Revejo os esquemas que o senhor Spock havia feito comigo e retomo o projeto de onde paramos. Não demora muito pra que notem minha ausência.
– Mais um compromissado com o trabalho. Estou começando a pensar melhor sobre a ideia de novos tripulantes.
Se não tivesse sentidos aguçados, me atreveria a chamá-lo de sombra.
No cômodo inteiro só havia uma lâmpada. A garagem de Matthew não era muito iluminada, e a noite apenas fazia seu trabalho. Além da bancada, nada mais se fazia nitidamente visível em termos comuns – tirando eu mesma, é claro.
– Achei que as naves da Frota eram preparadas para carregar o número suficiente de tripulantes, e algo me diz que a Enterprise está quase com excedente em seu contingente padrão de peso.
– Como sabe o quanto de peso um Cruiser suporta? – pergunta curioso.
Droga. Através de Techno, com toda certeza. Preciso de uma desculpa rápida.
– Comentaram algo assim na ala de engenharia – minto.
Permaneço sem desviar o olhar do trabalho, mantendo a mesma postura para que não desconfiasse de nada.
– Ah, é claro. A coisa dos sentidos.
Teria que tomar mais cuidado com o que falava, ainda mais na frente do capitão da nave. Não queria desconstruir toda a confiança que tivera montado até agora.
– Bem, tem uma cama sobrando no quarto. Eu e Matthew dormiremos nos sofás.
– Agradeço a gentileza, Capitão, mas vou pegar a guarda noturna. A propósito, pode me emprestar seu feiser? Tenho uma ideia em mente.
– Uma ideia? – ele se aproxima. – E qual seria?
Agora dentro da percepção visual Kirk me observava, dividindo sua atenção com o projeto inacabado na superfície de madeira à minha frente. Seu cheiro de uma hora pra outra fica mais forte – era doce e suave –, e por algum motivo eu não conseguia tirar os olhos dele.
O mesmo frio de antes na região abdominal toma meu ser sem aviso prévio. Podia sentir meus batimentos ao pé do ouvido aumentarem gradualmente.
– Hm, é sobre... – engulo a seco.
Sou forçada a me interromper. Não poderia permitir que meus ânimos se alterassem com tanta facilidade e trouxesse isso à público. A presença do rapaz estava começando a se tornar perigosa.
Pra disfarçar abaixo a cabeça e pressiono meu osso nasal, respirando fundo ao fechar os olhos. Aquilo fora repentino demais. Não esperava uma reação dessas vindo de mim.
– Você está bem? – seu interesse de outrora se torna em preocupação.
Acabara de piorar as coisas, agora tinha mais ainda sua atenção. Por que não tinha agido naturalmente como de praxe? E por que ele precisava ser tão atencioso?
Começo a sentir uma quentura interna aumentar ligeiramente. Precisava dar um fim nisso de uma vez por todas antes que viesse a me complicar mais.
Ouço no fone:
° Batimentos acima do normal detectados. Temperatura corporal em 40ºC. Stark, você está bem? Posso ajudar em algo? °
Claro, obrigado por perguntar, filhote. Lembre-me de programar um plano de contingência pra essas situações futuramente.
– Hm, sim eu... Dor de cabeça! É isso, apenas uma pequena dor de cabeça. Logo passa. Nada com que precise se preocupar. Eu estou bem – falo um pouco mais rápido do que o normal.
JE LEEST
𝙎𝙩𝙖𝙧𝙠 𝘼𝙙𝙫𝙚𝙣𝙩𝙪𝙧𝙚𝙨: Star Trek
Sciencefiction"𝑂 𝑒𝑠𝑝𝑎𝑐̧𝑜, 𝑎 𝑓𝑟𝑜𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙. 𝐸𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑠𝑎̃𝑜 𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 𝑑𝑎 𝑛𝑎𝑣𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑙𝑎𝑟 𝐸𝑛𝑡𝑒𝑟𝑝𝑟𝑖𝑠𝑒, 𝑒𝑚 𝑠𝑢𝑎 𝑚𝑖𝑠𝑠𝑎̃𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑛𝑐𝑜 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑙𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑑𝑒 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑚𝑢...