Capítulo 18: A Caverna.

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Depois que estávamos no chão eu fiz questão de dar uns cascudos em Nero.

Pedi a ajuda da Jesse para me ajudar a volta o meu braço para o lugar. Deslocar o braço é algo estranho, a dor de deslocar e quase insuportável, mas a de voltar ele para o lugar consegue ser duas vezes pior.

Eu estava sentado no chão com as costas escoradas em uma árvore enquanto cultivava. A mana nesse lugar era estranha, mas por algum motivo parecia estar acelerando meu cultivo.

— Acho melhor a gente sair daqui. A mana que eu sentia pela ilha parece ficar mais intensa aqui. Não estou gostando disso. — Nero disse, me tirando a concentração.

Quando abri os olhos vi Nero parado na minha frente, alguns metros ao lado dele. Os dois pareciam só esperar por mim para sair daqui.

— Claro. — Eu concordei enquanto me levantava. — Mas pra que direção nós vamos? —

— Humm... — Nero murmura pensativo. — Pra lá. — Ele aponta em uma direção aleatória.

Eu poderia dizer que é imprudente sair andando sem saber para onde vamos, mas não importa para onde se olhe tudo que da para ver é uma densa floresta. Então acho que não temos escolha.

— *Suspiro* Vá em frente então. — Eu aceno na direção em que ele apontou, indicando que vou segui-lo.

— Bom... eu pensei que você deveria liderar. Você sabe que é um bom líder. — Nero diz.

— E você sabe que eu não gosto de liderar. — Eu retruquei.

Ele suspira se dando por vencido, mas não parece muito satisfeito com isso.

— Ei, Elfa. Estamos de saída! — Nero acena para a Jesse nos seguir.

Nero não espera ela se aproximar e saí andando assim que termina de falar. Para não correr o risco de nos separar eu espero ela se aproximar um pouco antes de sair andando atrás.

Enquanto observo Nero caminhando na frente tendo que empurrar as plantas e cipós que atrapalham seu avanço, Jesse logo me alcança e caminha ao meu lado como se estivéssemos em um passeio no parque.

— Então... você e Nero parecem se dar bem. São amigos? — Ela perguntou.

Mesmo sabendo que ela perguntou isso provavelmente apenas para quebrar esse silêncio desconfortável eu quase rio da tremenda idiotice que ela falou.

— Não, com certeza não. — Eu respondi. — Acontece que a gente se conheceu a alguns anos atrás e por certos motivos acabamos andando juntos por um certo tempo. Acho que isso me fez acostumar com a presença dele, por mais indesejada que ela seja. —

— Ei, eu estou te escutando daqui! — Nero grita a alguns metros na nossa frente.

— Hahaha. — Jesse riu como se aquilo tivesse sido uma piada.

Agora eu entendo o porquê do Ken ter contado a Alice que é de outro mundo, facilita as coisas. Agora, por exemplo, eu não posso dizer a Jesse que só andei com Nero por quase meio ano porquê a gente estava tentando encontrar outros jogadores.

Continuamos caminhando por alguns minuto, Jesse sempre fazendo perguntas ou jogando conversa fora. Acho que ela não gosta muito de silêncio e depois de um tempo eu me acostumei a responde-la.

Mas de repente Nero parou de andar. Conforme nos aproximamos dele eu notei a expressão séria em seu rosto então parei ao lado dele e Jesse fez a mesma coisa.

— Aconteceu alguma coisa? — Eu perguntei.

— Tem algo se movendo. — Ele avisou.

— O que? Onde? — Jesse quis saber.

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