O rapa

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 Faziam apenas alguns meses que Midoriya havia entrado para a polícia, mas já tinha que trabalhar junto do chefe da pm em uma favela específica, controlada pela facção Shie Hassaikai. Depois das últimas vezes que lidou com os criminosos da liga da quebrada, liderada por um homem que atendia pelo nome de Shigaraki, tinha noção de como era árduo o trabalho que escolhera.

 Ocupava a posição de soldado, sob a responsabilidade do cabo Mirio Togata, um homem loiro em seus 23 anos que estava sempre muito sorridente, era possível ver que o trabalho realmente o fazia feliz, um sentimento que o esverdeado compartilhava. A escolha da carreira foi feita com auxílio de seu padrasto, quem admirava profundamente como profissional, Toshinori já estava aposentado, havia servido como funcionário público pela maior parte de sua vida.

 No presente dia, não havia muito conflito no local onde atuaria, o objetivo era simples: recolher produtos de camelôs e aplicar multa aos vendedores de falsificações e artigos roubados. Ao perceber a chegada do poder executivo, os ambulantes apertaram o passo, alguns escapando mais facilmente do campo de visão dos militares, porém muitos se puseram a correr, tentando evitar ter suas mercadorias levadas:

 — Oh o rapa! — gritou um homem loiro por volta dos vinte anos, logo sendo alcançado por Togata e desistindo da fuga.

 — Senhor, se não tiver uma licença vou ter que recolher seus eletrônicos. — anunciou.

 — Ah não cara, faz isso comigo não, eu preciso pagar meu aluguel!

 — Senhor, por favor entregue a mercadoria.

 — Na moral, não dá pra deixar passar só hoje não, mano?

 — Não, sinto, por favor entregue.

 Midoriya conseguiu identificar o jovem, conhecia Kaminari pelas redes sociais de Ashido, eram amigos próximos e o deixava meio triste ter que recolher seus pertences, todavia o trabalho tinha que ser feito. Entre os camelôs espalhados que tratavam de escapar, um rapaz de cabelos bicolores carregava casacos que diziam ser da GAP e Supreme, foi este quem tentou alcançar.

 Perdeu o heterocromático de vista ao entrar numa viela, rapidamente viu os fios vermelhos sumirem de vista enquanto adentrava o espaço estreito onde encontrou uma moça baixa de cabelos castanhos com uma franja lhe cobrindo os olhos, ela vestia uma camisa de cogumelo e aparentava estar vendendo alucinógenos:

 — Komori, é a PM. — constatou a acompanhante, uma mulher um centímetro mais alta que o trabalhador, tendo o cabelo verde alguns tons mais claro que o dele.

 — Shiozaki, o que a gente faz? — se preocupou, com o medo de ir para a cadeia a alcançando subitamente.

 — Vocês estão presas em flagrante por venda de substâncias ilegais, coloquem as mãos atrás da cabeça e fiquem de joelhos. — o profissional levou a mão ao coldre, retirando a pistola.

 — Larga a erva e corre, a gente consegue mais depois! — tomou o pulso da amiga, correndo para a direção oposta que o ambulante de alguns momentos atrás havia tomado.

 Kinoko entristeceu-se, a maconha era plantada por ela em casa, em seus diversos vasos, tanto comuns quanto suspensos. Conseguiu se liberar do apego emocional a sua colheita somente ao ver o oficial apontar a arma em sua direção, vendo que as duas desejavam resistir. Finalmente liberou a sacola na qual carregava a droga, sumindo em um beco qualquer antes que Izuku chegasse a atirar:

 — Droga. — ralhou consigo mesmo quando chegou no início da passagem, sem encontrar as traficantes. Priorizou apreender a substância, abaixando para coletar a sacola e retornar com ela para a delegacia.

 Finalmente tendo se afastado da confusão, Todoroki havia encontrado um ponto de ônibus familiar e parado de se movimentar. Foi rápido o suficiente para sair do bairro em alguns minutos e focava em estabilizar sua respiração enquanto lia os destinos dos transportes públicos passando pela rua. Passados aproximadamente vinte minutos, um veículo que iria para perto de sua casa passou, logo pôde adentrar e esperar retornar para o conforto de sua morada.

 Ofereceu os casacos, conseguindo vender um supostamente da Supreme para um garoto que ia para algum lugar com os amigos. Desceu do automóvel, passando por três quarteirões até alcançar a casa de seu irmão, retirando a chave do bolso, encaixando na fechadura, girando e abrindo o portão, repetindo o processo para a porta. Largou as vestimentas que tinha nos braços em uma poltrona ao lado do sofá, caindo no segundo móvel cansado com a perseguição que havia participado:

 — Tá em casa cedo. — apontou Dabi, o homem permanecia sentado em uma cadeira plástica próxima da porta de vidro que separava o interior e exterior da casa, estava também com os pés em cima de uma mesa feita do mesmo material, fumando um beck — Rolou algum problema?

 O mais novo fitou o parente, tinha o smartphone em mãos e os cabelos espinhentos mal se moviam com o vento fraco que soprava por ali. Por alguns segundos o meio a meio considerou se havia realmente feito a coisa certa ao decidir morar com Toya, quem agora não gostava sequer de ser chamado pelo nome, mantendo o codinome que usava na liga como um apelido fora desta. Decidiu por contar o que o obrigou a retornar ainda à tarde:

 — Rolou um rapa lá na avenida, quase me pegaram, eu escapei por pouco.

 — Eita, esses casacos são chatos de arranjar pra mim, melhor não perder. — soprou fumaça depois do aviso — Sou traficante não falsificador.

 — Eu sei, você entrou pra liga da quebrada quando fugiu de casa.

 — Como eu já disse algumas vezes, se quiser entrar pra liga é só falar, dá dinheiro.

 — Falsificação já é crime suficiente pra mim por enquanto.

 — Como quiser. — abaixou o celular para olhar melhor o mais novo, notando o cenho franzido, virando a substância enrolada na direção do outro — Vai?

 Se surpreendeu com a oferta, erguendo uma sobrancelha enquanto questionava a contraditoriedade desta:

 — Você não disse que não me daria drogas?

 — Claro, eu não vou te dar cocaína, crack nem alguma das outras que eu vendo, mas uma verdinha é de boa, você tá com cara de quem precisa relaxar.

 Chegou a considerar silenciosamente por um curto espaço de tempo, logo negando com a cabeça. Por mais que Dabi não fosse o irmão ideal, a feição desanimada de Shoto havia o deixado apreensivo, foi então que se recordou de mais uma alternativa para tentar levantar o astral do jovem:

 — Vai rolar um baile no território da SH, eu vou me encontrar com um informante lá, acho que seria bom você ir, desestressar um pouco.

 — Pode ser. — cedeu, por fim, às sugestões.

 Nós esperamos que vocês tenham rido tanto quanto rimos escrevendo esse capítulo kkkkkk simplesmente não pudemos resistir quando eu falei que o Overhaul daria um bom dono do morro de fanfic. Talvez a gente só tenha comprado maconha demais na mão do Dabi kkkkk lembrem de deixar um voto se gostaram e de seguirem minha co-autora Kalee_star

Boku no morroOnde histórias criam vida. Descubra agora