Aquela Doce Lembrança

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— Ei, parem de falar como se não fôssemos mais nos ver! Sempre seremos amigos, mesmo que o tempo nos afaste, nossas memórias vão permanecer intactas.

Jaemin e Yuna se encararam um pouco surpresos, contudo, logo sorriram e concordaram.

— Ela tem razão, não vamos nos preocupar com um possível fim. Vamos aproveitar agora que estamos juntos e esperar para que possamos fazer isso de novo algum outro dia. — Jaemin fitou os outros.

— Vamos apenas prometer uma coisa. — Yuna parecia animada novamente. — Não vamos nos esquecer uns dos outros.

Ela não precisou dizer muito, todos novamente sorriam e a promessa estava feita. A preocupação poderia ter permanecido, no entanto a certeza de que não seriam esquecidos, que foram importantes para a vida uns dos outros os tranquilizou e puderam seguir seus caminhos.

Karin prosseguiu a pé para casa mal podendo imaginar que daqui alguns anos tudo estaria diferente. Mas isso não seria ruim. Encarou o céu que parecia aborrecido com nuvens carregadas mesmo que o sol ainda iluminasse as calçadas. Sentiu o celular vibrar na bolsa.

> Já está voltando? <

> Estou te esperando em frente à sua casa <

Era Jungwoo. Ela sorriu ao ver mais mensagens chegando.

> Quero saber como foi, então, se estiver tudo bem pra você <

> Quer sair para jantar comigo mais tarde? <

No momento em que Karin fora responder, seu celular acabou a bateria. Ela suspirou e continuou caminho, porém não se zangou pois sabia que ele estaria à sua espera. Voltou com seus passos, todavia agora um pouco mais apressados. Em instantes as gotas se iniciaram e começou a chover. Ela buscou seu guarda-chuva dentro da bolsa, no entanto se frustrou ao notar que havia deixado em casa. Alcançou a primeira coisa que encontrou, um jornal em cima do banco e se pôs a correr de cabeça baixa.

Mais alguns passos e entraria na rua de casa. Assim que contornou a última loja da esquina, se deparou com a visão de um par de tênis brancos. Ergueu lentamente seu olhar para se encontrar com o namorado ofegante e de cenho franzido.

— Jungwoo...? — ela não conseguiu evitar o sorriso. — Por que não me esperou na doceria?

— Você não respondeu as mensagens, fiquei preocupado que estivesse triste ou que algo tivesse acontecido. — Se encolheu um pouco devido a algumas gotas gélidas descerem por sua nuca.

— Meu celular acabou a bateria depois que saímos do restaurante, mas consegui ler suas mensagens, por isso vim direto pra cá.

— Então vamos voltar logo e te tirar dessa chuva...! — encarou os lados para poderem prosseguir caminho.

— Jungwoo...! — ela o chamou antes que ele voltasse a correr.

Assim que ele deu novamente atenção a ela, Karin concluiu:

— Eu consegui, eu passei!

Era como se o tempo tivesse parado e o frio se tornado quente. Jungwoo alcançou a mão de Karin e com um sorriso a trouxe para perto. Pelo ato repentino, a garota soltou o jornal e voltou a correr, agora de mãos dadas, com o namorado. Ele ria festejando e ela seguiu o embalo igualmente animada.

O sol brilhou forte e das poças que eles pulavam fez-se um arco-íris. Aquele momento era somente deles.

Sete anos depois

O centro estava pouco movimentado aquele dia. Karin sabia bem que a culpa era da chuva, por isso decidiu fechar mais cedo.

— Até amanhã!

Todos acenaram enquanto ela organizava o caixa calmamente.

— Bom trabalho hoje. Tomem cuidado no caminho de volta. — Ela retribuiu a despedida com um sorriso caloroso.

Finalizou seu serviço enquanto o rádio preenchia a doceria com a melodia de uma canção. Deixou o ritmo a tomar e acabou cantarolando com as belas vozes dos cantores enquanto as gotas caíam fortes do lado de fora. Bastou ela erguer o olhar e a enorme porta de vidro fora aberta rapidamente. Em segundos uma silhueta masculina se fez presente ali.

— Bem-vindo. — Ela sorriu o cumprimentando.

— Me desculpe, não percebi que era uma doceria. — Ele a lançou um largo sorriso brincalhão com ironia tomando seu tom de voz.

— Se quiser, pode ficar e esperar a chuva passar. — Retrucou com a mesma moeda.

Ambos riram.

— Enquanto esperamos, pode me conceder uma dança? — esticou a destra.

Ela se aproximou e cedeu lentamente envolvendo o pescoço dele com seus braços. Não sabiam o nome da canção que os pedia para provarem aquela sensação, porém fora exatamente o que fizeram enquanto valsavam sutilmente. Karin repousou sua cabeça no ombro de Jungwoo.

Após tudo que o mundo jogou contra eles, o peso de escolhas e situações difíceis, o prêmio que receberam era protegido pelas alianças douradas que em seus dedos tilintavam quando banhadas em luz.

Sete anos atrás Karin conversou com Jungwoo pela primeira vez em um dia chuvoso. Ele a encarou com um sorriso adocicado e se desculpou.

Ela poderia ter deixado aquilo passar, ter seguido com sua vida, mas não conseguiu. Passou aqueles anos se perguntando o motivo. Agora entendia bem o porquê de não o ter deixado partir aquele dia. Mesmo com os dias nublados, as lágrimas amargas e as noites de insônia, a resposta estava bem na sua frente o tempo todo.

Agora tudo aquilo não passava de uma doce lembrança.

FIM

ততততততততততততততততততততত

Muito obrigada a todos que me acompanharam aqui e puderam ver o desfecho dessa história. Agradeço muito por todo o apoio que recebi assim como o carinho que me deram até final!
Muito obrigada por terem lido!

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