Eu posso te beijar?

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Assim que Finn acorda, ele vê a mensagem que Dylan havia enviado e um sorrisinho cresce em seu rosto, feliz por ter notícias de seu melhor amigo. Mas seu sorriso fica um pouco menor, quando percebe do que a mensagem se tratava. Se tudo estivesse bem, a mensagem estaria recheada de emojis e pontos de exclamação. Mas toda vez que o menino usava os três pontinhos, significava que algo realmente estava errado.

Ele se levanta da cama e responde a mensagem de Dylan, contando que em poucos minutos ele estaria na casa do garoto. E, rapidamente, ele escova os dentes, troca de roupa e desce as escadas correndo, escrevendo um bilhete e deixando colado na geladeira.

To na casa do Dylan, não se preocupe. - Wolfie

Finn prende o bilhete na geladeira com um imã e logo pega seu carro, dando partida e indo rapidamente até a casa do menino. Nos últimos dias, ele tem ficado muito preocupado com Dylan, porque, além de ambos estarem brigados, o menino sabia que Dylan havia alguma coisa. Ele não estava agindo normalmente, sempre sumindo. As piores hipóteses passam por sua cabeça, mas ele logo as afasta e foca no trânsito, avistando a casa do outro menino logo à frente.

Ele estaciona o carro e respira fundo, antes de bater na porta. Por algum motivo, um nervosismo intenso passava pelo seu corpo, como se não quisesse saber o que o esperava lá dentro, com medo da conversa com seu amigo. Mas ele ficou sem tempo de desistir, quando a mãe do garoto abre a porta, com um grande sorriso no rosto.

-Finn!- ela sorri e abraça o garoto, que retribui o abraço. 

-Sogrinha!- o garoto diz animado, sorrindo- que saudade que eu tava de você!- ele da um beijo na testa dela e adentra a casa, mas se surpreende, ao ver o pai de Dylan lá.

-Boa tarde, Senhor Smiths- ele diz, estendendo a mão pro homem, que retribui o gesto.

-Dylan tá lá em cima, querido, deve estar te esperando.

Finn sorri pra mulher e começa a subir as escadas, mas logo escuta o pai do garoto reclamar de Finn. O relacionamento dos dois nunca foi bom, diferente de como era o dele com a mãe de Dylan. Ele, por algum motivo, dizia que ele havia o levado ao caminho da homossexualidade, ainda não aceitando o fato dele ter nascido daquela maneira. A mulher defende o Finn e ele sorri, ouvindo isso e finalmente sobre até o quarto do menino, batendo na porta. Ele sentia que seu coração poderia explodir a qualquer momento. Nao entendia todo esse nervosismo, ver seu amigo nunca foi nenhuma novidade. Mas naquelas circunstâncias, ambos nunca haviam se encontrado antes. Nunca haviam gritado daquela maneira um com o outro, trocado ofensas. Tudo que ele queria, era abracar Dylan e se desculpar, por tudo. E ele estava a um passo disso. E aquele passo nunca pareceu tão dificil.

-Dylan?- ele bate na porta, chamando o menino, baixinho- sou eu...

A porta se abra abruptamente e Dylan encara Finn por alguns segundos. E nesse pequeno tempo, Finn pode observar os olhos vermelhos do menino, de quem chorava. E, surpreso, Finn é puxado pelo outro menino para dentro do quarto, que o abraça com força. Dylan apoia a cabeça no peito de Finn e o maior retribui o abraço, com intensidade. Logo, ambos percebem a falta que ambos fazem na vida um do outro. Nunca Dylan precisou tanto de um abraco e nunca, Finn quis tanto ter o menor em seus braços. E no meio do abraço, logo Finn percebe que Dylan chorava, tentando abafar o mesmo na roupa do menino.

O de cabelos cacheados abre a boca para dizer algo, mas reprime a fala, apenas apertando o menino com mais força. Finn e Dylan tinham um trato, que sempre que um deles chorava, o outro não diria nada, apenas o abraçaria, tentando consertar qualuqer coisa que tivesse errada. E Finn, mesmo sem saber o que havia de errado com seu amigo, apenas o apertou contra seu corpo, tentando amenziar quaisquer sejam os motivos pelos quais ele tanto chorava.

When I see you again  [Joah +Fillie]Where stories live. Discover now