Twisted

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¨Oh lady, runnin' down to the riptide
Taken away to the dark side¨

Riptide -Vance Joy

Michael P.O.V

Os negócios vão bem, mais do que nunca, nem dá pra acreditar que logo o bebê vai chegar, o médico diz que vai ser daqui um mês ou dois. 

Estou ansioso e triste ao mesmo tempo, Amélie vem ao escritório de teimosia, executa algumas tarefas aqui e ali, nada que a atrapalhe, mas vai ao banheiro com tanta frequência que não acredito ser possível; seu humor é tão incerto quanto o dia de amanhã e meu santo Deus, como ela tem calor.

Mesmo estando frio pra caramba, o inverno está quase aí, além de passar algumas noites acordada, vagando pela casa fazendo sabe-se lá o quê, como um fantasma, vagando perdida. Hoje, particularmente falando, ela se encontra com uma dor nas costas de ¨morrer¨, remexendo a bunda sem parar na cadeira em busca de um lado confortável.

Concordo com tudo que ela diz e quer pois sei que depois vai ser duro, é melhor que seja assim, ao menos vou conseguir ver o bebê antes.

- Já decidiu que cor vai querer pro quarto do bebê? - peço, digitando na máquina de escrever sem parar, um relatório contábil. 

- Creme. - suspira, escrevendo.

- Creme? Que raio de cor é essa? - franzo o cenho, erguendo o olhar.

- Você chama de cor de bosta. - devolve o olhar.

- Essa cor é horrível. - critico, mesmo ciente de que era a decisão final.

- Assim como seu gosto pra decoração infantil. - rebate, sorrindo de lado.

Mostro o dedo do meio, voltando para a digitação.

- Não vai precisar da minha ajuda pra comprar nada então. - dou de ombros, me encolhendo na cadeira.

- Não vá e você verá onde vai dormir até o fim dos tempos.

- Duvido muito. - provoco, rindo.

Depois do almoço, vamos até uma loja com essas coisas de bebê e escolhemos todo tipo de treco que ela pode sonhar e querer, roupas, brinquedos, blá, blá, blá. A parte que realmente me interessou foi a escolha dos móveis, olhar os berços e imaginar coisas tão pequenas dentro deles é engraçado, e até certo ponto, adorável. 

Sorrio de canto enquanto observo suas escolhas, toda vez que me pedia algo só queria na verdade era ouvir um "aham" por quê minha opinião pouco importava. Iriam montar o enxoval no fim da tarde de amanhã pois, segundo ela, o quarto ficaria pronto hoje.

Só não sei como.

O resto do dia foi tranquilo mas estranhamente ela não abriu a boca durante o caminho até em casa, apenas me guiou até o quarto do bebê, abrindo a porta e me surpreendendo. 

O quarto ainda estava em sua cor antiga, branco, mas com algumas latas de tinta no chão.

- Quê isso? - pergunto surpreso.

- Eu pensei em decorarmos nós mesmos as paredes, algo especial e único. - reprime um sorrisinho, entrando e rodopiando pelo quarto.

- Ok. - dou risada, tirando a parte superior do terno e ficando sem camisa. - Mãos à obra.

Ela se entusiasma tirando o casaco e prendendo o cabelo, abrindo algumas latas de tinta.

- Pensei em pássaros pequenos. - palpita, mordendo o lábio.

Forced Marriage ✔️Where stories live. Discover now