Playing With Pleasure

Uncover

Sábado de manhã, mesmo antes de conseguir abrir os olhos, previ a dor de cabeça que se instalaria ali e só sairia à base de advil. Levanto e sinto o corpo pesado, reconheço o quarto. Ainda estou em Manhattan e a noite de ontem não foi um pesadelo. Entro no banheiro e percebo o caos que está meu cabelo. Não quero nem ver quando alguém cruzar meu caminho hoje. Meu humor já está uma merda essa hora do dia.

Depois de tomar banho e me arrumar, vou a procura de Ivy pela casa. Na cozinha a empregada me informa que estão todos na piscina. Me escondo atrás do óculos escuro e vou em direção a porta de correr que dá para um deck, com direito a grama artificial e tudo. Sorrio para Eva que está sentada com um dos gêmeos – presumo – deitado em seu colo dormindo, olho ao redor e Ivy esta tomando sol em cima de uma bóia que parecia um divã. Ela acenou para mim e a julgar pela sua cara, ela estava com o humor tão ruim quanto o meu, me sentei de frente para Eva e fiquei observando seu filho dormir.

– Você gosta de criança, Phoebe? – Ela sussurrou para não acordar o bebê.

– Hmmm – Eu nunca tive muito contato com criança, então eu não sabia qual era a resposta. – Acho que sim, Eva. – Dei de ombros despreocupadamente. Ela sorriu e continuou fazendo um movimento com o polegar na base das costas do bebê. – E qual é o nome deles?

– Esse aqui é o Benjamin e o outro é o Steve. – Engraçado, pensei. Quando você imagina gêmeos (pelo menos eu) penso logo em nomes parecidos que se complementam, Uma risadinha ecoou dos meus lábios.

– E como foi a noite de ontem, Phoebe? – Sua voz era despreocupada, parece que ela não descobriu nada. Por enquanto. Beleza.

– Foi tudo bem. – Tentei parecer despreocupada também. – Nos divertimos bastante, obrigada.

No meio da minha frase Gideon entrou segurando Steve que estava acordado, mas com o rosto aninhado entre o pescoço e o queixo do pai. Gideon se sentou e Steve virou para observar o irmão dormir no colo da mãe. Aquilo era engraçado. Eu imaginei os dois inquietos e barulhentos, mas parece que Steve entende quando Benjamin quer dormir. Encantador.

– E aonde vocês foram? – Gideon se virou para falar comigo enquanto Steve observava atentamente sua boca pronunciar cada palavra. Levantei os olhos para Gideon e sorri.

Merda, aonde fomos? Revirei os pensamentos nebulosos da noite passada um instante.

– Victrola. Um lugar muito bom. – Estiquei a mão e Steve agarrou meu dedo e ficou me encarando desconfiadamente.

– Já ouvi falar, mas nunca tive a oportunidade de ir – Ele olhou para o filho e o colocou em pé no colo enquanto esfregava o nariz na barriga dele de brincadeira. A criança se acabou em risadas, o que acordou Benjamin. Agora sim ia ter choro. Preparei meus ouvidos e minha cabeça dolorida para a sinfonia de gritos, mas ela não aconteceu. Benjamin focou o olhar da mãe e piscou algumas vezes, depois virou a cabeça e viu o pai e o irmão. Resmungou um pouco e Eva o segurou mais apertado no colo e ficou falando com ele baixinho. Gideon colocou a cadeira mais perto e os quatro ficaram ali conversando baixinho e brincando um com outro. Evidentemente sobrando no espaço, pedi licença e levantei-me, fui até a borda da piscina onde Ivy estava de olhos fechados e sentei-me com o pé dentro d’água.

– Ivy? – Joguei um pouco de água nela

– Ai Phoebe! – Ela deu um gritinho e se virou para me olhar.

– Você está bem? – Pela cara que ela fez, presumi sua resposta. – Você se lembra de tudo? – Ela fez que não com a cabeça. – E de Niall? – Ela se virou para mim e sorriu

– Ele me ligou já hoje, acredita? – Ela se ajeitou na bóia para me olhar. Mas já? Olhei o relógio e já eram quase duas da tarde. Eu dormi demais, nossa.