Parte Trinta e Quatro

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O palácio de Perséfone estava na mesma calmaria de sempre. Alguns cathies circulando e cumprimentando a deusa no costumeiro papoulês, língua que tinha mais sentido se usada pelos bruxos, já que veiculava feitiços. Na sala do trono Deméter esperava sentada nas escadas que levavam ao assento da bruxa.

— Conseguiu acabar com os Francher, minha filha? – O cheiro de trigo que a deusa emanava era forte ao ponto de se sobressair ao cheiro das flores que Perséfone emanava.

— Sullivan e Decatur foram atrás dos últimos. Preciso ir até a sala dos tesouros. Alguém esteve aqui?

— Quando você diz "alguém", está se referindo a quem? – Deméter se prostrará de pé.

— Algum dos Imortais. – Perséfone seguiu para o corredor que ficava a esquerda do salão. – Ballard e Eyle, para ser mais específica.

— Desde que cheguei ninguém passou por aqui. – Deméter seguia atrás da filha.

O corredor era extenso e tinha apenas enormes vitrais nas duas paredes laterais, ao fundo uma porta de madeira que deveria ter uns 5 metros de altura. Dois cathies faziam a guarda alguns passos à frente da porta.

— Olá Perséfone! – Os dois cumprimentaram em uníssono.

— A quanto tempo estão no turno? – A deusa olhou de um para outro.

— Cerca de duas horas, senhora.

Perséfone e a mãe passaram pelos cathies. As portas da sala dos tesouros se abriu. Ali dentro não havia tantas coisas, Perséfone não era do tipo que se apegava a coisas materiais, mas se havia algo que era importante para ela era o Baú da Fortuna. Hécate presenteara Perséfone com a caixa para que a maldição fosse lançada.

A deusa guardará a caixa bem ali naquele pedestal ao fundo da sala, o qual agora não tinha nada para exibir.

POR HADES! – Perséfone berrou fazendo o castelo vibrar.

— Filha... O que deveria estar ali? – Deméter apoiou a mão no ombro da outra deusa.

— O Baú da Fortuna. Me roubaram o Baú da Fortuna! – A bruxa jogou a mão da mãe para o lado e seguiu de volta ao corredor bufando. – Se eles pegaram a caixa é por que irão lançar uma maldição.

Os cathies tremiam com a aproximação de Perséfone.

— Vocês são dois inúteis! É isso que são! – A deusa esticou os dois braços, arrancando o colar de berilo vermelho de cada um, deixando dois gatos enormes gatos que logo zarparam dali.


Longe de Catânia, Sullivan e Decatur voavam a toda velocidade. Perséfone fora verificar a veracidade sobre o que Antony dissera sobre o furto do Baú da Fortuna, e deixara os dois encarregados de alcançar o quanto antes a filha de Albert.

Já estavam sobrevoando território norte-americano. Decatur podia sentir o cheiro dos Francher cada vez mais perto. Tinham que correr antes que os fugitivos alcançassem o Clã BPM em Portland.

— É mais de um. – Decatur afirmou para o Caçador de Dragões.

— Você consegue sentir? – Sullivan indagou.

— O fedor dos Francher é diferente. – O dragão deu uma risada estrondosa, o que deve ter soado para os mortais como um trovão, mesmo que o céu estivesse límpido.

— Perséfone não me escutou... Agora temos que ficar nessa caçada infinita. Estamos perdendo tempo, não vamos conseguir avançar desse jeito.

— Ela tem que cumprir com a promessa dela o quanto antes, Sullivan. – O dragão deu um rodopio mudando a direção do voo. – Meus irmãos ainda estão na Ilha dos Dragões. Entramos nessa pela liberdade deles.

Perséfone - A Origem (Bruxos e Deuses)Where stories live. Discover now