Parte Vinte e Nove

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Illinois, Estados Unidos. 1955 d.C.


Fazia exatamente três meses desde que Sullivan e Decatur haviam matado os dois jovens bruxos nos portões do Clã BPM, declarando guerra contra Louis, seus bruxos e os seres místicos que estavam fortalecidos pela abertura temporária na maldição.

Louis cumprira a promessa de guerrear, e ali estava ele, cara a cara com sua mestra. Perséfone formara um batalhão das criaturas mais asquerosas do mundo, entre eles haviam basiliscos, campes, centauros selvagens, drakons, gegenes, harpias, karpos, lestrigões, queres, cathies montados em grifos, entre vários outros que davam arrepios em quem os visse.

— As coisas não precisam acontecer desse jeito, Perséfone! – Jett exclamou desesperada.

— Foi ele que quis que fosse assim, Jett. Não posso fazer nada. – Perséfone continuava a encarar Louis no outro extremo do Grant Park.

— Os dois estão errados. – Emma falou.

— Não, Emma. – A deusa estava plena. – Louis nos forçou vir até Chicago.

— Eu não creio que ele iria mover todo esse exército até Catânia. – Ballard acrescentou. – Devíamos ter deixado ele quieto.

Decatur planou toda a área, passando pelo exército inimigo e pousando ao lado de Perséfone. Sullivan desmontou do dragão e se aproximou correndo.

— Eles estão usando a ferrovia para chegarem até aqui, ainda têm alguns a caminho. – O Caçador falou e sorriu para os Imortais. – Estão prontos para acabar com o amiguinho de vocês?

— Calado, carrasco. – Marx sibilou.

Os exércitos se encararam por um longo tempo, todos à espera do menor sinal se quer de ameaça. Então o som magnífico invadiu o parque. Sons de flautas que entravam nos ouvidos e chegavam à alma, mas essas melodias traziam em si a raiva, a revolta, a vingança.

— Os faunos. – Wilson reconheceu a origem da melodia.

Os homens com pernas de bode entraram calmamente, portando lanças e arcos em suas mãos. A frente deles o líder andava com passos determinados, e seus olhos prateados fazendo até Perséfone ficar arrepiada.

— Eu sou Mario Grunbaum, líder dos faunos de Chicago, e hoje eu trouxe meu povo aqui para fazer justiça. Será neste solo que morreremos para tentar livrar o mundo de sua maldade, Perséfone. – E foi ao fim dessas palavras que os faunos se lançaram contra o exército da deusa.

— Atacar! – Louis gritou, criando uma barreira na frente do seu exército.

— Não deixe ninguém sair vivo. – Perséfone disse quase num cochicho e ficou a observar seu exército se lançar contra os inimigos.

A Névoa já estavadensa para esconder a guerra dos olhos dos humanos, mas não seria o suficiente,o céu se fechou sobre o Central Park e a tempestade desabou acima de todos,separando a realidade da vista dos mortais. Os Imortais estavam observando seus bruxos lançarem diversos feitiços sobre os inimigos quando Marx se virou para a deusa e ficou um tempo a fita-la até criar coragem e dizer:

— Eu não consigo fazer isso. Louis é meu melhor amigo. Eu estou fora também, Perséfone. – Os chifres do bruxo brilharam, fazendo com que seus pupilos do Clã Psylock parassem por um momento e começassem a atacar as criaturas de Perséfone, um ataque de dentro para fora. Marx correu pelo campo e Louis abriu a barreira para ele.

— Quando eu digo que eles precisam de rédea, você não me escuta! – Sullivan cochichou na orelha da deusa.

— Mais alguém a fim de se juntar ao Louis? Mais alguém interessado em largar a causa pela qual vocês lutaram por séculos? – Perséfone estava furiosa.

Perséfone - A Origem (Bruxos e Deuses)Where stories live. Discover now