FALLING - JAMES POTTER

CAPÍTULO SETE

Como de costume, a sala comunal da Lufa-lufa estava razoavelmente cheia, porém bem silenciosa. Assim que passou pela porta, a lufana se sentiu nervosa e as bochechas queimaram quando viu que algumas pessoas a olhavam com desdém. A jovem correu os olhos em busca de seus amigos e encontrou Agatha conversando com uma amiga do quinto ano.

— Você finalmente apareceu aqui — Agatha sorriu, dando batidinhas com a mão no sofá. — Queremos falar com você.

— Por que eu sinto que é algo que eu não quero ouvir? — Ellie se sentou, colocando a mochila em seu colo.

— Deixa de ser chata, Ellie — Agatha mostrou a língua, zombando. — Que história é essa do baile? Você vai mesmo com Sirius?

— Vou — Ellie respondeu. — Já entendi o motivo para um monte de garotas estarem me olhando como se eu tivesse acabado de cometer um crime. Como ficaram sabendo?

— Fofocas — disse a outra garota.

— Eu não quero nem saber quem já sabe disso — Ellie suspirou.

— Provavelmente ele sabe — disse Agatha, tímida. — Mas acho que não tem problema.

— Como você pode achar que não tem problema? — ela disse, irritada. — Ele vai me perturbar quando me encontrar em algum canto desse castelo.

— Tem muitos boatos rondando pela escola — Joana revelou.

— Como assim? — Ellie franziu uma sobrancelha.

— Tem alguém contando para todo mundo sobre coisas pessoais de outras pessoas. Até coisas pessoais demais.

Agatha e Ellie se entreolharam. As três estavam pensando em opções de acusação, mas não revelaram nomes. Ellie olhou em volta da sala comunal, as mesmas pessoas ainda a encaravam sem parar.

— Torçam para eu não descobrir quem está espalhando essas coisas.

Levantou-se do sofá e caminhou até a saída da sala comunal. Não estava com cabeça para ficar naquele mesmo ambiente com todo mundo a encarando por conta de uma história mal contada. Ellie voou pelos corredores, chegando até o jardim do castelo.

Estava tão distraída que mal percebeu quando esbarrou em alguém. Quando ela olhou para cima, encontrou o olhar de ninguém menos que James Potter.

— Ei, tudo bem? — James perguntou, preocupado.

— Sim.

— Fugindo de alguém?

— Não, só estava andando por aí, distraída. Desculpa por esbarrar em você — Ellie deu um sorriso fraco. — Você viu o Sirius?

— Eu estava indo atrás dele também — ele olhou para o fim do corredor. — Alguma coisa aconteceu? Você parece preocupada.

— Sirius não te contou nada?

— Ele te convidou para o baile — James deu de ombros. — Disso todo mundo já sabe.

— Quem te contou?

— Ninguém me contou, eu ouvi — James reparou no semblante de irritação da menina. — Fofocas acontecem o tempo todo. Não tem por que se irritar.

— O problema é que não é a primeira vez que isso acontece.

— É melhor não acusar o meu melhor amigo na minha frente — James defendeu Sirius.

— Eu não estou acusando ninguém — Ellie caçoou. — Eu sei que Sirius não iria espalhar para a escola inteira que me convidou. Ele pode até ser idiota, mas não tanto assim.

— O que estão falando de mim?

— Incrível como ele ouve a palavra idiota e aparece — James riu.

Uma exclamação no fim do corredor alertou os dois adolescentes. Sirius caminhou até eles, as mãos no bolso e um sorriso frouxo nos lábios. Logo, ele percebeu que havia alguma coisa de errado.

— Quem morreu? — perguntou.

— Ninguém! — Ellie e James disseram em uníssono.

— Que bonitinhos, já estão até falando ao mesmo tempo — Sirius apertou a bochecha de Ellie e ela recuou. — Tudo bem. Posso saber o que aconteceu?

— Tem um fofoqueiro entre nós.

— Entre nós — James encarou Ellie. — Você diz que não está acusando ninguém, mas fala uma coisa dessas.

— Também estão brigando como um casal velho — completou Sirius. Ellie encarou ele com desdém. — Juro não falar mais nada. Pode continuar.

— É modo de falar, seu idiota — Ellie retrucou a reclamação de James. — Alguém contou para todo mundo que você me convidou para o baile e descobri que não é a primeira vez que alguém sai espalhando coisas sobre as pessoas da escola.

— Marlene estava mal por algo assim essa semana — Sirius revelou. — Alguém espalhou uma informação bastante pessoal sobre ela.

— Por Merlim — disse a menina da Lufa-lufa, incrédula.

— Tem alguma ideia de quem seja? — James perguntou.

— Não.

— E se for o Macmillan? — Sirius mordeu o lábio inferior. — Quer dizer, eu acho que ele faria qualquer coisa para ficarem com raiva de você. Então fez todas as meninas se revoltarem contra você.

— Eu concordo — James inclinou a cabeça em direção ao melhor amigo.

— É uma hipótese — ela assentiu. — Querem me ajudar com isso?

James e Sirius se entreolharam e concordaram com a cabeça.

Se havia mesmo alguém querendo revelar todos os segredos e histórias que rondavam a vida dos estudantes da escola, essa pessoa não se esconderia por muito tempo.