Capítulo 60: Amanhecer de Um Novo Mundo.

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O homem vestia laranja, com algemas e correntes prendendo suas pernas e braços, o cabelo e a barba sujos e ressecados, como se não recebessem cuidados há anos.

Mas mesmo em seu novo uniforme de presidiário, eu reconheceria aquele maldito velho em qualquer lugar, nesse mundo ou em qualquer outro. A pressão ameaçava esmagar meu peito, deixando um gosto amargo na minha boca toda vez que eu via, era sempre a mesma.

Observei enquanto ele olhava assustado a sua volta, parecendo não entender o que estava acontecendo, questionando ao Rei Demônio, provavelmente algo sobre o que estava acontecendo.

Mas eu só conseguia ver o homem que me criou, cenas de suas educação brutal, às vezes que ele me batia por ser gentil demais, dizendo que isso era uma fraqueza. Ou das sessões de terror psicológico, que ele dizia que iriam fortificar a minha mente.

O Rei Demônio, digo, Robert, ou devo dizer Gerald? Porra, eu nem sei o nome de verdade dele.

Robert respondeu meu pai, mas não prestei atenção no que ele dizia. Era como se tivesse sido engolido por uma bolha que impedia o som de chegar até mim, mergulhando o mundo inteiro no silêncio.

Quando senti uma mão segurar meu braço, desviei o olhar para o Aidem, e foi recebido por seu olhar confuso, com uma pergunta silenciosa em seu olhar.

Voltei a desviar o olhar na direção do meu pai, e encontrei o seu olhar me encarando.

Meu corpo travou, minha garganta ficando seca e minhas mãos tremendo, mesmo que apertasse o cabo da espada com o máximo de força possível.

Merda! Ele tá mais velho do que a última vez que o vi, mais magro também! Por algum motivo foi preso, e parece ter passado por momentos ruins na cadeia.

Em contrapartida, eu me tornei poderoso, quase invencível, posso causar explosões que varreria cidades inteiras.

E, ainda assim, aqui estou eu, com medo daquele velhote algemado a mais de 6 metros de distância. Travado, apenas ao sentir seu olhar em mim.


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— Ken!? — Aidem me chamou ao meu lado, e eu só podia imaginar a cara apavorada que estava fazendo, do contrário, sua voz não teria soado tão preocupada. — Ken, você conhece aquele cara!?

— Eu... É... Eu conheço... É o meu pai... Meu pai de verdade... — respondi, me surpreendendo ao perceber que a minha voz estava trêmula.

— Oi!? — Seus olhos se arregalaram de surpresa, seus dedos apertando ainda mais forte o meu braço.

Mas, antes que eu pudesse dar atenção para a confusão do Aidem, Robert apoio com o pé direito sobre a barra de proteção do prédio em que estava, praticamente se inclinando para fora do prédio, quase como se pretendesse saltar para o nosso prédio.

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