31 _ Totalmente perdida

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Louise

Passei uma semana internada no hospital em repouso absoluto. O médico me explicou que deslocamento na verdade era um acúmulo de sangue entre o útero e o saco gestacional. A placenta ainda não estava formada, pois eu estava de apenas cinco semanas de gestação no dia em que fui atropelada. Na verdade no dia em que fui empurrada para ser atropelada. Mas isso já não importava mais, a única coisa que ocupava a prioridade na minha mente era o bem estar do meu bebê.

Uma outra preocupação era como eu pagaria a conta do hospital, porém por sorte meu amigo Liam soube dos acontecimentos e se dispôs a pagar tudo. Eu jamais teria palavras o suficiente para agradecê-lo.

— Finalmente vou poder voltar para casa! — Celebrei e Lea sorriu me ajudando a levantar da maca.

— Vai para casa, mas o repouso deve continuar. — O médico alertou me observando sério.

— Não se preocupe, doutor. Essa mocinha não vai sair da cama por mais alguns dias. — Minha amiga garantiu me amparando.

— Aqui estão as vitaminas que você deve tomar. Nada de esforços e muito menos estresse. — Orientou me entregando uma receita. — Te vejo na próxima semana para um novo ultrassom. Precisamos acompanhar de perto para que tudo corra bem até o nascimento da criança.

— Obrigada, doutor.

Ele assentiu e eu segui lentamente com Lea me amparando até a saída do hospital. Encontramos Jules que fez questão de me buscar e me levar até em casa.

— Querida, eu preciso resolver umas coisas, mas qualquer coisa que precisar pode contar comigo. — Jules ofereceu me abraçando cauteloso.

Agradeci pela ajuda e ele foi embora. Lea me ajudou a deitar na minha cama, colocando almofadas para apoiar minhas costas. Minha mãe estava me olhando em silêncio. Eu já esperava esse tipo de recepção, afinal, estava visivelmente decepcionada comigo.

— Eu não pude ir ao hospital. — Ela disse sentando próximo dos meus pés, tirando meus sapatos. — Lea e Liam me mantiveram informada sobre seu estado.

— Perdão, mãe!

— Pelo o quê?

— Por ter engravidado. — Respondi abaixando a cabeça envergonhada.

— Eu não vou mentir e dizer que estou radiante com a notícia, porque não estou. Eu sempre te disse sobre o uso de camisinha. Sempre. — Enfatizou e começou a massagear meu pé. — Mas agora é tarde demais para uma aula de educação sexual. Eu estou com você, Lou. Ainda decepcionada, mas vou te ajudar.

— Obrigada, mãe. — Murmurei sentindo meus olhos úmidos. Estava muito emotiva por conta dos hormônios que estavam bem altos.

— Eu só não sei como faremos para sustentar essa criança agora que você não tem mais emprego. — Comentou e eu a olhei interrogativa. — Oliver deixou um cheque aqui e disse que o trato de vocês acabou.

— Eu preciso conversar com ele. Por culpa do Nicolas ele acha que... — Contei olhando em volta. — Cadê meu celular?

— Não acho uma boa ideia ligar para ele. — Lea disse prontamente e minha mãe concordou. Olhei desconfiada para as duas.

— Por que não?

— Porque você está de repouso ainda. Não pode se estressar. — Minha mãe tomou a frente e eu franzi a testa.

— Tem algo que não estão me contando?

— Não, nada. — Lea respondeu estranha e minha mãe desviou o olhar do meu.

— Alguém pega meu celular, por favor! — Pedi e fui completamente ignorada. — Então eu mesma pego.

— Não ouse levantar essa bunda da cama! — Lea me repreendeu. — Lembra do que o médico disse? Re.pou.so. — Citou pausadamente e eu respirei fundo.

— Vocês estão me deixando nervosa, falem logo, por favor! O que aconteceu? Oliver está bem? — Perguntei preocupada.

— Fica calma...

— Não tem como eu ficar calma com vocês me negando informações. O que aconteceu? Anda, me digam! — Pedi agitada e minha mãe suspirou.

Levantou indo até a cômoda e pegou meu celular me entregando ele. Abri o aplicativo de mensagens e haviam várias mensagens de Nicolas. Abri a conversa e me deparei com arquivos de fotos onde Oliver estava nu beijando a boca da... Mila?

Senti um enjôo intenso subir pela garganta ao ver cada foto ridícula na minha frente. Eu não podia acreditar no que estava vendo. Não podia ser real.

— Eles... Estão juntos? — Perguntei apreensiva abandonando meu celular de lado. Não queria mais ver aquilo.

— Ele está sendo acusado por ela de... Abuso. — Lea respondeu e eu arregalei os olhos. — Stephanie disse que ela anda dizendo no camarim que isso realmente aconteceu. Mas você sabe, ela é muito mentirosa. Não sabemos o que pensar.

— Eu não posso crer nisso. — Rebati no mesmo instante. — Oliver jamais faria isso. Eu sei que não.

— Não se pode colocar a mão inteiramente no fogo por homens, minha filha. — Minha mãe falou sentando ao meu lado. — Além do mais a polícia está investigando o caso.

Eu não podia acreditar nisso. Peguei meu celular novamente e toquei no contato de Oliver ligando para ele. Chamou até cair na caixa postal. Tentei mais uma, duas, três, quatro vezes. E nada.

Era óbvio que ele não queria falar comigo. Suspirei cansada.

— Você vai contar sobre o bebê para ele? — Lea questionou e eu dei ombros.

— Depois eu penso nisso. — Respondi deitando a cabeça no travesseiro. — Eu quero ficar sozinha agora, por favor!

Elas saíram me deixando com meus pensamentos. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo.

Quanto Cu$ta O Amor Where stories live. Discover now