3 _ Maçã envenenada

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Louise

Mesmo contrariada segui para a cabine. Jules explicou as regras para Nicolas de que ele não poderia me tocar.

Ele sorriu novamente para mim ao entrar e sentar esperando que eu começasse a dançar. Forcei um sorriso, apertei o botão da música e comecei a fazer os movimentos desconfortavelmente. Eu me sentia traindo minha amiga, mesmo Nicolas não conhecendo ela e nem tendo ciência da paixão platônica que ela nutria por ele.

Suspirei contrariada e me virei descendo devagar até o chão e subindo novamente. Acaricei meu sutiã e virei de costas abrindo o fecho. Virei novamente ainda com o sutiã solto cobrindo os meus peitos.

Nicolas sorriu malicioso e eu terminei de tirar expondo meus seios. Ele bateu palmas e olhou fixamente para a minha calcinha. Porém eu tinha um tempo a cumprir. Dancei mais um pouco até dar o momento certo. Terminei de me despir e dei uma volta rápida encerrando o show.

— Eu soube que você faz mais que isso, gata! — Comentou com a voz levemente arrastada. — Eu quero um programa com você.

Seu olhar predatório estava me incomodando.

— Eu não faço programas.

— Mas seu patrão disse que faz. — Rebateu levantando bruscamente do banco.

— Eu sou acompanhante de luxo apenas. — Expliquei recuando um passo.

— Então vem me acompanhar na minha casa.

— Não estou disponível hoje.

— Está me dispensando, garota? — Perguntou em um tom ameaçador, me assustando ao apertar o meu braço.

— Me solta! — Pedi e ele apertou ainda mais forte, me machucando. —Jules! Jules! — Gritei desesperada.

Nicolas então tentou tapar a minha boca, mas graças aos céus, Jules entrou na cabine acompanhado dos seguranças.

— Larga a moça agora, senhor! — Ordenou furioso.

— Calma! Foi tudo um mal entendido. — Nicolas se defendeu me soltando e eu corri até Jules que me estendeu um roupão. Vesti rapidamente cobrindo meu corpo.

— Como pode ter acontecido um mal entendido, se o senhor foi avisado que não poderia tocá-la?

— Desculpa... Eu não fiz por mal. Apenas me empolguei. Esse anjinho é bem excitante. — Falou me lançando um sorriso nojento. Suspirei irritada e saí e acompanhada por dois seguranças.

— Você está bem? — Phillips, um dos seguranças perguntou e eu assenti.

Os dois me guiaram até o camarim e eu os agradeci. Entrei jogando a lingerie no cesto de roupas e sentei na cadeira de frente para o espelho. Meu reflexo estava péssimo.

— O que aconteceu? — As meninas estranharam e eu olhei em volta avistando Lea ainda emburrada.

— Ele me atacou.

— Como assim? Como foi isso? — Lea questionou assustada.

— Ele tentou me forçar a fazer o que eu não queria.

— O que você não queria fazer? — Questionou e eu permaneci em silêncio. — Ele queria um programa com você?

Assenti sem jeito e ela balançou a cabeça em negativa.

— Ele é um babaca! — Disse se aproximando e me abraçando.

— Que coisa horrível! — Stephanie comentou e as outras concordaram.

— Não sei para que tanta frescura com um gato milionário desses. — Mila resmungou. — Se ele te atacou você tem é que comemorar.

— Beleza e dinheiro nenhum dá direito à um homem de tocar em uma mulher sem o consentimento dela. — Rebati indignada e ela revirou os olhos.

— Ele te machucou? — Lea perguntou preocupada. Neguei com a cabeça e então Jules entrou no camarim.

— Sinto muito pelo o infeliz incidente! Ele já foi embora. — Contou e eu suspirei aliviada. — Posso fazer mais alguma coisa por você?

— Eu... Só não quero mais danças privadas hoje, por favor!

— Como quiser, querida!

— Não é para tanto! — Mila reclamou e Jules a olhou friamente antes de sair.

Ela deu de ombros e seguiu com o cabide com a sua fantasia para o banheiro.

— Por que Mila reclama tanto? — Murmurei e Lea abaixou próximo de mim.

— Porque ela acha que Jules está te favorecendo.

— Como é? — Tentei me levantar indignada e Lea me impediu.

— Deixa para lá, não vale a pena discutir com ela.

— Isso não é justo. Trabalho diariamente como todo mundo aqui, ainda faço tripla jornada como acompanhante e ajudando no asilo, para alguém dizer que estou sendo favorecida por ter sido agredida por um imbecil.

— Esquece essa demente! — Ela aconselhou e me olhou séria. Estranhei a observando. — Apesar dessa confusão horrível, quero te pedir desculpas pela forma infantil que agi quando ele não me escolheu. Você não teve culpa.

— Sem problemas. Eu entendo seu ponto de vista.

— Obrigada pela consideração!

— Sempre, somos amigas.

— Grandes amigas. — Enfatizou me abraçando.

Ouvimos um barulho e ao olhar para trás nos deparamos com Mila fantasiada de Branca de Neve, fingindo vômito ao ouvir nossas declarações de amizade. Em seguida saiu do camarim para se apresentar.

— Um dia eu ainda coloco pó de mico na calcinha dessa vaca! Escreve o que estou te dizendo. Vai pular como uma largatixa!

Rimos dos planos maquiavélicos da diabinha que sequer tinha trocado de roupa ainda.

Quanto Cu$ta O Amor Where stories live. Discover now