La jalousie (jealous)

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"It's not your fault that they hover

I mean no disrespect

It's my right to be hellish

I still get jealous"

Jealous - Nick Jonas

Amélie P.O.V

Após o almoço fui direto para o banho, antes de sair com Polly precisava estar devidamente trajada.

Fiz o lento ritual, ao sair, procuro me perfumar e hidratar a pele, passando apenas uma camada básica de maquiagem, penteio os cabelos de leve e noto Michael me olhando.

E foi então que algo horrível aconteceu. Agarrando meus cabelos, ele me ameaça e delira sobre desrespeito enciumado.

Quando seu delírio passa, estou apavorada, eu não conheço o homem com quem divido o teto, é um fato, e esse ato de violência implícito me faz temer pelo que pode vir a acontecer no futuro. 

Vou até o closet e arrumo as roupas, deixando tudo pronto. Coloco um casaco de pele caramelo e um vestido salmão, um brinco discreto e estou pronta. Michael se trancou no escritório e de lá só sairia mais tarde.

Ouço o som da voz de Polly, alto e claramente, do lado de fora da casa e sei que é minha deixa. Saio sorridente pela porta, cumprimentando-a com um beijo na bochecha.

- Boa tarde, está linda hoje.

- Quê isso menina, linda é você, com esse rostinho de bebê, vai me dar netos lindos ainda. - diz, apertando minhas mãos levemente enquanto faz uma expressão sonhadora. - Entre, vamos logo fazer a farra das garotas.

Nosso motorista era algum empregado da companhia Shelby, nos sentamos no banco de trás e ele dá partida.

- Como está Michael?

- Bem, sempre trabalhando, mas bem.

Sorrio, distante, recordando suas mão em meu couro cabeludo, apertando-o grosseiramente, revivo a dor como se fosse nesse exato momento, tocando discretamente os cabelos.

- Sabe querida, ele pode ser uma pessoa difícil, mas quando o conhecer melhor, vai ver que é um doce.

- De fato. Ele pode ser temperamental. - concordo, entristecida.

- Temperamental? - me olha, franzindo as sobrancelhas.

- Ele fez algo hoje... - sou interrompida por um sinal discreto de pare, e uma olhada ao motorista, que parecia levemente interessado na conversa.

- Falaremos disso depois, devemos poupar as fofocas para nossa tarde.

- Sim, está certa, me perdoe. 

- Diga pra mim, gostou da casa? - começa, mudando de assunto.

Discorremos por temas banais até entrarmos em uma casa de chá elegante, indo para uma mesa mais reservada e sem tantas pessoas ao redor.

- Temos que cuidar com tudo que é dito, as paredes tem ouvidos. - confidencia, e apenas concordo. - Agora sim, diga pra mim, que história é essa ¨fez algo¨?

Mordo meu lábio inferior.

- Eu não amo o seu filho, isso parece ser mais algo carnal do que verdadeiro. 

- Nem sempre o amor vem primeiro. Você acha que eu amava todos os homens com quem deitei um dia? Não que foram muitos, enfim. Querida, um casamento é difícil, vai ter que engolir algumas coisas e abdicar de sonhos se for cabeça-dura e não ser minimamente maleável. - fito a paisagem enquanto ela beberica o chá que nos foi servido. 

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