Louise
Mesmo contrariada segui para a cabine. Jules explicou as regras para Nicolas de que ele não poderia me tocar.
Ele sorriu novamente para mim ao entrar e sentar esperando que eu começasse a dançar. Forcei um sorriso, apertei o botão da música e comecei a fazer os movimentos desconfortavelmente. Eu me sentia traindo minha amiga, mesmo Nicolas não conhecendo ela e nem tendo ciência da paixão platônica que ela nutria por ele.
Suspirei contrariada e me virei descendo devagar até o chão e subindo novamente. Acaricei meu sutiã e virei de costas abrindo o fecho. Virei novamente ainda com o sutiã solto cobrindo os meus peitos.
Nicolas sorriu malicioso e eu terminei de tirar expondo meus seios. Ele bateu palmas e olhou fixamente para a minha calcinha. Porém eu tinha um tempo a cumprir. Dancei mais um pouco até dar o momento certo. Terminei de me despir e dei uma volta rápida encerrando o show.
— Eu soube que você faz mais que isso, gata! — Comentou com a voz levemente arrastada. — Eu quero um programa com você.
Seu olhar predatório estava me incomodando.
— Eu não faço programas.
— Mas seu patrão disse que faz. — Rebateu levantando bruscamente do banco.
— Eu sou acompanhante de luxo apenas. — Expliquei recuando um passo.
— Então vem me acompanhar na minha casa.
— Não estou disponível hoje.
— Está me dispensando, garota? — Perguntou em um tom ameaçador, me assustando ao apertar o meu braço.
— Me solta! — Pedi e ele apertou ainda mais forte, me machucando. —Jules! Jules! — Gritei desesperada.
Nicolas então tentou tapar a minha boca, mas graças aos céus, Jules entrou na cabine acompanhado dos seguranças.
— Larga a moça agora, senhor! — Ordenou furioso.
— Calma! Foi tudo um mal entendido. — Nicolas se defendeu me soltando e eu corri até Jules que me estendeu um roupão. Vesti rapidamente cobrindo meu corpo.
— Como pode ter acontecido um mal entendido, se o senhor foi avisado que não poderia tocá-la?
— Desculpa... Eu não fiz por mal. Apenas me empolguei. Esse anjinho é bem excitante. — Falou me lançando um sorriso nojento. Suspirei irritada e saí e acompanhada por dois seguranças.
— Você está bem? — Phillips, um dos seguranças perguntou e eu assenti.
Os dois me guiaram até o camarim e eu os agradeci. Entrei jogando a lingerie no cesto de roupas e sentei na cadeira de frente para o espelho. Meu reflexo estava péssimo.
— O que aconteceu? — As meninas estranharam e eu olhei em volta avistando Lea ainda emburrada.
— Ele me atacou.
— Como assim? Como foi isso? — Lea questionou assustada.
— Ele tentou me forçar a fazer o que eu não queria.
— O que você não queria fazer? — Questionou e eu permaneci em silêncio. — Ele queria um programa com você?
Assenti sem jeito e ela balançou a cabeça em negativa.
— Ele é um babaca! — Disse se aproximando e me abraçando.
— Que coisa horrível! — Stephanie comentou e as outras concordaram.
— Não sei para que tanta frescura com um gato milionário desses. — Mila resmungou. — Se ele te atacou você tem é que comemorar.
— Beleza e dinheiro nenhum dá direito à um homem de tocar em uma mulher sem o consentimento dela. — Rebati indignada e ela revirou os olhos.
— Ele te machucou? — Lea perguntou preocupada. Neguei com a cabeça e então Jules entrou no camarim.
— Sinto muito pelo o infeliz incidente! Ele já foi embora. — Contou e eu suspirei aliviada. — Posso fazer mais alguma coisa por você?
— Eu... Só não quero mais danças privadas hoje, por favor!
— Como quiser, querida!
— Não é para tanto! — Mila reclamou e Jules a olhou friamente antes de sair.
Ela deu de ombros e seguiu com o cabide com a sua fantasia para o banheiro.
— Por que Mila reclama tanto? — Murmurei e Lea abaixou próximo de mim.
— Porque ela acha que Jules está te favorecendo.
— Como é? — Tentei me levantar indignada e Lea me impediu.
— Deixa para lá, não vale a pena discutir com ela.
— Isso não é justo. Trabalho diariamente como todo mundo aqui, ainda faço tripla jornada como acompanhante e ajudando no asilo, para alguém dizer que estou sendo favorecida por ter sido agredida por um imbecil.
— Esquece essa demente! — Ela aconselhou e me olhou séria. Estranhei a observando. — Apesar dessa confusão horrível, quero te pedir desculpas pela forma infantil que agi quando ele não me escolheu. Você não teve culpa.
— Sem problemas. Eu entendo seu ponto de vista.
— Obrigada pela consideração!
— Sempre, somos amigas.
— Grandes amigas. — Enfatizou me abraçando.
Ouvimos um barulho e ao olhar para trás nos deparamos com Mila fantasiada de Branca de Neve, fingindo vômito ao ouvir nossas declarações de amizade. Em seguida saiu do camarim para se apresentar.
— Um dia eu ainda coloco pó de mico na calcinha dessa vaca! Escreve o que estou te dizendo. Vai pular como uma largatixa!
Rimos dos planos maquiavélicos da diabinha que sequer tinha trocado de roupa ainda.
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Quanto Cu$ta O Amor
RomanceEm uma era onde absolutamente tudo tem preço, pagar para ter apenas algumas horas com uma pessoa não é nada de outro mundo. E isso é reconfortante para o milionário francês Oliver Bresson, piloto de fórmula 1, que pretende apenas reviver momentos es...