When I see you again [Joah +Fillie]

O tempo cura

LEIAM AS NOTAS FINAIS

Existem cinco estágios do luto. Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Finn se encontrava no primeiro deles, enquanto estava sendo segurado por dois médicos. O cacheado, que gritava palavras de negação diversas vezes e tentava empurrar aqueles que o seguravam, chorava absurdamente, observando um médico declarar a morte do garoto, desligando os aparelhos. Era quase como se o mundo estivesse caindo nos ombros do Wolfhard, acima de todos os outros. Em sua mente, era tudo mentira, ele deveria estar sonhando, ele não poderia perder Dylan.

Tudo virou gritaria, correria e choro. Tudo passou como um borrão aos olhos de Finn, todas as próximas horas. O garoto ficou em estado de choque; sem saber o que fazer ou o que sentir. As lágrimas silenciosas caiam pelo seu rosto e um vazio invadiu seu corpo e logo que voltou a consciência, percebeu que estava sentado em uma cadeira, em uma sala onde não reconhecia. Olhou para os lados, piscando os olhos forte e pode ver Millie ao seu lado, com os olhos vermelhos. Antes de falar, colocou seus olhos no resto das pessoas da sala percebeu que todos choravam. Noah, com a cabeça escondida no pescoço de Jack e Jackson, sentado no colo da Ellie.

Lentamente, sua mão tocou na de Millie, que secou seu rosto. Não abriu um sorriso, por mais que tivesse tentado forçar um, apenas segurou firme na mão do namorado, como se tentasse lhe passar algum conforto. Mas ambos sabiam que era impossível.

— Hey, Finn. Consegue me ouvir?— a menina perguntou. Decidiu pular a parte de perguntar se ele estava bem, sabia qual era a resposta.

— Acho que sim... o que aconteceu? Onde a gente tá?— ele questionou, se arrumando na cadeira e passando a mão pelo rosto, lentamente.

— O médico disse que você entrou em choque logo depois que recebeu a notícia. A gente foi trazido pra uma sala reservada, a mãe dele tá decidindo algumas coisas com o hospital... eu sinto muito, Finn— ela disse, em tom baixo, passando seus dedos pelos do namorado.

Finn não respondeu. Soltou apenas um suspiro baixinho e preferiu se calar. Tinha medo que; se soltasse mais uma palavra, desabaria em lágrimas. Se arrumou na cadeira e apoiou a cabeça na parede, ainda tentando racionar os eventos recentes. Ele queria que fosse um sonho, que não passasse de um sonho muito muito ruim. Ele estava tão bem no hospital, sorrindo e brincando. Ele ainda tinha a leve sensação dos lábios dele colados aos seus e se arrepiou um pouco ao se lembrar daqueles eventos.

Uma porta no canto esquerdo da sala foi aberta e todos colocaram seus olhos lá. Noah tirou sua cabeça do pescoço do namorado e enxugou o rosto. Jackson saltou do colo de Ellie e correu até a mãe, que o abraçou com força. Era tudo que havia restado daquela família.

— O funeral vai ser hoje ainda, de noite— a mãe do menino começou a falar, mas sentiu sua voz engasgar e ela segurou o choro— eu...

Ela parou e respirou fundo. Jackson apertou o corpo da mãe e Finn se levantou prontamente e abraçou-a com força. Em seguida, Millie, Noah, Jack e Ellie. Todos envolveram a mulher em um abraço apertado e tudo que pode ser ouvido naquela sala eram sons de choro baixinhos e soluços. Uma parte da alma de cada um deles foi arrancada aquele dia. Eles sabiam que depois daquilo, nada realmente voltaria a ser como antes. Eles não ouviriam mais sua contagiante risada. Não teriam mais ele para animar a todos, ou fazer suas piadas extremamente indecentes e fora de hora. Nada jamais substituiria o lugar cujo ele costumava preencher. Dylan morreu e, junto disso, levou uma parte de cada um dos presentes naquela sala.

1 mês depois.

Dizem que o tempo cura todas as feridas. Que ele faz elas cicatrizem, cauterizam o dano e param o sangramento. Mas depois de um mês; aquele ferida ainda estava da mesma forma. Pior, talvez. Dylan foi embora e com ele, o espírito alegre foi junto. O garoto que exalava emoção e felicidade, ainda tinha tanto pela frente, com a vida interrompida. Olhos fechados para nunca mais serem abertos.