A luz de velas.

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PDV Noah

E novamente o silêncio pesava entre agente.

–Mas então maninho, o que vamos fazer para passar o tempo?- a pirralha perguntou doce e inocentemente.

Que mané maninho, não sou seu irmão.Pelo menos não queria ser.

‘ O que vamos fazer para passar o tempo?’

A qual é pirralha, isso não é pergunta que se faça.

Não para uma pessoa que está se contendo pra não te agarrar nessa escuridão, dessa minivan, onde só estamos eu e você. Você e eu. Onde ninguém vai ouvir ou ver qualquer coisa que nós possamos fazer...

Me permiti sorrir com a mais pura malicia da minha vida.

Sim, era pura ok? Eu não estava pensando em coisas muito obsenas.

Não, para tudo Noah. Essa aqui do seu lado é a pirralha, não é qualquer uma, não é uma Giovanna da vida. Ela é a filha do seu padrasto.

Mas sabe de uma coisa? Esta escuro, então foda-se que ela é filha do meu padrasto.

Ok, isso não fez sentido. Ah, foda-se também.

Foda-se Gabe, foda-se fraternidade, foda-se sanidade.

Precisamos fazer o tempo aqui dentro passar mais rápido não é mesmo?

Era tudo para o bem da pirralha. Não queria que ela morresse de tédio.

–Eu sei uma coisa que agente poderia fazer- sorri e mordi o lábio inferior- mas fica estritamente proibido você me chamar de ‘maninho’.- avisei.

–Aé, por quê?- a pirralha perguntou inocente.

Oh Deus, porque toda essa inocência tinha que deixar ela mais tentadora?

–Porque não quero sentir remorso em fazer isso.- murmurei e a deitei no banco ficando por cima dela. Distribui meu peso nos braços, que estavam um de cada lado de seu corpo, mas deixei que nossos rostos ficassem próximos. Eu gostava de sentir a respiração dela ficando irregular. Era como se ela quisesse me beijar tanto quanto eu queria beijá-la.

Ah, como eu gosto desse poder que a minha mente tem de me iludir...

Aproximei nossos lábios só para sentir novamente a maciez dela.

O que eu estava fazendo? Eu estava prestes a beijar a pirralha.

A mesma que gostava do Gabe.

A mesma que é filha do Tom.

A foda-se.

Tomeis seus lábios com os meus, por cerca de um segundo.

–NOOOAH!!

–JUULIA!!!

Ouvimos a voz de Giovanna e Gabe gritando.

Imediatamente nos empurramos como mais cedo na cozinha.

Cai de cara no chão.

Isso foi um erro.- era a única coisa que passava em minha mente. Talvez eu tenha falado, não sei, eu estava desconcertado e confuso.

Os dois apareceram na porta com umas porras de lanternas que iluminariam o Haiti inteiro, e a pirralha se jogou nos braços de Gabe, como havia se jogado nos meus braços quando a encontrei.

Mais doído do que cair no chão, era cair na realidade.

–Estavam demorando demais, então resolvemos vir buscar vocês.- Giovanna se justificou enquanto eu me sentava no chão.

Do Seu LadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora