CAPÍTULO 23

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Olá seus lindos e lindas. Tudo bem?

Leiam a notinha no final do capítulo. E boa leitura...Não esqueçam de votar hein:3

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1 MÊS DEPOIS...

— Eu vou indo. Querem que eu traga alguma coisa?

Oliver girou as chaves do carro nos dedos. Ele segurava a maçaneta da porta prestes a sair de casa. Ia para uma reunião do trabalho que deveria ter acontecido mais cedo, embora não estivesse nenhum pouco animado para voltar a sua rotina diária, ele, ainda que não admitisse, sentia-se a vontade em ter que finalizar seu mais recente artigo que algum dia, talvez, eu leria.

Ele estava meio atrasado, isso era óbvio. Com a demora de Kate para responder sua simples pergunta, Oliver inspirou algumas vezes e brincou com a maçaneta abrindo e fechando várias vezes seguidas. Estava impaciente, ele sorria para mim de vez enquanto e voltava a olhar e esperar que Kate lhe dissesse qualquer coisa. Mas ela estava concentrada demais para notar que ele tinha pressa. Talvez também tivesse esperança que eu recusasse ou pedisse algo, mas eu de certa forma preferia manter a boca fechada, pois ele, não só exatamente ele, sabia que minha melhor resposta ultimamente era o silêncio. O silêncio icônico que eu vinha tentando arduamente evitar durante toda minha vida e, que agora fazia mais sentido nela do que eu imaginaria um dia.

Durante longos três minutos, que pela cara de Oliver pareciam durar uma eternidade, Kate dissera "hum" e "Ahm", para no fim responder...

— Não! — Foi o que ela disse. E sua resposta pareceu irritá-lo. Mas Kate, como quase sempre não deu importância aos conflitos emocionais que começara a causar no marido desde que ele chegara de viagem. A viagem que deveríamos ter feito juntos no natal.

Bom, eu tinha uma parcela de culpa...quer dizer, provavelmente toda a culpa da viajem cancelada era totalmente minha. Eu me sentia responsável por estragar as férias deles. Mas de alguma forma a razão pela qual tudo aconteceu não me fazia sentir tão péssimo quanto da primeira vez. Talvez a terapia estivesse finalmente — dessa vez de verdade—, servindo para alguma coisa.

Enquanto o que aconteceu há um mês atrás, eu não falava sobre o assunto com ninguém além da minha terapeuta, psiquiatra ou seja lá  como ela queira ser chamada. Oliver não insistia em saber como eu me sentia quando pensava no "incidente" e Kate também não. Eu estava grato pela gentil atitude dos dois. Admito que pela nossa intimidade era mais fácil conversar com outra pessoa, alguém que não estivesse internamente envolvida comigo.

— Ok! — Ele falou, suavizando a voz o máximo que conseguia para tentar parecer calmo. Eu sentia que na sua mente, havia uma contagem falha de números entre 1 a 10.

Oliver abriu a porta alguns centímetros e me examinou.

— Vai ficar bem? — Perguntou, com uma voz distante e gutural.

Balanço a cabeça consentindo. Desvio o olhar do dele, sabia que não era uma boa ideia encará-lo diretamente nos olhos.

— Kate...?

E como previsto, ela apenas murmurou um grunhido como se não estivesse prestando atenção em mais nada. Com certeza não estava, exceto para a tela do MacBook e a xícara de café quase vazia. Kate, naquele momento, estava inundada e envolvida por um cenário opaco, onde só existiam ela,  meia porcentagem de cafeína e um caso aleatório de alguma questão aleatória.

— Se precisar de alguma coisa liga. — Pediu. — E não deixa ela beber tanto café assim, pode acabar perdendo o sono depois. Não demoro.

Antes de sair ele deu uma última olhada em Kate, depois saiu, batendo a porta levemente na espectativa de tirá-la do seu transe. Ele não queria me deixar sozinho o resto da tarde, porque sabia que Kate só pararia quando encontrasse uma boa solução. Amenos que algo melhor e mais interessante a arrancasse do seu mundinho.

O Padre:(+18) COMPLETOWhere stories live. Discover now