Oliver
No sábado convidei Louise para ver a corrida de perto assim como Emma adorava fazer. Eu me lembro de sempre dar o melhor de mim só para poder ver seu lindo sorriso no final. Era engraçado porque mesmo ela ficando aflita com o risco em si da corrida, torcia por mim exatamente como nosso filho faz hoje em dia.
— Você ficará em um lugar VIP junto com a minha equipe da Ferrari. — Contei e Louise sorriu fraco.
— Eu não entendo muito desse esporte. — Argumentou visivelmente envergonhada e eu ri. — Mas eu aceito ir.
No domingo de manhã ela estava tensa. Me desejou sorte e eu segui para o meu carro. Estava em primeiro lugar e ansioso para as curvas. Eu sempre esperava pelas curvas. Na minha mente sempre vinha o mesmo pensamento: um segundo inconsciente seria igual um segundo com Emma.
Foi dada a largada e logo no início eu já consegui manter uma ótima vantagem de Nicolas Taunay. O som do motor era feroz e me fazia vibrar. Eu amava o que fazia. Parei no pit stop para trocar os pneus e em milésimos de segundos depois estava de volta à corrida. A cada curva a adrenalina aumentava, a cada volta eu ficava mais próximo da vitória. E foi exatamente isso que aconteceu quando passei pelas bandeirinhas quadriculadas. Lamentei mais uma vez ter saído ileso das curvas. Eu esperava que o acaso fizesse seu trabalho, porém ele não cooperava.
Subi ao pódio novamente ocupando meu amado primeiro lugar. Porém meus companheiros de vitória trocaram de posições. Ralph estava em segundo e Nicolas em terceiro mordendo as bochechas internamente de ódio.
Após toda a comemoração com Champanhe, e de parabenizar Ralph por estar subindo cada vez mais, segui para onde Louise estava me esperando com um sorriso luminoso. A puxei para um forte abraço da mesma forma que fazia com Emma. Os fotógrafos ficaram eufóricos e dispararam inúmeros flashes em nossa direção.
— Louise! — Ouvi uma voz conhecida chamá-la e me afastei do abraço. Notei que era Nicolas e ele a olhava de forma estranha. Era recíproco.
— Vocês se conhecem? — Questionei para ela que piscou nervosa.
— Você não é o único aqui a pegar essa puta. — Nicolas se intrometeu me deixando furioso.
A forma como os fotógrafos ficaram agitados ao ouvir o termo que ele usou para se referir à Louise me deixou possesso.
— Não fala assim dela! — Apontei o dedo na cara dele que riu com escárnio.
— E estou mentindo? Uma mulher que recebe dinheiro para tirar a roupa é o quê? Uma grandíssima puta! — Repetiu e antes que eu pudesse raciocinar direito já havia dado um soco de direita bem forte na boca dele. Eu só queria vê-lo cuspir sangue.
A confusão foi um prato cheio para a mídia e logo apareceram as nossas equipes para nos separar. Eu queria destruí-lo.
— Nessa eu cheguei primeiro que você. — Nicolas zombou com os lábios feriados enquanto era puxado pela sua equipe.
— O que você está fazendo? — Gerard me empurrou irritado e eu respirei fundo.
— Ele estava difamando a Emma. — Respondi e ele arregalou os olhos, balancei a cabeça confuso. — Digo, a Louise.
Meu assessor de imprensa piscou atordoado e saiu me arrastando da confusão.
— Você não pode estragar tudo depois de uma vitória sensacional como essa. — Rebateu e eu olhei para trás vendo Louise se aproximar preocupada. — Quem é essa mulher?
— Minha namorada. — Respondi firme e Gerard me olhou surpreso.
— Ótimo, leve ele daqui, senhorita. Vou tentar apagar o incêndio com os fotógrafos.
Louise apenas assentiu e pegou na minha mão, saiu me arrastando como se eu fosse uma criança. Na verdade eu deixei ela me arrastar, era muito maior que ela e poderia facilmente impedi-la. Porém eu precisava mesmo sair dali. Entramos no meu carro e ficamos em silêncio.
— Ele era seu cliente? — Perguntei enfim.
— Ele tentou ser, porém eu o dispensei e ele não gostou nada. — Respondeu me deixando aliviado.
— Fez isso por ele ser um idiota?
— Não, na época minha amiga tinha uma queda por ele. Então eu recusei sair com ele e em resposta não reagiu nada bem. — Respondeu olhando para a janela.
— O que ele fez?
— Tentou me agarrar à força. — Respondeu e eu peguei na maçaneta da porta com ódio pronto para ir até ele e socar a cara dele até virar do avesso. — Não faça nada! Já passou. — Ela pediu segurando o meu braço.
— Eu odeio esse babaca! — Confessei respirando fundo.
— Não é o único. — Respondeu me fazendo sorrir.
— Temos algo em comum então. — Concluí e ela assentiu. Olhei para frente tentando me acalmar. — Quer almoçar na casa da minha avó?
— Aceito.
— Jean vai adorar te ver. Ele está muito animado com isso. — Me referi a nossa "relação".
— Também vou gostar de vê-lo. É um ótimo menino. — Respondeu docemente como Emma responderia.
Sorri animado e coloquei o cinto, ela também e seguimos para a minha casa.
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Quanto Cu$ta O Amor
RomanceEm uma era onde absolutamente tudo tem preço, pagar para ter apenas algumas horas com uma pessoa não é nada de outro mundo. E isso é reconfortante para o milionário francês Oliver Bresson, piloto de fórmula 1, que pretende apenas reviver momentos es...