Eu te... Eu te amo?

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–Ta subindo, é?- o hippie falou numa voz arrastada.

Parei de abrir o ziper e arregalei os olhos. O hippie me olhava com uma sobrancelha erguida. Ele umedeceu os lábios com a ponta da língua.

AI CARACOLES, O HIPPIE TAVA TENANDO ME SEDUZIR.

ME.SEDUZIR.

SERÁ QUE DEU PRA ENTENDER A GRAVIDADE PROBLEMA?

Calma Jered. Respira, inspira, respira e inspira.

E o negócio da minha calça?

Eu tenho que tirar a minha calça...

Limpei a garganta meio desconfortável.

–Dude, er, eu vou tirar a calça, mas...seu time

–Isso, tira a calça!- Gritou jogando a espingarda para trás, tonando totalmente inaldivel a parte em que eu dizia '...mas eu não jogo no seu time'.

E agora o hippie gay sorria grotescamente para mim.

Olhei desesperado para os lados, procurando pela saída, mas eu não tinha muita escolha. A escada estava logo atrás do Hippie, e de qualquer jeito eu precisava tirar a calça.

Então, me muni da minha coragem não existente e arranquei minhas calças ali mesmo. Em seguida, corri na direção do hippie, que abriu os braços para me receber, mas no ultimo segundo, desviei dele, o deixando para trás com cara de tacho, conseguindo alcançar a escada. Rompi a porta atropelando a senhora dona da casa e caindo em cima dela.

–Au!- gemi erguendo o rosto. A senhora olhou para mim assustada.

–TARAAAADOOO!- começou a gritar em baixo de mim. -TARAADOOOO!

O Hippe apareceu na porta do porão.

–Achei você! Dono da coisa mole que sobe!- ele sorriu ao me ver em cima da mãe dele. - Então você curte um ménage à trois.

–Que mané homenage o que! - me levantei e olhei para o 'negócio mole que sobe' que estava grudado em minha coxa, e que na verdade era uma lagartixa, e só então percebi que a minha cueca tinha sido tirada junto com a calça. Gemi de desgosto e arranquei a lagartixa da minha coxa.

–Toma o negócio mole que sobe- falei jogando a lagartixa na cara dele. E saí andando pelo corredor, tapando o meu 'equipamento' para recuperar o resto de dignidade que eu ainda tinha.

–JERED! - reclamou Noah tampando os olhos da Julia assim que eu entrei na sala.

Eles pareciam ter acabado de chegar da rua.

– Desculpa man, mas o dia não está fácil não- me defendi, lembrando do hippie me olhando com desejo.

Senti um frio na espinha e quase morri congelado.

–É, não está mesmo.- Noah suspirou, com um tom de voz preocupado.- Vai lá se trocar, e arruma as suas coisas que nós vamos embora.

Sorri ao ouvir aquelas duas ultimas palavras.

–Graças a Deus!- ergui as mãos para o teto, agradecido.-Obrigada meu senhor!

–JERED!- Noah me repreendeu outra vez, apontando, com a mão que não tampava os olhos da Julia, para as minhas partes intimas.

–Desculpa- sorri amarelo.- Vou lá arrumar as minhas coisas.

E sai saltitante, agradecendo pelo quarto onde eu estava dormindo esses dias, já que ele não era muito longe da sala, e assim, não havia perigo de eu esbarrar naqueles dois loucos habitantes dessa casa durante o trajeto.

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