17 _ Inveja

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Oliver

No sábado convidei Louise para ver a corrida de perto assim como Emma adorava fazer. Eu me lembro de sempre dar o melhor de mim só para poder ver seu lindo sorriso no final. Era engraçado porque mesmo ela ficando aflita com o risco em si da corrida, torcia por mim exatamente como nosso filho faz hoje em dia.

— Você ficará em um lugar VIP junto com a minha equipe da Ferrari. — Contei e Louise sorriu fraco.

— Eu não entendo muito desse esporte. — Argumentou visivelmente envergonhada e eu ri. — Mas eu aceito ir.

No domingo de manhã ela estava tensa. Me desejou sorte e eu segui para o meu carro. Estava em primeiro lugar e ansioso para as curvas. Eu sempre esperava pelas curvas. Na minha mente sempre vinha o mesmo pensamento: um segundo inconsciente seria igual um segundo com Emma.

Foi dada a largada e logo no início eu já consegui manter uma ótima vantagem de Nicolas Taunay. O som do motor era feroz e me fazia vibrar. Eu amava o que fazia. Parei no pit stop para trocar os pneus e em milésimos de segundos depois estava de volta à corrida. A cada curva a adrenalina aumentava, a cada volta eu ficava mais próximo da vitória. E foi exatamente isso que aconteceu quando passei pelas bandeirinhas quadriculadas. Lamentei mais uma vez ter saído ileso das curvas. Eu esperava que o acaso fizesse seu trabalho, porém ele não cooperava.

Subi ao pódio novamente ocupando meu amado primeiro lugar. Porém meus companheiros de vitória trocaram de posições. Ralph estava em segundo e Nicolas em terceiro mordendo as bochechas internamente de ódio.

Após toda a comemoração com Champanhe, e de parabenizar Ralph por estar subindo cada vez mais, segui para onde Louise estava me esperando com um sorriso luminoso. A puxei para um forte abraço da mesma forma que fazia com Emma. Os fotógrafos ficaram eufóricos e dispararam inúmeros flashes em nossa direção.

— Louise! — Ouvi uma voz conhecida chamá-la e me afastei do abraço. Notei que era Nicolas e ele a olhava de forma estranha. Era recíproco.

— Vocês se conhecem? — Questionei para ela que piscou nervosa.

— Você não é o único aqui a pegar essa puta. — Nicolas se intrometeu me deixando furioso.

A forma como os fotógrafos ficaram agitados ao ouvir o termo que ele usou para se referir à Louise me deixou possesso.

— Não fala assim dela! — Apontei o dedo na cara dele que riu com escárnio.

— E estou mentindo? Uma mulher que recebe dinheiro para tirar a roupa é o quê? Uma grandíssima puta! — Repetiu e antes que eu pudesse raciocinar direito já havia dado um soco de direita bem forte na boca dele. Eu só queria vê-lo cuspir sangue.

A confusão foi um prato cheio para a mídia e logo apareceram as nossas equipes para nos separar. Eu queria destruí-lo.

— Nessa eu cheguei primeiro que você. — Nicolas zombou com os lábios feriados enquanto era puxado pela sua equipe.

— O que você está fazendo? — Gerard me empurrou irritado e eu respirei fundo.

— Ele estava difamando a Emma. — Respondi e ele arregalou os olhos, balancei a cabeça confuso. — Digo, a Louise.

Meu assessor de imprensa piscou atordoado e saiu me arrastando da confusão.

— Você não pode estragar tudo depois de uma vitória sensacional como essa. — Rebateu e eu olhei para trás vendo Louise se aproximar preocupada. — Quem é essa mulher?

— Minha namorada. — Respondi firme e Gerard me olhou surpreso.

— Ótimo, leve ele daqui, senhorita. Vou tentar apagar o incêndio com os fotógrafos.

Louise apenas assentiu e pegou na minha mão, saiu me arrastando como se eu fosse uma criança. Na verdade eu deixei ela me arrastar, era muito maior que ela e poderia facilmente impedi-la. Porém eu precisava mesmo sair dali. Entramos no meu carro e ficamos em silêncio.

— Ele era seu cliente? — Perguntei enfim.

— Ele tentou ser, porém eu o dispensei e ele não gostou nada. — Respondeu me deixando aliviado.

— Fez isso por ele ser um idiota?

— Não, na época minha amiga tinha uma queda por ele. Então eu recusei sair com ele e em resposta não reagiu nada bem. — Respondeu olhando para a janela.

— O que ele fez?

— Tentou me agarrar à força. — Respondeu e eu peguei na maçaneta da porta com ódio pronto para ir até ele e socar a cara dele até virar do avesso. — Não faça nada! Já passou. — Ela pediu segurando o meu braço.

— Eu odeio esse babaca! — Confessei respirando fundo.

— Não é o único. — Respondeu me fazendo sorrir.

— Temos algo em comum então. — Concluí e ela assentiu. Olhei para frente tentando me acalmar. — Quer almoçar na casa da minha avó?

— Aceito.

— Jean vai adorar te ver. Ele está muito animado com isso. — Me referi a nossa "relação".

— Também vou gostar de vê-lo. É um ótimo menino. — Respondeu docemente como Emma responderia.

Sorri animado e coloquei o cinto, ela também e seguimos para a minha casa.

Quanto Cu$ta O Amor Where stories live. Discover now