Cheater

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"It's unforgivable,

I stole and burnt your soul

Is that what demons do?"

Love Me Again -John Newman

Michael P.O.V

Depois da reunião com os Rinaldi, vejo Amélie e John se esgueirando e saindo, me sinto traído. E se ela estiver tendo um caso com ele, por isso quer o divórcio?

Estou ficando paranoico.

Arthur vem até mim no fim do dia e me conta o que ouviu da conversa dos dois, algo sobre um bebê e não me contar nada, ela estava grávida. A raiva que queima em mim é mortal, trabalho com ódio e passo a semana toda sem querer olhá-la. John até vem visitá-la pessoalmente, isso pra mim é o fim. Decido que não quero ouvir nem explicações, vou atrás de um advogado confiável e faço a papelada do divórcio em sigilo.

Ela ficou na cama o que parece ser uma eternidade, é o que dizem todos. 

Deve ser remorso ou fingimento, procurando uma forma de esconder a gravidez, quando ficou melhor, fizeram questão de vir vê-la, mas estou cansado. Quando ela chega na sala, pego na pasta os papéis e entrego discretamente sem dizer uma palavra, ela apenas pega a caneta e assina, devolvendo.

Trinco o maxilar, se aceitou com tanta facilidade era verdade.

A reunião do clube todos amamos a falsa da Amélie dura duas horas, ela e John estão tão próximos que quero explodir de raiva, bater nele até ficar desfigurado. Depois que todos se vão e ficamos só nós, ambos vamos nos deitar, tomei um ou dois copos de Whisky para segurar a barra, preciso focar no que é importante.

Dez minutos deitado me fazem botar pra fora a raiva.

- Amélie. - chamo.

- Sim?

- Quero que se mude quando tudo acabar.

Trabalho como um cavalo durante toda semana, sem vontade de chegar em casa. Quando o fim de semana chega, Arthur convida todos para um churrasco em sua casa, em oferecimento ao aniversário de um ano do filho de Tommy.

Amélie logo que chega vai até Grace e pega Charles no colo, muito afetiva, apenas observo tudo de longe.

Ambas conversam algo e vejo que ela vai com o garoto para a cozinha, John vai logo depois. 

Era ridículo a forma como não eram capazes de esconder seu caso, me traindo na frente de todos. Estou me entupindo de bebida. Caminho até a cozinha algum tempo depois e vejo ambos sentados na mesa, Charles estava no colo de John e ela dava de comer ao garoto, todos gargalhavam, Amélie fazia besteiras e John balançava o menino com a perna, pareciam uma porra de família feliz.

Uma amiga de Grace estava no canto do cômodo, e vou até ela, flertando abertamente. 

Acaricio o rosto dela depois de alguns minutos de conversa, ciente de que somos observados. Legalmente eu sou solteiro, então não é traição. Ouvimos a cadeira arrastar e a porta da cozinha se abrir, Amélie saiu com o garoto pra fora, e antes de me virar, sinto um soco me acertar.

- Você me deu um soco? - constato o óbvio ao olhar para John, passando a mão no maxilar.

- Dei, e vou dar muito mais se fizer esse tipo de merda de novo. - ameaça, virando as costas e saindo do cômodo.

Rio, olhando pra trás e vendo Polly, Grace e Finn me encarando, ninguém diz uma palavra, mas mamãe me fuzila.

- Precisa crescer Michael, já passou da hora. - cospe Polly, se virando e indo atrás de John.

Volto pro meio dos rapazes e finjo que nada aconteceu, tirando Finn e John, nenhum deles viu nada. Meia hora depois, Polly vem até mim e me puxa de lado.

- Vai agora falar com ela, ouviu? - manda. - Peça perdão por ser um marido tão ruim.

Bufo.

- Onde?

- Lá encima, está no quarto fazendo o Charles dormir. - diz e sai.

Me arrasto até lá e abro a porta sem fazer barulho, vejo ela sentada numa cadeira de balanço com ele no colo, seu rosto sobre o dele e a mão dando leves tapinhas na bunda, cantarolando algo baixinho. Por um breve segundo, quis aquilo pra mim, que fosse um filho meu, que ela soubesse que estou perdidamente apaixonado por ela e não consigo mais esconder isso.

 Por um breve segundo, quis aquilo pra mim, que fosse um filho meu, que ela soubesse que estou perdidamente apaixonado por ela e não consigo mais esconder isso

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- Podemos conversar? - sussurro.

Ela ergue o olhar e volta a observar Charles, calma.

- Nós já assinamos o divórcio, não tem o que ser dito. - devolve, baixinho.

- Por quê foi ao médico?

- Saber se estou saudável? - responde, desinteressada.

- Fala sério porra.

- Quer saber? - seus olhos queimam furiosos. - Diferente de você, sou fiel, mesmo sem razões. John me deu apoio quando precisei, e essa era sua obrigação. - continua, colocando Charles deitado no berço que logo mais receberia o filho de Arthur. - Precisava de você, mas a verdade é que estou de saco cheio dessas suas atitudes.

- Um boato chegou até os meus ouvidos. - confesso, olhando o bebê ressoar levemente. - Você tem um caso com o John?

- Assim como confio cegamente em você, mesmo tendo razões para não fazê-lo, esperava que todo esse tempo juntos tivesse feito você confiar em mim. - soa magoada. - Te dei tudo que tinha, tudo. Mas nada, nada, nunca foi o bastante.

- Me desculpe.

- Dessa vez desculpas não vão resolver, chega Michael, você precisa crescer. - diz.

- Pelo menos pode me dizer se está grávida?

- Não estou, se era só isso que te preocupava. Graças à Deus. - antes de sair pela porta, ela se vira e me olha decepcionada, e esse de longe é o pior tipo de olhar que se pode ganhar. - Não que você mereça uma explicação, mas não estou tendo um caso com seu primo.

Saindo pela porta ela me deixa sozinho, começo a desejar que estivesse grávida, quem sabe assim não me abandonaria, perdoaria, amaria...

Em tempos de vingança, o amor é luxo. 

Toda vez que eu tento acertar os passos, acabo ferrando com tudo outra vez. Acho que depois de tantas chances dadas é impossível me redimir.

Amélie P.O.V

Doeu ouvir aquelas acusações de Michael, então era por isso que me ignorou todo esse tempo. Não importava, ações tem reações. 

O que o médico disse partiu meu coração, era uma algo permanente de uma situação de momento. John ficou ao meu lado, e enxugou as lágrimas de dor, só Deus sabe que isso não se deseja nem ao nosso pior inimigo.

A verdade é que nem a maior paixão do mundo dura ao lado de alguém tão infantil, e confesso que ele e o primo são opostos extremos. Enquanto um é mais racional, o outro parece um cachorro que sente necessidade de mijar no poste para marcar território constantemente.

Ah Michael, mal sabe você que quem procura acha.

Forced Marriage ✔️Where stories live. Discover now