesse país.
- Allai, se controle, o problema não é Joeli, o problema é o cabeça de vento do Hassan- Gesticulou bastante como se eu não pudesse ouvi-lo- A questão é que ele tem um casamento arranjado, ele deu a sorte de não ter que se relacionar ou gostar de alguém, e joga isso fora sempre que pode.
- Romantiza mesmo casamento arranjado?- Debochei o vendo fazer uma careta- Tarek quer isso?
- As coisas funcionam diferente aqui, não é como se ele tivesse escolha, é o dever- Piscou um pouco e encostou a cabeça na parede.
Eu deveria contestar e dizer para deixar o amigo com as próprias decisões, mas não era meu assunto, meu assunto era sobre falar sobre o noivado dele para Joe, não suportaria fazer dela uma intrusa na vida dele, seria injusto e desrespeitoso com a moça com quem ele vai se casar.
- O dever deve transpassar sua vontade?- Falei e ele me deu atenção como se eu não tivesse noção do absurdo que acabei de soltar, talvez só não quero admitir que preciso entender a forma como ele diz e age sempre achando que as coisas são sempre equivocadas, por favor, não me ache mais otimista.
- Deve!- Respondeu simples e ríspido- Eu tenho o dever de honrar aos meus pais, de proteger meu lar e as pessoas que eu amo e seu meu dever fosse garantir a amizade do meu pai ou qualquer coisa para o meu pai eu também me casaria.
- É um jeito rude de se levar a vida, acredite em mim, nada vale sua felicidade....- Não como uma crítica a ele, ele parece ter o poder dessa escolha posterior, mas ele parece se escorar no conceito da situação do amigo para justificar a si mesmo.
- Não sabe o que está falando- Se levantou e mexeu em seu celular- Tarek não precisa disso, como eu disse, as coisas são diferentes aqui.
- Não estou criticando, mesmo, mas sujeitar ele e essa moça a isso...- Dei um sorriso envergonhado- Está tentando convencer ele a algo que claramente não quer, e talvez isso se torne uma bola de neve e não vai poder tirar ele depois.
- Bruh fil, não vou aturar, você não me conhece, obrigada pela"sensatez" desgastante- Entrou em um dos caminhos e eu o segui, não era fácil o aturar, e eu sabia que desde o dia que coloquei meus pés aqui, comprei uma apatia gigante de Khalid Faris.
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Narrador.
Estavam sentados em uma doceria provando varias coisas, Mirela sempre astuta logo percebeu que Tarek e Joeli estavam cada vez mais próximos, ganhando mais assunto e intimidade, as personalidades coexistiam na conversa fazendo de cada detalhe da construção da nova amizade fosse mais atraente que o normal.
