30 _ Raiva

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Oliver

— Calma, amigo, sei que a notícia nos pegou de surpresa. — Nicolas ironizou tocando no meu ombro e eu empurrei ele contra a parede.

— Eu não sou seu amigo!

— Cara, não fica assim. Provavelmente o filho é meu mesmo, você não vai precisar se importar com as fraldas. A não ser que você queira dividir a conta comigo assim como dividiu Louise. — Zombou e eu fechei meu punho acertando o olho dele.

Logo o barulho atraiu olhares e seguranças me tiraram de cima dele. Ele tinha a capacidade de me tirar do sério. Ameaçaram chamar a polícia e eu me afastei. Não podia ser preso por causa dele. Muito menos por causa de Louise.

De repente lembrei do que dona Lola havia dito sobre Louise ser disputada por dois homens. E ela ainda havia perguntado se ela tinha se arrumado para mim ou para Nicolas quando fui buscá-la. Todos os sinais estavam lá, claros como água cristalina e eu imbecil confiei na palavra dela de não ter mais clientes. A não ser que... Ela não o considerava cliente. Talvez ela gostasse dele de verdade.

Saí furioso do hospital, meu ódio era tão insano que eu me sentia capaz de fazer uma grande besteira. Eu havia me declarado para ela, não sei porque raios fui fazer isso. Mas, porra, eu senti de verdade. Eu tive medo de que ela morresse. Quando ela desmaiou na ambulância eu surtei. Achei que nunca mais veria seus olhos novamente. Me senti oco por dentro. Levei tanto tempo para perceber que ela significava mais para mim do que eu imaginava.

Eu não a via mais como acompanhante para reviver momentos com Emma. Os momentos que vivemos eram só nossos. E eu me apeguei à eles. Porém era tudo falso. Eu me envolvi demais em algo onde eu deveria ter depositado apenas dinheiro.

Ao alcançar a rua Nicolas voltou a gritar me provocando. Eu respirei fundo o máximo que pude, pois se eu pegasse ele, só o largaria para ele ser levado ao hospital novamente.

— Você achou que estava com tudo, Oliver! O melhor piloto, as mais belas mulheres. Entretanto seu reinado acabou. Eu sou o novo campeão para quem todos torcem. E até a sua namorada torce por mim.

— Ela não é mais nada minha. — Rebati entredentes e ele gargalhou sarcástico.

— Ela nunca foi sua, seu idiota. Não se forma família com uma puta. Eu te disse... Eu te avisei. — Respondeu com um sorriso nojento no canto dos lábios.

— Eu não vou perder meu tempo com você. — Falei indo para o ponto de táxi.

As risadas asquerosas dele permaneceram preenchendo meus ouvidos. Notei ele gesticular enquanto falava no celular. Depois desligou a ligação e voltou a rir como um demente.

Deus, eu só queria assassinar ele sem ser preso no final, é pedir demais?

Finalmente um táxi parou e eu entrei rapidamente no carro. Pedi para ser levado para o Club e o senhor no volante assentiu me reconhecendo.

Minha cabeça parecia que iria explodir de tanto ódio. O trajeto não era tão longo, mas pareceu ser o mais comprido de todos. Finalmente chegamos e eu parei olhando para o meu carro. Havia uma moça parada próximo dele. Estranhei seu sorriso ao me ver.

— Algum problema? — Perguntei áspero e ela negou com a cabeça.

— Nenhum. Jules apenas pediu para te entregar essa garrafa de bebida.

— Bebida? Para mim? Mas por quê? — Perguntei confuso e ela se aproximou puxando a barra do vestido curto.

— Ele disse que é uma forma de pedir desculpas por ter te expulsado mais cedo. — Respondeu me estendendo a garrafa e eu respirei fundo relembrando da confusão. — Louise está bem? Por favor, me diz que foi apenas um susto.

Quanto Cu$ta O Amor Where stories live. Discover now