Capitulo 06: Sobreviver

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《Narrado por Nicholas》

Colocamos tudo dentro da Van, e entramos dentro dela, todos no banco frontal, e partimos, sem um rumo certo, sem mapa, sem GPS, apenas três garotos em mundo todo deles, ou pelo menos eu espero que pelo menos um terço do mundo não tenha algum daqueles bichos estranhos.

O medo ainda é grande, não sabemos ao certo o que aconteceu, como essas pessoas desapareceram ou como aquelas coisas apareceram... não sabemos quantos são, nem se eles têm alguma fraqueza, só seguimos para que possamos procurar algum local pra se abrigar já que vimos que o Shopping não é um local seguro.

Antes de sairmos do shopping eu encontrei algo que sempre quis ter, uma câmera de foto instantânea, me abaixei um pouco pra poder pegar ela que estava dentro de uma das mochilas que Jackson havia trago e a pego, aponto pros meninos que me olham e dão um sorriso, aperto no botão e vejo o flash indo até eles, logo a foto sai na parte de baixo da câmera, pego ela e a balanço um pouco, alguns minutos depois ela aparece e mostro ao Chris.

- sorrisos falsos em uma foto bonita, que conceitual - ele diz cruzando os braços e se escorra no banco olhando pra frente - vai ser uma longa jornada.

- olha pelo lado positivo, pelo menos não estamos sozinhos - guardo a câmera e faço o mesmo que ele, que deita a cabeça em meu ombro e fecha os olhos - se você babar em mim eu te dou um murro.

- vai se fuder - ele mostra o dedo do meio e ri baixinho se ajeitando em uma posição melhor.

4 horas em estrada, já são 16:20, paramos no meio de uma cidade com prédios grandes, Jackson disse que talvez se ficássemos em locais altos não iriam nos encontrar, é uma teoria até boa, mas não sabemos se isso é real. Foi difícil fazer com que o Christian acordasse mas consegui e ele passou um bom tempo esfregando os olhos.

- eu babei? - ele pergunta com uma carinha de sono ainda.

- tá sentindo dor? - nega minha pergunta com a cabeça - então isso significa que não te dei um murro.

- então eu não babei - Jackson riu da nossa conversa super interessante e foi abrindo as portas do carro para que tirassemos as coisas.

A dificuldade pra levar tudo aquilo pro topo de um prédio de 8 andares subindo em escadas por causa do elevador quebrado foi imensa, quando chegamos no último andar já estávamos praticamente sem ar.

- me lembrem... de nunca mais... - o cansaço não estava me deixando falar frases inteiras - deixar o Jackson dar idéias.

O apartamento não era pequeno, ficamos literalmente no último andar, com um tipo de laje enorme com piscina e tudo, 3 quartos, cada um com um banheiro, além da sala e da cozinha, parece que alguém que luxava muito vivia aqui.

- foi pra isso aqui que eu entrei na faculdade, pra ter uma vida como essa quando eu terminar - Jackson olha pela janela e se joga no sofá depois, cruzando as pernas e as colocando em uma mesinha que estava no centro, e pondo os braços abertos no sofá.

- não adianta pensar em faculdade agora, faculdades nem existem mais - digo sentando do lado dele.

- o que vamos fazer? - Chris pergunta se juntando a nós.

- sobreviver, é tudo o que podemos fazer no momento... - o respondo olhando pro teto - sabe, eu sempre quis ter uma fazenda, seria uma boa pra nós, teríamos ovos, leite, milho, entre outras coisas, o que acham?.

- e como você quer achar uma fazenda no meio de uma cidade dessa, cheia de prédios? - a pergunta de Jackson me fez pensar um pouco.

- a gente podia ficar se movimentando ou sei lá, até achar algum local realmente bom pra nós - a pergunta foi respondida por Chris e confirmada por mim.

- pode ser, mas enquanto estamos aqui, eu vou tomar um banho naquela piscina - Jackson levanta do sofá e tira sua blusa, joga ela em qualquer lugar, depois leva as mãos até o botão da calça a abrindo e retira a peça de rouba ficando apenas com uma cueca preta, ele corre pra fora e se joga na piscina deixando eu e Chris rindo dele no sofá.

Jackson não tinha o corpo muito em forma mas dava pra ver que ele malhava, seus cabelos loiros agora estavam com um tom mais escuro por causa da água e caídos em sua testa.

- não querem vir? - ele pergunta e olho pro Chris que confirma com a cabeça.

Começamos a tirar nossas roupas também, diferente do Jack, Chris tem um corpo sarado, como o meu, o tom de pele dele é totalmente como eu havia imaginado, um negro latino. Pulamos na piscina e nos juntamos ao Jackson, como eu já esperava, ele veio com aquelas brincadeiras de colocar o amigo pra baixo da água. Passamos cerca de uns 30 minutos ali, conversando algumas bobagens pro tempo passar rápido, meu relógio apitou, marcavam exatamente 18 horas no relógio.

Levanto a cabeça e me deparo com algo estranho no céu, do tamanho de um helicóptero, chamo a atenção dos meninos e saímos lentamente da piscina indo em direção ao interior do prédio e fechamos a porta.

- tampa com a cortina - digo e Jackson vai pra perto da porta mas antes de fechar, conseguimos ver mais uns 10 daqueles descendo do céu e Jackson fecha a cortina tremendo e nos olha.

- fudeu.

Para onde vamos agora? (Romance LGBT/Ficção)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora