CAPÍTULO 27

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Oie...Finalmente apareci aqui após 3 meses sem postar sequer um capítulo novo. Sinto muito, mas estive atarefado demais e acabei me acomodando. Mas eu queria postar um capítulo novo nesse final de ano pra vocês como presente.

Leiam o aviso no final e boa leitura pra todos s2

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Austin tirou férias. Sente muito por não poder estar presente nas próximas consultas e deixou bem claro que um dia conversaremos como amigos e não como psicóloga e paciente. Meus pensamentos parecem ter despertado nela algo mais que curiosidade e compaixão. Talvez ela não saiba, mas outra pessoa no meu lugar se sentiria ofendida.

De qualquer forma quem sou eu para retorquir seu profissionalismo? Aliás na mensagem diz que assim que voltar de viagem ela gostaria de me pagar um café. Eu não sei exatamente o que isso quer dizer, mas de uns tempos para cá ficou mais fácil dividir aquela velha angustia quando o meu consultor é ela...Não posso dizer o mesmo de Charlie ou Dr. Turner como prefere.

É um homem alto, aparenta ter 30 anos ou talvez um pouco mais, sinceramente eu não sei ao certo. Pode ser porque não sorriu sequer uma única vez e as vezes deixa escapar uma carranca meio mal humorada, meio inexpressiva. Nossa, pensando bem é até profissional demais pro meu gosto. Então este é o seu homem de confiança, Austin? Queria saber onde meu conforto se encaixa nisso tudo.

Ele puxou uma caneta do bolso de seu paletó, o clic me fez estremecer e por um momento eu me vi saindo por aquela porta feito uma criança birrenta. Tudo bem. Admito minha derrota, certamente sinto falta dela. Sinceramente percebo agora que a relação entre paciente e psicólogo é essencial.

Eu devia ter ouvido Kate, bem sabia ela o quanto essa mudança me incomodaria. Oliver pensa o contrário, para ele quanto mais cedo eu procurar ajuda, mais rápido o problema se resolve. Agora sei que segui o conselho errado e a culpa é toda minha.

Turner arrumou os óculos, cruzou as pernas e me analisou com aqueles olhos azuis. A face acusatória e interrogativa significava o que eu tanto temia. Seria difícil esconder dele, ele não é como ela, é mais inteligente, não, na verdade é bastante observador e provavelmente a profissão exige que seja.

― Parece incomodado. ― Falou convicto, depositando sua atenção no caderninho.

Talvez eu quisesse saber o que escrevia.

Sorrio, sem conseguir esconder meu desconforto. No momento eu só pensava em escapar dali soltar o folego e respirar um ar mais acolhedor. Porra, não é uma boa hora pra fazer cena. Pelo bem de todos eu vou ficar e fazer o que tiver que fazer pra acabar logo com isso.

Meu pai dizia que se as coisas não vão pelo bem elas acabam tendo que ir pelo mal. Em algum momento foram essas as palavras que fizeram de mim um padre. Velho desgraçado, até a milhas de distância ele é um filho da puta. Então que seja pelo mal mesmo.

― Se importa? ― Pergunto, tirando um maço de cigarro e um isqueiro do bolso do casaco. Ele me olhou curioso, eu sabia que mil perguntas haviam surgido de imediato. Cogito a possibilidade de abandoná-los de volta onde estavam, mas travo.

― É viciado? ― Perguntou. ― Quando está ansioso você fuma, enjere álcool ou outro tipo de droga? Acha que usá-las lhe trará algum tipo de resposta ou pelo menos de alguma forma vai preencher um vazio, talvez? Se sim, com qual frequência você as usa? É uma das razões por estar aqui?

Fico sem ter o que dizer. Tantas perguntas em poucos segundos, levei um tempo para processar elas e perceber o que elas queriam de mim. Charlie esperou atenciosamente minhas respostas, ainda inexpressivo, embora se você mantivesse o olhar nos dele por um tempo notaria uma ponta de interesse, ou ele queria que eu visse o que eu precisava ver para me sentir mais à vontade.

O Padre:(+18) COMPLETOKde žijí příběhy. Začni objevovat