– Teddy...

– Ai cacete, está fritando o cérebro de novo? – Gargalhei e ele ficou me olhando, dei um tapa em sua mão que estava na mesa.

– Para com isso! – Limpei os olhos e voltei a falar. – O que você quis dizer com “orgulho ferido”?

– Não é óbvio? – Neguei com a cabeça. – Ele estava prestes a se declarar, ai do nada surge igual mestre dos magos esse seu ex-retardado falando asneira e te xingando. Você queria que ele reagisse como? Acredite, é mais difícil do que parece.

Ponderei sua perspectiva.

– Deve ser complicado mesmo... Mas porque me ignorar? Eu não estava com Charlie... Ele ouviu, Teddy! – O desespero estava tomando conta das minhas palavras de novo.

– Se fosse eu naquele restaurante, eu teria batido em Charlie também, teria mandado alguém te levar dali para você não ter que presenciar tudo aquilo e depois eu iria ir para algum canto lamber minhas feridas antes de ter coragem de te procurar de novo – Ele fez uma pausa para tomar a cerveja. – Isso se eu quisesse namorar contigo, se eu não quisesse, eu só bateria nele e depois te mandaria pro inferno.

– Ai Teddy, que horror! – Ele riu da minha cara de espanto.

– Nem todas valem à pena, baby. – Ele bateu sua cerveja devagar em minha taça e depois sorriu.

– Tudo bem... Eu vou parar de ligar para ele. Se for realmente isso que você está falando, ele vai me procurar, certo?

– Certo. – Ele virou a cerveja e olhou as horas. – Não quero te chatear não, mas já são quase onze e eu já senti meu celular vibrar no bolso umas trinta vezes.

Arregalei os olhos.

– E porque não atendeu?

– Não quis atrapalhar o seu momento. – Nós rimos e ele foi pagar a conta.

**

Teddy estacionou na garagem ao lado da minha BMW Z4, sai da Ferrari correndo e abracei o caput do meu carro. Como era bom estar em casa!

Dei dois tapinhas na lataria e Teddy pegou minha mão, levando-me para dentro de casa. Da minha casa.

Decidi fazer o que Teddy falou, vou dar o meu máximo para não pensar em Noah enquanto eu estiver em Seattle. Vou aproveitar cada segundo com meus pais, meus amigos e minha família. Aquele momento era único e importante demais para ser atrapalhado por pensamentos inconvenientes sobre alguém que não quer estar ao meu lado.

Respirei fundo para controlar o choro e acalmar meu coração.

Eu e Teddy abrimos a porta que dava para cozinha e estava tudo apagado, ele colou o indicador nos lábios pedindo-me silêncio e dei o melhor de mim para os saltos da bota não fazerem tanto barulho. Fomos em direção a sala principal e enxerguei as costas do meu pai, minha mãe que estava de frente para mim, abriu o maior sorriso do mundo antes de cutucar o braço do meu pai e vir até mim. Abri os braços e meus pais me abraçaram junto e eu não consegui entender o motivo, mas as lágrimas voltaram a rolar pelo meu rosto, mas essas eu tinha certeza que era de alegria.

Minha mãe segurou meu rosto entre as mãos e beijou minhas bochechas, antes de me abraçar de novo, fechei os olhos e a apertei com toda minha força.

– Mãe! – Reprimi um soluço – Que saudade!

– Calma, filha. – Ela riu e depois me encarou de novo, seu sorriso fez cada parte do meu ser implorar para esquecer Chicago e voltar para cá, para junto da minha família. Ana tinha o cabelo castanho escuro, ela era muito branca e seus olhos azuis tinham um brilho tão intenso e acima de tudo ela exalava paz. Uma paz que só seus entes mais queridos são capazes de lhe dar. Meu pai me puxou pelos ombros e apertou-me seu abraço não tão gentil igual o da minha mãe, mas tinha a mesma dose de carinho.

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