Parte Trinta e Sete

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Manhattan, Nova Iorque. 2008 d.C.


Já fazia tempos que Perséfone perseguia a bruxa, não aguentava mais aqueles joguinhos de ficar desviando os feitiços. Agora encurralara Deyse num beco sem saída. O prazer de poder matar a bisneta de Louis começava e lhe dominar as entranhas.

— Fim da linha, Deyse.

Liflyite! – A bruxa lançou o feitiço em si mesma, o que fez com que começasse a levitar.

Acorrentulus! – Perséfone acorrentou Deyse pelas pernas e puxou a mulher de volta para o chão.

Deyse tentava se livrar das correntes que lhe prendiam as pernas. A deusa estava se aproximando mais dela.

Lindness. – Da mão da mulher uma bola de luz saiu, cegando Perséfone por um tempo.

A deusa não se sentiu abalada pela cegueira momentânea. Esbanjou um enorme sorriso e quando estava sobre Deyse já tinha sua visão de volta:

— Eu falei que é o fim da linha.

— Por favor, Perséfone... – Deyse estava em desespero. – Eu tenho... Eu tenho que criar meus filhos. – Ela falou com os sentimentos, pois a consciência sabia que não podia dizer para a deusa que tinha filhos.

— A vida é uma piada, não é mesmo? Essa foi a mesma desculpa que seu bisavô usou quando eu o matei. – Perséfone riu. – Mas me fale mais... Onde estão os seus filhos?

— Você não vai tocar nos meus meninos!

— Ah não, isso você pode ter certeza que eu farei! Agora eu deixo nas suas mãos decidir se será rápido ou se vamos manter a tradição familiar dos Francher de ficar fugindo de mim.

— Eu não sei como você me localizou, mas você não pode chegar até meus filhos. – Deyse não conseguia manter o olhar na deusa, pois sentia desespero e pânico. – Temos uma maldição nos protegendo.

— Achei você porque meu anel me mostrou onde te encontrar. – Perséfone esticou a mão direita para olhar o anel-estelar. – Acho que a maldição de vocês está enfraquecendo... Então é pra isso que usaram meu Baú da Fortuna. – A deusa olhou para a mulher e se agachou para ficar no mesmo nível dela. – A melhor forma de se matar é garantindo que não vai se voltar a vida. – Perséfone enfiou a mão no peito de Deyse e lhe arrancou o coração.

A deusa levantou-se sorrindo e dando risada para o coração que dava seus últimos reflexos de impulsos nervosos, as últimas batidas. A caçada pelos Francher voltará a ativa e dessa vez ela iria triunfar.

— Perséfone. – Sullivan entrou no beco arrastando um bruxo pela orelha. O homem tinha o corpo todo cortado pelas adagas do Caçador de Dragões. – Esse bruxinho sabe a profecia e vai repeti-la para que você ouça com seus próprios ouvidos.

A profecia?! – Perséfone deixou o coração de Deyse cair no chão e correu para os dois homens.

— Vai seu rato! Começa a repetir o que me disse. – Sullivan deu um tapa na cara do bruxo.

— Eu não vou... – Foi interrompido por outro tapa do caçador. – Eu prefiro morrer a contar para ela!

Hypnd. – Perséfone soltou o feitiço, colocando o bruxo em transe hipnótico. – Agora, diga-me a profecia. A profecia que se refere a minha derrota.

Por um momento pareceu que o corpo do bruxo estava vazio, sem vida, mas então se pronunciou com a voz arrastada:

— O Escolhido com a maldição irá acabar. Os seres que se escondem hoje, voltarão a habitar. O retorno dos deuses é iminente. A magia novamente vai governar, mas todo cuidado é pouco, ou pode se queimar. Amigos um dia se tornarão inimigos, e poderão lhe matar. Seres místicos estarão ao seu lado para o mundo não se acabar. Lembre-se que aos quatorze uma escolha terá de fazer, para o mal ou o bem prevalecer.



FIM

Continua em A MALDIÇÃO DE PERSÉFONE - BRUXOS E DEUSES 1

Perséfone - A Origem (Bruxos e Deuses)Where stories live. Discover now