Expectancy - POV NOAH PARKER

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A semana tinha sido um verdadeiro inferno. Primeiro teve a porra daquela foto que saiu no jornal justo na hora que eu achei que ia conseguir ter pelo menos uma conversa decente com Phoebe. Depois teve aquela conversa nada agradável – que eu fui um ignorante – diga-se de passagem, mas porra, ela entra no meu escritório e começa a esbravejar palavrões, como eu podia ter reagido? Só pra ajudar, ela recusou jantar comigo, na quarta eu fui até o seu apartamento e ela mandou eu ir me foder. Me foder!

Qualquer cara normal, teria ido se foder, mas eu não, ao invés de ir procurar mulher e bebidas por ai, fiquei enfurnado no escritório desejando que ela entrasse a qualquer momento e me xingasse de novo, mas ela não o fez e já era sexta-feira, ou seja, eu só teria uma oportunidade de novo na segunda-feira. Ouvi um barulho vindo do lado de fora do escritório e presumi que era ela. Senti meu estômago se revirar. Como uma garota poderia fazer isso comigo? Não me gabo por isso e nem prezo que todos saibam, mas eu só me apaixonei uma vez na vida e essa não é a minha melhor lembrança. E nem que eu esteja apaixonado por Phoebe, isso seria lamentável, tendo em vista que ela é minha secretária e filha do meu amigo. Eu tentei, tentei de verdade manter-me longe dela essa semana e não foi um fracasso, até porque ela ajudou para não ser um, mandando eu ir me foder.Francamente, isso me irritou demais. A cada barulho que vinha do lado de fora, eu levantava o olhar e encarava a porta na esperança de ser ela.

Eu nunca tive que pisar em ovos com as mulheres, umas eu nem precisava abrir a boca, era simplesmente carnal, mas Phoebe tinha algo de diferente. O jeito que ela ria ironicamente, seus olhos tão azuis quanto os meus, o modo como ela chegou aqui igual a uma gata pronta para me furar e depois abaixou os ombros como um filhotinho machucado – Naquela hora eu quis que minhas palavras voltassem para minha boca e que eu morresse engasgado com elas, errei em não pedir desculpas e tentei levá-la para jantar para conversamos, mas infelizmente não deu certo.

Levantei-me da mesa e um sentimento de confiança tomou conta de mim novamente. Vou tentar levá-la para tomar uma cerveja hoje, jogar conversa fora até a língua doer e depois levá-la para casa. Mas que merda é essa, Noah? Você vai cortejá-la? A voz no interior da minha cabeça soou alta e clara, como se alguém tivesse realmente falado. Detive minha mão na maçaneta da porta e fiquei encarando-a como se fosse obter alguma resposta dali. Respirei fundo e antes que a coragem fugisse do meu corpo e abri a porta e quase voltei correndo pra dentro quando dei de cara com ela abaixada guardando algo na última gaveta do seu pequeno arquivo. A saia estava colada e cada curva do seu quadril estava esculpida – como uma obra de arte, pensei.

Ela levantou e se virou dando de cara comigo, me encarou por um breve segundo e depois voltou para sua mesa. Seu cabelo vermelho estava preso em um coque e naquele minuto eu tive vontade de soltá-lo e ver as ondas formarem uma cortina perfeita sob seus seios – meu pau acordou dentro da calça com esse pensamento. Funguei e andei devagar até a mesa dela com as mãos nos bolsos tentando disfarçar meu constrangimento. Pigarreei e chamei seu nome, ela levantou os olhos para encarar os meus, eram um misto de curiosidade e ironia, suas sobrancelhas formaram um vinco.

– Senhor? – Ela fechou o manuscrito que estava lendo e eu tinha sua total atenção.

– Phoebe, vamos sair para beber hoje. – Merda, saiu mais como um intimado, pensei em reformular a frase mais antes de eu ter a oportunidade de dizer algo ela disse “Não” e abaixou os olhos para o computador de novo. Ah... Vamos lá, Phoebe! Não complique minha vida.

– E posso saber por que não? – Empurrei o terno para trás e coloquei as duas mãos na cintura, tentando mostrar minha indignação. Ela me olhou de cima em baixo... Ela estava me avaliando?

– Primeiro: você é o meu chefe e segundo: eu vou viajar. – Agora ela me encarava e estava com uma sobrancelha erguida em desafio.

– Ah... Vai para onde? – Curvei um pouco as costas em derrota e comecei a brincar com um papel que tinha em cima de sua mesa.

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