– Quase nove... – Ele riu sem vontade. – Você dormiu o dia todo. Acho que tinha calmante naquele café. – Nós rimos e me lembrei o motivo de ter dormido o dia todo. Senti meu lábio inferior tremer, mas me recusei a chorar. Estava na hora de parar de bancar a fraca.

– Você ainda estava na Greys House? – Ele assentiu e depois me contou à trabalheira que tinha dado para reconquistar o cliente que ele quase perdeu.

– Meu pai ficaria uma fera. – Ele sorriu. – Vai tomar um banho, se arruma ai que eu vou te levar para uma festa que está rolando na Contour.

Assenti e beijei seu rosto antes de pular da cama, não falando nada.

Ele gritou para mim de dentro do quarto, enquanto eu ligava o chuveiro.

– Está frio hoje, vai empacotada. – Ouvi sua risada e ele saiu do quarto.

Deixei a água quente reanimar meu corpo, relaxando-o. Mas o pior foi que me deu mais sono e eu estava só a fim de ir tomar umas tequilas até o corpo ficar dormente e só depois voltar para casa, totalmente bêbada. Abri minha mala e fiquei olhando minhas roupas de Chicago, depois de ver que eu não tinha nada, abri meu guarda-roupas e comecei a fuçar, procurando alguma coisa quente, confortável e totalmente deprimente.

Eu estava realmente um lixo.

Coloquei uma meia calça preta, bota de couro acima do joelho, um vestido rosa claro com uma jaqueta de couro preta. Dei de ombros e nem fiz questão de passar maquiagem, joguei um perfume no corpo e sai do quarto, fechando a porta atrás de mim.

No caminho para a sala, prendi o cabelo em um coque e sentei-me no sofá para esperar Teddy, olhei as horas e já eram quase dez. Desse jeito eu não ia ficar bêbada nunca!

Quando algum pensamento de Noah ousava passar pelo meu cérebro, eu o afastava, como se fosse uma fumaça indesejada. Tentei pensar em tudo que eu poderia fazer para esquecer ele e retomar minha vida e quando Teddy chegou à sala, eu já tinha um plano formado na cabeça.

Na hora que eu levantei do sofá para gritar até que enfim, a porta do escritório do meu pai abriu novamente, e agora saiu um Noah de terno e gravata lá de dentro, com meu pai logo atrás.

O olhei dos pés a cabeça e ele fez o mesmo, olhando demoradamente para minhas botas. Sinceramente, eu usara aquela bota em duas ocasiões e da segunda eu não me orgulho nenhum pouco. O encarei e me para Teddy, fazendo um gesto para ele se aproximar.

– Sinceramente, você parece uma dama! – Ele se aproximou e sorriu, diante da minha encenação.

– E você parece um homem – Ele apontou para o meu coque – Desse jeito você vai dormir sozinha hoje. – Ele riu e nós ouvimos meu pai gritar “Theodore, que brincadeira de mau gosto!”.

– Desculpa, pai. – Nós falamos e Teddy pegou meu braço. Ele continuou falando. – Nós vamos a Contour hoje, vai ter uma festa estilo européia, vou aproveitar a noite com Phoebe.

Noah ficou lá, nos encarando sem falar nada, percebi seu rosto ficar vermelho e tive que conter uma risada.

Agora sim.

Operando no modo frio. Dei um beijo no rosto de meu pai e afastei-me rápido. Ouvi Noah chamar meu nome e o ignorei, quando ele chamou mais alto, me virei para fitá-lo.

– Sr Parker? – Minha voz nem falhou e eu tive vontade de dar um soco no ar e mostrar o dedo do meio para ele.

– Presumo que não trabalhará na segunda. – Ele ajeitou a gravata e olhou de soslaio para meu pai, que encarava a mim com a sobrancelha franzida.

Playing With PleasureWhere stories live. Discover now