Consternation

17.2K 771 21
                                    

Noah estava encarando minhas costas esperando uma explicação, e eu só conseguia encarar Charlie, indignada com aquela cena ridícula que ele estava fazendo. Todos os músculos do meu corpo desejaram voar em cima dele e rasgar o seu pescoço com as unhas. Consegui desprender meu olhar do dele e todos ao redor estavam olhando. Uma onda de pavor tomou meu corpo. Senti todo o sangue sumir do meu rosto e pude sentir meus olhos se arregalarem enquanto minha mão agarrou a borda da mesa.

Eu odiava ser exposta.

– Phoebe? – A voz de Noah foi fria como uma geleira, eu me limitei a olhá-lo. Ele estava impassível ou demonstrando estar assim e quando criei coragem para abrir a boca, Noah foi mais rápido. – Quem é você? – Ele agora se virou e encarava Charlie, seu olhar mudou e me encolhi um pouco.

– Namorado dela. – Arregalei os olhos e se eu não estivesse sentada, com certeza teria caído no chão, fraca. Noah abriu a boca minimamente, antes de voltar a me encarar. Juntei toda a força que tinha dentro de mim – mesmo que não muita – e consegui falar.

– Namorado?! – Me virei para Charlie e lhe lancei o maior olhar de desprezo. – Você está brincando comigo, não é? – Respirei fundo, indignada com aquela cena ridícula.

– Phoebe, nós precisamos conversar. – Charlie me encarava e depois encarava Noah, quando um sorrisinho se abriu em seus lábios, eu pude jurar que o vislumbre – mesmo que mental – de sua garganta jorrando sangue; foi melhor coisa que já imaginei na vida.

– Não, Mason! Nós não precisamos conversar. – Respirei fundo e abaixei minha voz. – Vai embora. Eu já disse que não quero nada com você. Quantos tapas na cara você tem que levar para aceitar isso e sumir da minha vida?

APROVEITA E MORRE!

Argh! O ódio era um sentimento que eu fazia o máximo para evitar, mas em relação a Charlie...

Um arrepio percorreu meu corpo de novo, voltei a olhar para Charlie e ele estava com a expressão dura.

– Fala sério, Phoebe. Dormindo com o chefe? Francamente, você é uma menina rica, não precisa se sujeitar a isso para conseguir uma carreira boa. – Ele riu amargamente. – Você está agindo igual a uma piranha. – A respiração ficou presa em minha garganta quando notei um barulho atrás de mim e antes que eu pudesse piscar, a mão fechada de Noah já estava no queixo de Charlie, fazendo-o cair para trás. Charlie se recuperou rápido e conseguiu jogar Noah para cima da mesa onde eu estava. Dois homens que estavam na mesa atrás de nós me puxaram com força para longe, antes que algum caco de vidro me cortasse. Noah se levantou de pressa e plantou outro soco no rosto de Charlie, agora arrancando sangue. Charlie titubeou para trás, atordoado. Levou a mão na boca e arregalou os olhos quando viu a quantidade de sangue que estava jorrando. Voou para cima de Noah, que o segurou pelo pescoço e praticamente o jogou longe, como se descarta algo velho e inútil.

Eu comecei a chorar. Não consegui gritar, me debater, me soltar, nem nada... Só ficar olhando aquela cena incrédula e chorando.

Noah deu outro soco no estômago que Charlie, que se encolheu em agonia e antes que ele pudesse se levantar, o grito de Noah retumbou em meus ouvidos.

– VAI EMBORA, PHOEBE! VAI EMBORA DAQUI AGORA! – Eu o olhei assustada e tive um sobressalto com a altura de sua voz. Eu não podia sair dali, eles estavam brigando. Eu não podia deixar Noah sozinho numa hora dessas. Porém os caras que me seguravam entenderam a mensagem e me arrastaram para a rua. O vento frio fez meu corpo tremer. Na verdade eu não sabia se era pelo vento frio, ou pelo o que acontecia dentro do restaurante. Meus cabelos começaram a chicotear para todos os lados, machucando minha pele já sensível pelo frio excruciante.

Playing With PleasureOnde as histórias ganham vida. Descobre agora