Red roses

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¨But I got you this rose

And I need to know

Will you let it die or let it grow?¨

Roses - Shawn Mendes

Amélie P.O.V

Só pode ser estranho, no mínimo, como estamos agora. Essa situação inusitada em que estamos, ambos em xeque.

Sentada de frente à Tommy, este segurando um grande buquê, sem entender uma vírgula do que está acontecendo.

- Ah, parece que você tem um admirador. - fala ele, tossindo de leve. - São pra você.

Estendo a mão e pego as flores, embasbacada demais para dizer um ¨a¨ sequer.

- Quem mandou isso? - franzo o cenho, olhando-o.

- Boa pergunta. Eu também não sei. - dando de ombros, Tommy olha o relógio, pensando em algo.

Aceno a cabeça, em concordância, me levantando e dando um tchau mudo, indo direto para minha sala. Sem saber muito o que fazer com essas flores, coloco-as do canto, não estou muito impressionada, apenas curiosa por saber quem as mandou.

Não que seja ingrata, apenas... sem palavras.

A antiga eu adoraria receber uma surpresa assim, amaria divagar horas sobre quem seria o tal admirador, mas a eu de hoje, ela simplesmente está sutilmente incomodada com o fato de ter alguém lhe mandando algo. O coração dela está como uma uva passa.

O dia transcorreu normalmente, e em determinado momento John veio até mim, fitando as flores tão pasmo quanto eu fiquei.

- Flores? - questiona, apontando para elas.

Rolando os olhos, confirmo, continuando a trabalhar.

- Quem mandou?

Volto meus olhos para ele, uma expressão mórbida estampada.

- Não sei e talvez nem queira saber.

John apenas assovia, fazendo um bico. Ele cerceia mais um pouco aqui e ali, como um animal prestes à pedir algo, e como não me sinto paciente, decido fazê-lo falar de uma vez.

- Desembucha John. - tamborilo os dedos na superfície firme, as unhas fazendo barulho ao irem de encontro com a madeira.

- Eu quero saber se podemos mandar fazer um novo vidro para sua porta.

Por instantes, minha cara é de pura descrença, por qual motivo precisaria pedir minha permissão para trocar o vidral de minha porta?

- Claro, não tem problema algum. - sorrio, amigável.

Ele não parece muito convencido, pois se aproxima, confidente.

- Não faz mal se você não quiser ainda, ok? O Tommy só quis saber por saber mesmo, tudo no seu tempo.

Puxo ar para os pulmões, o sorriso murchando em meio caminho, e apoio um cotovelo na mesa e a mão na cabeça. E nesse silêncio confuso, é que eu volto para a realidade. 

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