Capítulo 70: Um Jogo de Azar.

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As ruas outrora animadas da cidade de Darmax, sempre movimentada pelos trabalhadores e moradores dali, estava agora complemente vazia.

A apenas quatro dias atrás a cidade estavam comemorando seu aniversário de 60 anos, reunindo todos os moradores no que seria cinto dias de festividades.
Hoje ela estava a beira de extinção.

Todos haviam corrido para longe do centro da cidade quando as explosões começaram.

As pessoas ali não sabiam ainda, mas estavam testemunhando o que um dia traria o fim do mundo como elas conheciam. O nascimento de um ser que, no futuro, viria a ser conhecido como Espírito Vingativo.

O clã dos espíritos sempre foi o mais peculiar e poderoso dentre todos os Clãs. Mesmo quando comparado aos Deuses, alguns espíritos conseguiam os superar em quesito de poder. Isso se devia ao fato de que um espírito era a personificação mais pura do que ele representava.

O espírito do fogo seria a representação das próprias chamas, o espírito da água a encarnação dos mares e oceanos, e assim por diante.

Mas o espírito que assolava aquela cidade era apenas o primeiro, de muitos outros que surgiram, a ser chamado de Espírito Vingativo. Um espírito que personificava os fortes sentimentos dos seres vivos. Seja ele rancor, inveja, raiva ou medo.

Ou até o azar.

Era assim como esse espírito, que viria a ser chamado de Maugoroo. Ele é a própria personificação do mau agouro.
Seu corpo havia crescido depois que a espada foi quebrada, agora ele tinha quase dois metros de altura. Além disso, a armadura que antes o envolvia parecia ter se fundido a seu corpo, criando uma carapaça avermelhada por todo o corpo, cobrindo até seu rosto e olhos, deixando apenas um sorriso com dentes pontudos e monstruosos.

Jordan estava parando de pé na rua, na esquina de uma encruzilhada, onde podia ver as chamas onde a criatura estava, queimando as decorações festivas na cidade.

Quando viu Maugoroo saindo das chamas, foi como se estivesse tendo um pesadelo. Sentiu cada fibra do seu corpo estremecer com um medo profundo e incontrolável.

— A espada não era pra ser a fonte do poder daquilo, pirralha...? — ele murmurou para si mesmo, já que Gaby estava longe demais para conseguir ouvi-lo. — Então porque ele parece ainda mais assustador agora?

E, como se em resposta aos murmúrios praticamente inaudíveis de Jordan, a criatura falou:

— Essa cidade está suja. Vocês estão todos tão sujos... Suas bocas pingam mentiras, seus corpos fedem a pecado. Os seres deste planeta são tão desprezíveis.

— Ei, monstrengo! — Jordan ergueu sua espada, apontando-a para a criatura, enquanto dizia: — Só eu posso falar mal dessa bosta de cidade.

A criatura olhou para Jordan, inclinando aquela cabeça com um par de chifres, como se estivesse confusa.

Se não fosse pela aparência monstruoso, Jordan até poderia jurar que aquele era o comportamento de uma criança.

— Ah, a hipocrisia. Você pode negar, pode mentir, pode gritar e tentar argumentar, mas existe algo que sempre entregam vocês... Seus olhos. — quando terminou de falar, o peito da criatura pareceu se contorceu, e nele várias fendas se abriram. Não, fendas não. Olhos.

Uma dezenas de olhos se abriram no peito da criatura e se voltaram para Jordan. Era como os olhos na espada, insaciáveis, assustadores. A diferença, além das pupilas vermelhas, estava na intensidade.

Os olhos na espada eram assustadores, aqueles no peito da criatura eram mais. Os olhos na espada pareciam querer te devorar com o olhar, aqueles no peito da criatura pareciam prestes, e capaz, de te engolir em um instante.

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