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¨So I, I bet my life, I bet my life

I bet my life on you¨

I Bet My Life - Imagine Dragons

Amélie P.O.V

Ele cortou meus cabelos.

Com brutalidade passou a lâmina e os cortou.

A força do puxão necessário para realizar aquele ato me fez gritar, e o soco que levei por cometer tal ato quase me nocauteou. Jogada no chão como uma boneca de pano, com sangue correndo pelo corte no lábio onde acertou e o nariz que provavelmente quebrou.

Dói tanto.

Chorar nem adianta mais, nada alivia essa sensação horrível que estou sentindo. A morte veio cobrar seu preço, pelas vidas que tirei, pela prepotência que tive ao me sentir no topo do mundo ao cometer tais atos. Olho por olho e dente por dente?

Acho que sim.

Aidan me solta das correntes, juntando meu corpo mole do chão e tocando meu rosto, doentiamente preocupado com o estrago. Minhas pernas parecem gelatina, simplesmente não consigo me manter em pé e nem vontade de fazer isso eu tenho, a cabeça pendendo de um lado para o outro, maleável para quaisquer que fossem as suas vontades. Os olhos meus se voltam para o teto, me permitindo piscar uma ou duas vezes enquanto tento escapar daquela cara medonha dele.

- Ah querida, me perdoe. - fala, me dando nós no estômago. - Foi sem querer, vem, senta aqui.

Ele me guia para a cama, onde me sento e pisco forte para tentar me situar, chacoalho levemente a cabeça.

- Tome um gole aqui. - me trás um copo, o qual nem tento afastar, seria inútil.

Graças ao senhor era água, o líquido mais incrível do mundo todo. 

Ela desce refrescante e maravilhosa pelo meu corpo, como se fosse uma carga de energia, acendendo em mim um pouco de vida. Bebo tudo, ansiando por mais, porém um único copo é tudo que o desgraçado me dá.

Um barulho alto vem do andar debaixo, me colocando de pé. Parecia alguém tentando arrombar a porta. Aidan percebe isso, e vai até o corredor rapidamente, enquanto eu vou para a janela, visualizando John e Alfie Solomons no gramado.

É inexplicável o que me acontece, pois nada mais dói, tudo foi esquecido. Bato na janela com força, abrindo a boca para soltar um grito.

Mas não fui rápida o suficiente.

Mãos cobrem todo o meu rosto e me arrastam, mas luto, caindo no chão novamente e sendo carregada em seguida. Havia uma porta escondida na parede, se parecia em nada com uma passagem para o sótão, mas era o que de fato fazia, nos levando para cima da casa. Ele amarra um pano ao redor de minha boca, o que me impede de gritar novamente, me jogando em um canto do local escuro e fétido.

- Um pio e mato você. - ameaça, sabendo que eu sei que é verdade.

Ouço os rapazes vasculhando a casa e conversando, os grito de Michael me levam às lágrimas novamente, me arriscando em um grito mudo abafado pela mordaça, eu consigo imaginá-lo quebrando tudo no andar térreo. Aidan me olha mortal, colocando o dedo entre os lábios para então se distrair novamente guardando a porta, o que me dá a chance perfeita.

Tiro a faca que ele mesmo trouxe, a qual peguei ao me jogar no chão propositalmente. Esse imbecil a deixou largada ao meu bel-prazer logo após me socar.

Tremendo de raiva e ansiosidade, caminho o mais silenciosamente possível para perto dele, buscando conseguir respirar o mais baixo possível. Quando parada rente ao seu pescoço, sem pensar duas vezes, subo e desço com toda força que me resta a faca, enterrando-a e puxando novamente ao correr para longe dele. Trêmula, seguro-a entre duas mãos firmemente, não sabendo muito bem como reagir, se ele viria para cima de mim ou não.

Aidan caí de joelhos, levando a mão ao pescoço. Corro até a janela e vejo Michael através dela, levando meu coração à palpitar de saudade. Ao conseguir abri-la, um puxão forte me afastou do batente, jogando meu corpo contra a parede oposta, aquele ser humano miserável não havia morrido.

O filho da puta sangrava como um porco e ainda sim estava de pé.

Ele joga o peso de seu corpo contra mim, batendo com a mão na faca e a jogando para longe. Aidan tenta me segurar de todas as formas possíveis e ainda sim continuo me debatendo como uma louca, socando e chutando aleatoriamente. Me viro de bruços e engatinho até a arma, sentindo-o subir por cima de minhas costas, um segundo depois uma dor lacerante me atinge próximo ao ombro, era a porra de uma mordida.

Grito alto, eu não acredito nesse caralho. 

Com ódio jogo meus pés contra seu corpo, atingindo-o por sorte em algum lugar que o machucou. Percebo que não passa de desespero para se manter vivo, o que me dá mais força ainda para lutar contra. Apesar da dor que deveria estar sentido, ele briga pela faca em minhas mãos, jogando seu corpo e mãos encharcados pelo sangue enquanto rodamos até que enfim consigo empurrá-lo para longe de mim, e pela moleza que agora ele tem, sei que está tudo quase no fim.

Só que não é o suficiente.

Nos levantamos juntos, ambos cambaleantes e ofegantes, seguindo na nossa dança bêbada e violenta até próximos da janela aberta, e eu o guio para ela, esfaqueando mais vezes com raiva até que só restasse ouvi-lo guinchar ao se reclinar para fora, terminando de empurrar seu corpo telhado à baixo com um último golpe.

Nos levantamos juntos, ambos cambaleantes e ofegantes, seguindo na nossa dança bêbada e violenta até próximos da janela aberta, e eu o guio para ela, esfaqueando mais vezes com raiva até que só restasse ouvi-lo guinchar ao se reclinar para fora, t...

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Sem pensar duas vezes corro para a porta, escancarando-a. Disparando casa à fora, não leva mais do que um minuto para que meu corpo se choque contra o de Michael.

Tudo depois daquilo foi um borrão.

E então me encontro parada, sangrando e com dores no chão do meu banheiro. Desorientada, olho ao redor, tentando me agarrar inutilmente na banheira e no mármore da pia para sustentar meu corpo para me colocar de pé novamente.

Forced Marriage ✔️Where stories live. Discover now