FOI O SEU AMOR [COMPLETO]

CAPÍTULO 40 TUDO É AGORA

"Não deixe nada pra depois

não deixe o tempo passarnão deixe nada pra semana que vemporque semana que vempode nem chegar..."

Pitty

"Aqui jaz:

Beatriz Muniz Ferraz

23/10/1967 * 22/04/2019

DESCANSE EM PAZ!"

UM MÊS DEPOIS...

Os últimos acontecimentos tinha deixado todos exaustos. A morte de Artur era constantemente lembrada. Isa ainda mantinha o luto pelo noivo. A sua única alegria era o ser que crescia dentro dela. Pedro sempre lhe fazia companhia tinha parado de implicar com ela. Ela tinha gostado de saber que ele era filho de Victória e Miguel.

Na noite do falecimento de Beatriz Alie tinha reconhecido a tia e a máscara de Alexandra tinha enfim caído. A farsa da gravidez foi descoberta e ela estava fugindo da polícia temendo que Mocotó revelasse que ela havia contratado para matar Valentina, pois ele havia sido capturado. Sem contar no depoimento de Steves que havia gravado a conversa na noite em que ela se encontrou com ele para acabar com a rival. Um plano que não deu certo. Todos ficaram sabendo que a gravidez era falsa e agora não tinha como chantagear ninguém. A polícia só ainda não havia descoberto quem tinha matado Artur, estavam investigando. Victória entregou a carta a Alie que Beatriz havia deixado.

"Minha querida sobrinha.

Sei que como tia tinha eu falhei. Magoei seus pais e isso vem me destruindo a cada dia, se fosse possível mudar o passado saiba que eu não hesitaria. Mas sei que arrepender-me não apaga o que fiz. Só posso implorar para que algum dia você possa me perdoar. Sinto muito por tudo o que causei. Escrevo o meu pedido de perdão porque sinto que não vamos mais nos reencontrar. E se você chegar a ler essa carta significa que a pessoa a quem eu confiei o meu segredo finalmente a encontrou e isso me deixa muito feliz e também significa que eu não estou mais no mundo dos vivos. Não quero mais tomar o seu tempo, só posso pedir. Perdão!

Eu te amo,

Beatriz.

Quando terminou de ler estava banhada em lágrimas. Júlio estava ao seu lado. Beijou seu rosto afagando seus cabelos.

— Eu sinto muito por tudo isso. — Disse. — E pensar que Dora a usurpou.

— Não se preocupe, meu amor. — Alie falou. — Mais dia menos dia ela vai responder por tudo o que fez com a gente.

— É verdade. — Ele concordou. — Ela não conseguirá se esconder para sempre. — O bom era perceber que a paixão que ele sentia por Dora não existia mais.

— Mas vamos parar de falar de coisas tristes. — Alie secou as lágrimas. — Vamos falar do casamento de Edgar e Valentina.

— É verdade. — Beijou nos lábios. — O casamento será daqui a duas semanas.

— Somos os padrinhos do noivo.

— Que honra! — Comemoraram. — A gente podia já ir pensando no nosso.

— Uau, está me pedindo em casamento senhor Júlio Henrique? — Perguntou divertida. Ele ajoelhou-se aos seus pés. Retirou uma caixinha de veludo. — Estamos em um cemitério. — Ela disse surpresa. Surreal aquela cena.

— Esqueci aonde estávamos. — Ele riu. — Mas você me causa isso. Faz com que eu esqueça aonde estou. Então senhorita, é sim?

— Sim. — Ela confirmou. Ele colocou a aliança em seu dedo em seguida ergueu-se e beijaram-se apaixonadamente.

— Não conte a ninguém que me pediu em casamento em cemitério. — Brincou.

— Eu não vou contar que você aceitou. — Divertiram-se.

***

Pietro andava furioso pelo quarto do hotel. O casamento de Valentina e Edgar seria dali a duas semanas. Se não fizesse nada para impedir ele a perderia para aquele idiota.

— Se continuar assim vai cavar um buraco neste chão. — Alexandra disse zombando de seu estado de nervos.

— Não me enche! — Ele foi rude. — Não sei aonde estava com a cabeça quando aceitei te esconder aqui.

— Na pescoço, meu querido! — Debochou. Estava cansada de ouvir sempre falar em Valentina.

— Não torre a minha paciência. — Gritou. — Eu preciso de um plano definitivo.

— Aceite meu caro, assim como eu você também perdeu.

— Não. Eu nunca perco. — Discordou. Valentina ainda seria sua.

— Não há mais nada o que fazer. Ela não te ama ou você vai sequestra-la e obrigar a ficar com você. Acorda! — Estalou os dedos. — Aceita que dói menos. — Mas ele fingia não ouvir. De repente uma ideia passou em sua cabeça era isso. Precisava de um plano. E dessa vez não ir falhar porque ele mesmo ia executar. Nada daria errado.

No dia do casamento Edgar teria uma grande surpresa. Sorriu com a ideia em sua cabeça.

***

Durante anos Neusa contratou muitos detetives para encontrar a sua filha perdida. E finalmente agora ela tinha uma pista. Um dia conversando com Victória confidenciou que tinha tido sua filha roubada ainda recém nascida. Seu marido havia fugido com outra, pelo menos foi assim que pensou a sua vida toda, mas anos depois descobriu que ele havia fugido com sua irmã Celeste, só que depois ele a abandonou pois se arrependeu do que tinha feito, mas não conseguiu perdoá-lo. Anos depois descobriu que foi sua irmã que roubou sua bebezinha e abandonou em um lugar qualquer.

Mas depois de anos ela finalmente obtinha resultados. Sua filha estava viva. E o melhor de tudo que ela era Valentina a criança que Victória encontrou no lixão.

Quando revelou a verdade naquela noite todos comemoraram.

Neusa finalmente tinha encontrado paz.

— Obrigada, por ter criado tão bem Valentina. — Agradeceu a Victória enquanto ela servia o jantar.

— Nossa filha. — Ela disse. — Ela gosta muito de você.

— Eu também gosto dela.

— Apesar de tudo o que nos aconteceu a vida é maravilhosa.

— E você já decidiu se vai reatar com Miguel? — Perguntou observando-o em um canto da sala.

— Eu sempre o amei. — Victória disse pensativa. — E eu sempre vou amar.

— Então o que está esperando. — Neusa a incentivou. — A vida está dando a vocês uma nova chance. São raras as vezes quando acontece.

— Será? — Ela estava indecisa. — Às vezes penso que é tarde demais.

— Não é tarde demais. Percebe isso quando ele olha para você. — Naquele momento ele estava olhando em sua direção e ela descobriu que mesmo o tempo tenha passado o amor deles ainda existia. — Um amor como o de vocês nem o tempo apaga. — Neusa acrescentou.

Ela sorriu para Miguel e ele acenou.