Para onde vamos agora? (Romance LGBT/Ficção)

Capitulo 07: Medo

^Tudo o que me restou^

《Narrado por Jackson》

- tenta dar só uma olhadinha - escuto Nicholas sussurrando do meu lado abaixado.

Seguro no pano e minha mão volta a tremer, eu costumava não ter medo de nada mas depois da aparição dessas coisas eu aprendi a ter medo. Puxo devagar a cortina e olho pro lado de fora, não vi nenhum movimento estranho e nada não identificado.

- não os vi, devem estar pelo chão - fecho a cortina e olho pros meninos.

- são aliens? - a voz inocente do Chris me deixou pensativo.

- seja lá o que eles forem, temos que fechar todas as portas e torcer para que não nos achem - digo tomando a frente da ação - fechem as cortinas das janelas, dos quartos e dos banheiros, eu vou tentar dar um jeito de empatar que eles passem pelas duas portas.

Eles saem lentamente em direção aos quartos me deixando na sala, vi que os pés do sofá tinham rodinhas, ou seja, seria super fácil de o arrastar sem fazer muito barulho, contando que não estejam enferrujadas. Começo a arrastar devagar, o levo até a porta de entrada e coloco escorada nela pra que ela não seja aberta por fora.

- o que eu vou fazer pra tapar essa porta enorme de vidro? - sussurro baixo olhando pra porta que levava até a área em que fica a piscina.

Os meninos voltam em questao de uns dois minutos e explico a eles que não tem nada aqui que possa fazer com que a segunda porta não seja aberta, eles ficam meio inquietos com isso mas infelizmente não tem como.

- é melhor irmos pros quartos, esperar até que o amanhã chegue e torcer para que eles não venham até nós - dou a ideia e eles me olham com uma feição de negação.

- eu não durmo sozinho, por favor Jackson - Nick diz com uma voz um pouco trêmula.

- eu também não vou dormir só, não quando tem extraterrestres querendo me matar do lado de fora - Chris cruza os braços e respira fundo baixando a cabeça.

- ok, vocês venceram, vamos pro meu quarto, a gente fica revezando turnos pra proteger a casa, okay? Nick pega a bolsa que tá com a arma e trás também - digo indo em direção ao quarto.

O quarto não era tão grande, porém muito bonito e com uma cama de casal, os meninos vieram logo atrás de mim e trancamos a porta, não estávamos mais molhados, ficamos um bom tempo quietos depois que entramos, porém ainda estamos os três apenas de cueca, me jogo na cama e espero eles.

Nick ficou no meu lado esquerdo e Chris no direito, nos cobrimos com o lençol que tinha na cama e ficamos olhando pro teto.

- estão com medo? - escuto a pergunta de Nick e respiro fundo.

- sim - Chris responde e eu faço o mesmo logo depois com um 'eu também'.

- eu não quero morrer - Nick diz com uma voz de quem ia chorar.

- venham aqui - puxo os dois para mais perto e eles ficam me abraçando cada um de um lado com as cabeças em meu peitoral - eu fazer tudo o que puder pra salvar a nossas vidas e proteger vocês dois, agora chega de pensar besteira e vão dormir.

Não é apenas por ser o mais velho entre nós três, mas algo em mim me obriga a cuidar deles, eu sei que eles precisam de mim, e não vou deixar de fazer isso, eles são tudo o que me restou.

A noite foi um tanto quanto longa demais, o plano era dormir e torcer para que no outro dia a barra estivesse limpa, mas não aconteceu bem assim, os meninos já tinham caído no sono quando o mesmo barulho que aquele Alien tinha feito no shopping começou a soar, porém mais alto do que a primeira vez, o que fez com que os dois acordassem e olhassem pra mim com medo.

- o que querem que eu faça? Eu tô aqui me borrando de medo - dou uma explicação direta que fez com que eles dessem uma respirada funda.

- eu vou lá fora ver - Nick levanta da cama mas eu e Christian seguramos ele pelo braço.

- você vai ficar aqui, quer perder sua cabeça igual aquele cara? - ele parece pensar no que Christian disse mas não fez muito efeito, uma das coisas que vi no Nicholas em pouco tempo, ele é muito teimoso.

- se ninguém for ver o que está rolando lá fora, vamos passar a noite com medo e se perguntando como foi que chegamos até esse ponto - outra coisa que notei, ele sabe como usar as palavras.

- se ninguém for lá fora, todos ficam vivos - quebro o pensamento dele que revira os olhos e senta na cama.

- esse prédio tem câmeras, certo? - Chris e eu concordamos ao responder ao garoto, vimos câmeras de segurança na entrada - ótimo.

Ele levanta da cama e vai até um tipo de escrivaninha que fazia parte da mobília e pega a mochila que havia trago de viagem no avião, retira um notebook e o coloca em cima do móvel.

- me dêem alguns minutos e poderemos ver o que está acontecendo lá fora - ele diz começando a usar o aparelho de uma forma muito rápida.

- você vai invadir o sistema? - Chris pergunta se aproximando dele.

- pra isso você não precisa de internet? - digo me juntando a eles, vejo que ele esta em uma tela verde cheia de códigos estranhos.

- sim, eu preciso de internet, eu conheci uma menina extremamente inteligente com um QI altíssimo, foi até chamada pra fazer experiências na NASA, e ela me eninsou a usar internet de qualquer lugar do mundo, e pelo visto ainda tem algumas torres de internet ligadas, vou usar essa aqui da Alemanha - ele aperta um botão e um tipo de aro começa a rodar na dela demonstrando que está carregando algo - e... estamos conectados.