𝙎𝙩𝙖𝙧𝙠 𝘼𝙙𝙫𝙚𝙣𝙩𝙪𝙧𝙚𝙨: Star Trek

⤷ 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟗

Passando pelos guardas, finalmente adentro a academia da nave. Era bom ter liberdade para caminhar por ai sem ninguém te barrando.

O lugar para treino físico estava vazio aquela hora, com excessão dos homens que o vigiavam – só a divisão de segurança deveria representar pelo menos 20% da tripulação. – Havia alguns equipamentos na parede para exercitar os músculos seguido de algumas barras, e uma outra parte do cômodo que se estendia após a divisória gradeada com mais alguns artifícios de treino.

– Tem uma playlist na manga ai, filhote? – pergunto ao retirar minha jaqueta.

° Claro, Stark °

Techno começa a tocar algumas músicas motivacionais. Me sentia o Rocky Balboa com suas seleções fitness.

Após uma série de alongamentos, começo a praticar alguns katas dos quais estava enferrujada. Estava tão focada no exercício durante os movimentos que não percebo a porta abrir.

– Deveria ter imaginado – uma voz suave e levemente grave alcança meus ouvidos.

Abro os olhos no mesmo instante. Assim que vejo quem é finalizo a sequência pela metade.

– Achei que tinha uma nave pra comandar, Capitão.

Pego uma toalha pendurada e enxugo um pouco do suor, logo a descansando sobre os ombros. Com as mãos repousando na cintura eu o observava, recompondo-me dos batimentos acelerados. Podia ter avisado antes de entrar.

Kirk vestia apenas uma calça com tecido parecido ao lycra na cor vermelha, a qual carregava a insígnia tática da Starfleet. Sua parte superior estava nua, com seu abdômen e braços bem entonados à mostra. Não era surpresa tendo em vista a divisão da qual fazia parte.

Ele parece ter percebido minha análise, pois retia um sorriso orgulhoso no canto dos lábios.

– Bem, até mesmo capitães têm seu momento de descanso. Suponho que a senhorita não viva como soldado 24h por dia.

– Na verdade, meu comando afirmaria o contrário – involuntariamente abaixo a cabeça para sorrir.

Me lembrava de Rogers com suas filosofias de vida, pensamentos e observações que fazia sobre mim aos demais oficiais. Às vezes me elogiava tanto como soldado que meu pai ficava com ciúme.

– Ele também é Capitão?

– Ah, com certeza. Um dos mais renomados – deixo escapar o riso ao me lembrar de sua fama como primeiro Vingador.

– É mesmo? Qual o seu nome? Sendo famoso assim talvez eu o conheça – diz curioso.

Finalmente o fito. Esperava pela minha resposta parado em pé de braços cruzados, há dois metros de distância.

– Seu primeiro-oficial já deve ter lhe passado a análise completa sobre minha pessoa à essa altura – sento-me no suporte mais próximo sem tirar os olhos dele.

Kirk olha para o lado com uma cara que apenas confirmava o que eu havia dito.

– É, ele me passou sim. É um dos deveres do senhor Spock, afinal. Mas eu também tenho minhas impressões – diz voltando a me observar risonho com a mesma postura.

Seu sorriso era tão contagiante que me dava vontade de copiá-lo.

– Então? – pergunto.

Ele mexe a cabeça levemente abrindo uma feição de desentendido.

– Então o que?

Tento interpretar se sua reação fora intencional ou realmente espontânea.

– Ah, qual é Kirk. Sabe do que eu tô falando. Não se faça de bobo.