Parte Trinta e Cinco

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Sullivan encontrou o salão do trono de Perséfone com algumas dezenas de cathies de cabeça baixa. Deméter estava ao lado da filha no trono. A deusa olhou para o homem e a raiva deu espaço à um brilho de esperança em seus olhos:

— Sullivan, me diga que você os matou!

O Caçador de Dragões negou com a cabeça. Não entendia o que significa a presença de todos aqueles cathies ali, pelo jeito que estavam, Perséfone devia estar xingando a todos.

— Como não?! – A raiva voltou para a bruxa. – Eram apenas quatro bruxos contra você e Decatur! Por que não mataram eles?

— Perseu e Ethan estão mortos. – Sullivan começou a se explicar. – Na verdade Perseu está morto, Ethan...

— VOCÊS FORAM CAPAZ DE ELIMINAR SÓ UM? ­– A deusa não tinha paciência.

— Como eu estava dizendo: Perseu está morto. Ethan lançou um feitiço e se tornou uma estátua, ele está petrificado nesse momento. – Sullivan deu uma pausa. – Esse feitiço impediu que chegássemos até Deyse. Arthur provavelmente está no Clã BPM, para onde a Gudren levou a menina.

— Gudren? – Perséfone arqueou as sobrancelhas. – A mesma Gudren que me traiu?

­— Sim. Ela ajudou os Francher na fuga.

— Se essa bruxa desgraçada surgir na minha frente, eu juro que mato ela aos poucos... – Perséfone ficou um pouco pensativa. – Vamos atacar o Clã BPM. Eu não ligo se isso gerar outra guerra.

— Você não entendeu Perséfone? Ethan usou o corpo dele para fazer uma barreira mágica. Não tem como passar... – Sullivan olhou da deusa para Deméter.

— Filha, você terá que arrumar outro jeito ou esperar. – Deméter olhou para Perséfone tentando acalmá-lo.

Perséfone sentou no trono, se sentiu encurralada. Os descendentes de Louis estavam vivos, roubaram-lhe o Baú da Fortuna... Ela precisava alcançar o seu objetivo o quanto antes.

— Por que todos esses cathies estão aqui? – Sullivan quebrou o silêncio olhando para os mutantes.

— Roubaram o Baú da Fortuna, como Antony disse que iriam fazer, e não tem um que tenha sido eficiente no serviço de cuidar do palácio na minha ausência.

— Eles vão lançar alguma maldição... – O caçador olhou para a bruxa.

— Sim. Saiam daqui antes que eu arranque o colar de vocês. – A deusa espantou os cathies. Quando ficou apenas a mãe e o conselheiro ela tocou no assunto mais delicado. – O que me preocupa mais no momento é que Antony disse que a profecia da minha queda já foi finalizada. Eu preciso saber o final dela. Por que o Oráculo não me trouxe mais versos?

— Deve ser por conta do anel-estelar. Ele é um veículo mágico um pouco profético... – Sullivan comentou. – Mas iremos pegar os refrãos restantes. Qualquer bruxo logo vai ter conhecimento da profecia. Deveríamos destruir o Clã Bassour e o Clã Psylock.

— Não, geraria guerra. – Perséfone não gostou muito da tática. – Se destruirmos os dois clãs, tem grandes chances dos outros clãs se unirem ao BPM. Mesmo com a maldição sobre os bruxos, ainda preciso de pelos alguns ao meu lado.

— O que faremos então, minha filha? – Deméter indagou.

— Vamos esperar mãe. Um dia algum dos Francher sai dessa barreira mágica, e quando isso acontecer – Perséfone olhou para o anel-estelar em seu dedo, o qual emitia um pequeno brilho. – eu vou saber. Até lá devemos nos preparar para o pior. A Aliança Púrpura será avisada de tudo, e quando eu tiver a profecia saberemos o que fazer para impedi-la de se concretizar. Vou correr contra o tempo agora.

Perséfone - A Origem (Bruxos e Deuses)Where stories live. Discover now