Peace?

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"If we're always searching for a love that's perfect

How we ever gonna see just what we got?"

Loyal - Paloma Faith

Michael P.O.V

Acordo cedo, assim espero, e estou com alguém em meus braços. 

Observo sua beleza passiva, ressonando calmamente junto à mim. Está uma bolha de calor nesse abraço, preciso muito ir ao banheiro mas a ideia de me desprender dele por um segundo e enfrentar o frio da privada me arrepia.

Tommy quebra esse encanto ao entrar no quarto, sem bater, nem pedir licença, fazendo barulho ao ir até a janela e arregaçar as cortinas, levo a mão aos olhos, instintivo.

- Levanta vagabundo, você tem casa.

- Qual é Tommy, poderia ao menos ter batido antes. - resmungo, baixo.

- A casa é minha, está deitado em meus lençóis. Você tem casa, vai pra lá se quer dormir mais.

Sinto que ela despertou pois começa a se remexer. Tommy observa curioso, do canto da janela, com o cigarro em mãos, pronto para acender.

Abrindo um olho após o outro, ela os coça suavemente, e então se dá conta de que estamos como cobras, enroscados um ao outro. Se solta de mim mas não deixa a cama, apenas se cobre mais, corada pela presença de Tommy.

- Bom dia Lady Gray, teria mostrado mais modos se soubesse que estaria aqui.

- Bom dia, quem mais estaria, se não fosse eu?

Ela soa azeda, muito desgostosa com o fato de estar acordada e ainda aqui.

- Tem razão. - concorda, rindo de sua reação. - Vocês podem tomar café conosco, mas então vão embora, quero trepar com minha esposa em paz.

- Muito sutil Tommy. - rebato, vendo-o sair e fechando a porta atrás de si.

Amélie salta da cama na hora que a porta bate, indo até o banheiro, a camisola lavanda desenhando seu corpo. Enrolo na cama até sua saída, agora usa um robe com peles.

- O que está esperando? Quero ir embora.

Suspiro.

- Tudo bem, senhora. Seu desejo, uma ordem. - meneio, com um floreio de mão.

Meia hora depois, estamos tomando o café da manhã, Grace e ela conversam animadas, sentadas em uma das mesas do jardim. O filho deles brinca com os cabelos de Amélie, e elas riem, não sou de achar muitas coisas bonitas, mas a cena até que era uma graça. 

Sorrio de canto.

- Pensando em por um filho seu na barriga dela já meu velho?

Era Tommy, ele se senta ao meu lado em uma mesa na varanda da casa, cem metros atrás delas.

- Ha, ha, ha.

- Crianças fazem bem Michael, pense nisso. - fala, bebericando o café.

Degusto mais uma uva, e nem percebi quando comi quase todo o cacho.

- Meu casamento por si só já é um fracasso, não preciso de mais alguém envolvido nele pra que desmorone de vez.

- Ou arrume tudo de vez... - solta no ar. - Tire alguns dias de folga, volte só na segunda, presente de casamento. Encare isso como uma lua de mel, e uma oportunidade de conhecer melhor a mulher.

- Eu te odeio Tommy.

- Eu sei meu velho, eu sei. - ele tem aquele olhar distante, de quem refletiu muito sobre a vida e chegou na conclusão de que nada se resolve por completo, e olhando-as, acho que tenho o mesmo olhar.

Forced Marriage ✔️Where stories live. Discover now