Capítulo 4

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Nathalia Grant

Chris estava meio estranho, na verdade, ele sempre foi estranho comigo, talvez por ser obrigado a dividir aquele apartamento maravilhoso comigo, ou por não ter ido com a minha cara desde o começo, ou talvez por causa do Pedro, mas é impossível ele ter se apaixonado por mim, pelo menos não tão rápido assim...

Depois de algumas tentativas consegui puxar uma conversa legal com ele, séries, meio que esquecemos que tinha mais gente ali.

-Talvez se a mãe tivesse conversado mais com a filha ela não teria cometido o suicídio!-Exclamei um pouco alto.

-Mas a culpa era da mãe? a filha era vítima de bullying e sabe o quanto eles guardam para si com medo do que pode acontecer depois!-Chris falou no mesmo tom que o meu.

-Você não ta entendendo Chris, sim, suicidas são ótimos atores pra escondem tudo o que sofrem, mas, quando a filha pediu a ajuda da mãe,o que a mãe fez? ME DIZ O QUE A MÃE FEZ CHRISTIAN?

-TA,GRITOU COM ELA,MAS ISSO NÃO ERA NECESSÁRIO!-Todos na mesa olhavam assustados pra gente, só abaixei minha cabeça e tomei um gole do meu refri.

- Só quem sofre sabe o quanto é ruim....- Ficamos dois minutos calados, sem olhar pra ninguém de cabeça baixa.

-O que aconteceu gente?-Pedro me olhava pálido.

-Brigaram foi?-Raquel me olhava esperando uma resposta.

Depois daquilo, o silêncio reinou e Chris me ignorava completamente, nunca fui de brigar com ninguém mas dessa vez foi inevitável, depressão é coisa séria gente.

O clima ficou pesado na mesa, então resolvemos ir embora, aí vocês me perguntam...¨você vai morar com ele,não vão resolver isso?¨ ou ¨como pode morar com ele e não falar nada por uma briguinha besta?¨

Exatamente por isso que eu vou comprar o meu apartamento aqui em Londres, não quero ficar dependendo de ninguém e não vou deixar motivo pra jogar na minha cara de que eu moro aqui por consideração, nem isso, só aceitei vir pra cá por que achei que o Pedro ficaria aqui comigo, mas ele comprou uma casa junto com a Vero, então meio que me abandonaram aqui.

Fui obrigada a voltar com ele, assim como viemos, Pedro estava com o carro cheio e Chris não estava disposto a mudar o caminho de casa.

Me despedi de todo mundo, entrei no carro sem abrir a minha boca e ele fez o mesmo...Pô,a culpa não é minha se temos opiniões diferentes.

Voltamos no silêncio total, eu não tava brava, não tava triste, não tava magoada, na verdade nem eu sabia o motivo de ter ficado assim, ou sei, talvez, a solidão ainda me persegue.

Elevador...lembrei daquela cena de cinquenta tons de cinza, credo Nathalia, fiquei ouvindo a musiquinha que tocava, conhecia de algum lugar, era uma musica profunda, chorava fácil ouvindo ela, então parei e tentei lembrar o nome.

-Can we kiss forever?(podemos nos beijar pra sempre?)- Olhei pra ele,Entendam como quiser....-Kina e Adriana Proenza

-Aaaaaaaah tá,obrigada- baixei ela no celular.

Entramos no apartamento e eu deixei minha bolsa no quarto, voltei pra cozinha e peguei um copo de água.

-Pelo que eu saiba só tem nós dois aqui e talvez tenhamos brigado por um erro meu, sei que depressão é uma doença e precisa ser tratada o mais rápido possível, também não quero ficar brigado com você...

Pera, ele ta pedindo desculpas? Não, Nathalia, ta pedindo pra ir na padaria.

-Ahm, fico feliz que tenha reparado o erro, também não queria ficar num clima chato aqui- ele sorriu tranquilo e eu fiz o mesmo.

Christian Guirland

Ainda era 21:43 da noite e eu estava sem sono.

-To sem sono, quer assistir alguma coisa? -Que? Ta maluco cara?

-Também to, pelo amor de Deus, não me faça assistir filme de terror-Me olhou assustada,Ai que vontade de morder.

-Relaxe, hoje não, mas ainda vai ver um comigo-Abri o armário pegando uma pipoca de microondas e duas barras de chocolate branco.

-Gosta? Se quiser tem o preto também- disse colocando a pipoca no microondas.

-O branco é o meu preferido-Ela sentou no balcão me olhando.

-O meu também, exatamente por isso que compro duas caixas fechadas todo mês, ta no armário, pode pegar quando quiser- Ela sorriu, a pipoca ficou pronta e fomos escolher o filme, o que foi bem dificil.

Ela gostava de romance,eu de terror, então né complicava a situação,resolvemos assistir OUIJA, resultando com ela agarrada no meu braço morrendo de medo.

-Você disse que não era assustador-me disse pálida depois que acabou o filme.

-E não é, você fica muito fofa com medo Nanat- Soltei sem querer,ela me olhou com uma cara de ¨você me chamando de fofa?¨

-Obrigada- corou, gente, juro, o sangue voltou rapidinho pro rosto dela, principalmente o da boca, bem contornada e macia, por algum momento eu paralizei olhando cada detalhe de sua boca e por incrivel que pareça ela fez o mesmo, fomos ficando cada vez mais perto um do outro...mais...mais...mais.

Um simples toque dos nossos lábios me deixou confuso,ela é irmã do Pedro, eu não posso fazer isso mas ao mesmo tempo eu não queria parar.

Assim demos inicio a um beijo calmo e delicado, não sabia de nada dela, gosto de mistérios, mas o Pedro vai me matar quando souber.

Ela mordiscava a minha boca com leveza e dava uns sorrisinhos depois, sinal de que ta gostando, fomos nos aproximando cada vez mais que aquele sofá parecia maior do que já era.

Ela foi deitando no sofá mesmo me puxando pra ficar encima dela, os beijos ganharam mais intesidade, por algum motivo ela me excitava demais, a cada toque ela respirava no meu ouvido me causando arrepios.

Suas mãos foram direcionadas as minhas costas, ela sabia os meus pontos fracos, me dava arranhões de leve enquanto meu dava leves beijos no seu pescoço.

Eu não queria parar e pelo visto ela também não.

Talvez algum dia Te encontre NovamenteTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon