Playing With Pleasure

Red

A quinta-feira chegou e quando acordei, por incrível que pareça eu não estava me sentindo mal, ou usada por Noah. Levantei-me e me arrumei e justo hoje o céu estava caindo em chuva. O caminho para o trabalho foi o maior caos que um ser humano poderia enfrentar. Água para todos os lados e os motoristas mal humorados já davam o ar da graça essa hora do dia, enquanto eu aguardava no trânsito pacientemente, tamborilando os dedos no volante e cantarolando junto com o Maroon 5, eu vi Charlie passar com seu guarda chuvas em direção a biblioteca pública. Abaixei o rosto e fingi não ter o visto. Adam Levine cantava animadamente “This Love” e se essa música não estivesse tocando antes de eu vê-lo, acharia que o universo estava de sacanagem comigo.

Decidi passar na cafeteria antes de ir para o escritório, peguei um copo de café e quando estava me virando, percebi Lucy vindo na minha direção acompanhada de um homem que eu nunca tinha visto na vida.

– Hei, Phoebe! – Ela levantou o braço e me chamou, andei até ela, sorrindo.

– Tudo bom, Lucy? Bom dia.

– Bom dia e esta tudo bem. Agora eu que te pergunto. Conheceu o Sr Noah Parker? – Ela colocou uma mão na cintura e levantou a sobrancelha para mim. Ela estava com cara de “Eu não te contei que ele era um bonitão por que adoraria ver sua cara de surpresa”

– Conheci sim – senti meu rosto enrubescer – ele foi muito educado comigo, obrigada por se preocupar. – Tomei um gole do meu café sem olhá-la nos olhos.

“Oh, Lucy. Conheci sim, você já viu o tamanho do pau dele? Aquilo faz um verdadeiro estrago.”

Afastei esse pensamento e sorri educadamente enquanto ela perguntava se eu tinha achado ele bonitão.

“Bonitão? O cara é um Deus grego do sexo, masculinidade pura e tem o rosto mais bonito que eu já vi na vida.”

– Reparei sim, Lucy. Achei ele bonitinho. – Agora até o amigo dela me encarava, estiquei minha mão e me apresentei.

– Ah, que grosseria a minha. Phoebe, esse é Joseph. Ele trabalha comigo na parte de publicação. – Joseph sorriu e seus dentes eram tão brancos que até fiquei hipnotizada olhando-os.

– Bom, eu vou subir. Lucy, foi prazer falar com você e quando quiser, é só da uma passadinha lá em cima, o todo poderoso não está aqui essa semana. Joseph. – Fiz um aceno breve com a cabeça e me virei para sair depois da despedida de Lucy.

Já em minha mesa, tirei meu casaco e o pendurei, peguei alguns manuscritos que não foram aprovados e separei, peguei alguns que foram aprovados e fiz a mesma coisa, enviei a carta informando aos autores a recusa, anotei alguns recados para Noah e antes do horário do almoço, eu já não tinha mais nada para fazer a não ser ficar sentada ali anotando recados e lendo manuscritos que só seriam aprovados ou não segunda feira. Peguei o telefone e liguei para o ramal da Lucy.

– Parker Publisher, bom dia. – A voz de Lucy preencheu o telefone.

– Oi, Lucy. É a Phoebe. Eu queria saber se quando você trabalhava aqui para o Sr. Parker, você ia embora cedo quando ele não estava.

– Olha, eu sempre fui embora cedo, ele viaja muito e às vezes não tem absolutamente nada para fazer, acho que ele não verá problema se você sair antes do fim do dia.

– Tudo bem. Obrigada, Lucy.

– Ei ei ei, ele foi viajar de novo? – Agora sua atenção estava toda em mim. Ela não conseguiu esconder o tom de curiosidade.

– Foi sim. Ele viaja tantas vezes assim?

– Não, só esse último mês. Nunca o vi viajar tanto e olha que trabalhei com ele por quase quatro anos.